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Fabulez, o colectivo queer especializado em criar um espaço seguro para mulheres, pessoas não bináries e homens trans, celebrará o seu primeiro aniversário já amanhã, dia 21 de Setembro com uma festa imperdível.
"A tristeza era cada vez mais funda. A disforia, que nem sequer sabia que se chamava assim, já ocupava tanto espaço mental e tanto desagrado físico com nove malditos anos, que quase não deixava lugar para mais nada. Nos estudos, mais do que cumpridora, era quase brilhante; em tudo o resto era um desastre. Imaginava mais do que vivia, mas não tinha dotes artísticos que me arrancassem a mágoa, nenhum alívio me socorria, não sabia pintar a minha desgraça, nem me ocorria escrevê-la, para não deixar provas. De modo que a dançava ou me desdobrava e fantasiava com cenários de libertação. Evadia-me, sobretudo, através da literatura, do cinema e da música. Era uma espectadora de tudo o que me rodeava, mas não podia tocar em nada."
- Alana S. Portero, Maus Hábitos (Alfaguara, 2024)
Ain’t I a Woman (1981) ou, se quisermos em português, Não serei eu Mulher? (2018), é um clássico obrigatório da teoria feminista e reflexão interseccional. Pelas mãos de bell hooks, feminista e activista norte-americana, é resgatado o famoso discurso de Sojourner Truth (1852) para nos mostrar a sua indignação sobre a histórica diferença das experiências de mulheres negras e brancas no que toca aos papéis e identidades femininas. Para isso, bell hooks, constrói uma reflexão exímia em torno do impacto que a escravatura e o sexismo tiveram no estatuto social das mulheres negras norte americanas na segunda metade do séc. XX.
A sessão do filme “Vestida de azul” no Batalha Centro de Cinema, em colaboração com o Queer Porto, foi o pretexto para uma conversa com Jó Bernardo, pioneira do activismo trans em Portugal, e Valeria Vegas, jornalista espanhola e autora de vários livros, entre os quais a biografia de Cristina “La Veneno”. As duas mulheres trans falaram de exclusão e marginalidade social, referências e visibilidade mediática, expectativas, conquistas e decepções do activismo nas últimas décadas.
O Clube Safo apela a que celebremos Abril como o mês da Visibilidade Lésbica. Ao mesmo tempo a associação disponibilizou uma plataforma para nos ajudar a ficar (melhor) em casa.
