Numa sociedade que é difícil ser uma pessoa trans, imagine-se ser gestante e trans e querer abortar
O patriarcado, a misoginia, e a cisheteronormatividade têm impactos nos vários níveis da sociedade portuguesa, sendo de destacar os seus efeitos nos serviços de saúde de mulheres, pessoas não-binárias e trans.
Costuma dizer-se que Santo António é o Santo casamenteiro por excelência, mas ao que parece, o meu nome não constava na lista de noivos abençoados para este ano e por isso decidi escrever acerca da outra festa importante que acontece este mês e que, emparelhados ou não, é a nossa festa: o Pride.
A sociedade patriarcal é uma sociedade que heterossexualiza homens e mulheres e que invisibiliza todas as outras possibilidades de relacionamentos afectivo-sexuais.
Nos últimos anos temos assistido a um crescente debate público sobre a “teoria de género” e “ideologia de género”, dois conceitos que mostram inquietação no seu entendimento, tendo recentemente sido apropriados por um discurso político aliado à moral religiosa que se recusa a reconhecer os conceitos de género e sexo como construções políticas e culturais.
Como referi numartigo anterior a monogamia surgiu na época do neolítico como forma de garantir a transmissão da propriedade à linhagem masculina. Produto do patriarcado, este modelo relacional perdura como maioritário até aos nossos dias.
Não é fácil escrever sobre um evento tão devastador. Um acto isolado de violência configura uma impossibilidade. A homofobia, a transfobia e demais expressões de violência matam quotidianamente, de muitas formas e de modo transversal.
A vinda a Lisboa do terapeuta que promete a conversão de homossexuais foi um dos assuntos da semana em Portugal. Só no Facebook a notícia do dezanove foi partilhada mais de 100 vezes e vista por mais de 60 mil pessoas.
É marcar na agenda. Nos dias 15 e 16 de Março decorre em Braga um workshop de Teatro do Oprimido que tem como mote “O preconceito não faz o meu género”.