Numa sociedade que é difícil ser uma pessoa trans, imagine-se ser gestante e trans e querer abortar
O patriarcado, a misoginia, e a cisheteronormatividade têm impactos nos vários níveis da sociedade portuguesa, sendo de destacar os seus efeitos nos serviços de saúde de mulheres, pessoas não-binárias e trans.
De 2016 a esta parte, passaram-se seis anos, os mesmos que trouxeram o acesso a técnicas de procriação medicamente assistidas (PMA) para todas as mulheres, sem excepção.
Muita tinta já correu e irá correr sobre como a internet revolucionou a humanidade. Mudou como interagimos, nos relacionamos e pensamos. Mudou a nossa percepção do mundo e como ele nos percepciona a nós.
Discurso por Márcia Lima Soares, a 1 de Junho de 2021, em Lisboa
Em primeiro lugar, tal como cada um de vós, que poderia estar em casa a ver uma série, a estudar ou a lavar a loiça, estou aqui, hoje, sentindo uma enorme satisfação por poder fazer parte deste momento de união, de luta, de empatia e que serve de aquecimento para a Marcha LGBTQI+, que terá lugar no próximo dia 19 de Junho.
No sentido de ajudar no acesso a cuidados primários, no Serviço Nacional de Saúde, por parte de pessoas trans, João Rodrigues, médico de 25 anos, juntamente com outros colegas, criou o projecto Anémona.
Num momento em que se está prestes a discutir a nova lei de identidade de género no parlamento português, os meios de comunicação social desdobram-se em trabalhos sobre a realidade das pessoas trans em Portugal.
Conhecemos Andreo Gustavo através do projecto Queer em Lisboa quando este deu uma entrevista conjunta com a sua irmã gémea.
Andreo tem 26 anos, estudou Direito e licenciou-se em Ciências Forenses e Criminais. Posteriormente dedicou-se ao estudo de desenvolvimento pessoal, nomeadamente Coaching e Psicologia. É Life Coach certificado internacionalmente e ajuda os outros a descobrirem a sua verdade e a viverem de acordo com ela nas suas vidas. “Este é o melhor trabalho que eu poderia ter: ajudar os outros a serem mais felizes” declara ao dezanove.pt antes de confidenciar um segredo: “tenho neste momento um projeto prestes a ser lançado: um livro!”
Quisemos saber mais e dar visibilidade a um jovem trans que efectuou a sua transição do feminino para o masculino. Hoje Andreo sente-se bem e é uma fonte de energia e inspiração conforme vais poder ler:
Júlia Pereira, actual dirigente da API – Acção Pela Identidade – ONG de defesa e o estudo da diversidade de género e características sexuais em Portugal e membro da membro da TGEU – Transgender Europe, organização europeia de defesa dos direitos das pessoas trans, é a primeira mulher transexual a concorrer como deputada a um assento parlamentar no nosso país. Júlia Pereira, de 25 anos, integra as listas do Bloco de Esquerda pelo círculo de Setúbal.