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Técnico: Três estudantes impedidos do doar sangue por serem gays

Pelo menos três estudantes universitários, do sexo masculino, viram ser recusada a doação de sangue por terem tido relações homossexuais. Segundo denuncia a CASA (Centro Avançado de Sexualidades e Afectos) os estudantes foram questionado se já tinham tido “comportamentos homossexuais”. Perante a resposta positiva, foi-lhes vedada a possibilidade de doarem sangue.

 

Este episódio decorreu durante uma iniciativa de recolha de sangue promovida pelo Instituto Português de Sangue e da Transplantação no Instituto Superior Técnico (Lisboa), na Sala de Alunos do Pavilhão de Engenharia Civil. Esta recolha de sangue decorre durante esta semana naquela instituição e termina na sexta-feira.

A CASA acusa agora o Instituto Português de Sangue e da Transplantação de uma vez mais violar “gravemente a Resolução da Assembleia da República nº39/2010, que recomenda a adopção de medidas que visem combater a discriminação dos homossexuais nos serviços de recolha de sangue e na qual se aconselha a ‘reformulação de todos os questionários que contenham enunciados homofóbicos’”.

A associação relembra que “a pergunta formulada, apenas verbalmente e unicamente a elementos do sexo masculino discrimina, de forma grosseira, os potenciais dadores de sangue com base na orientação sexual não tendo, inclusive, qualquer fundamentação clínica ou científica”. Por várias vezes o Bloco de Esquerda se tem pronunciado sobre esta questão.

 

5 Comentários

  • Miguel

    Na Faculdade de Medicina Veterinária da UTL passou-se a mesma situação: quando me estavam a fazer o inquérito para a dávida de sangue, a médica pergunta “já teve relações com prostitutas?” ao qual respondi não. De seguida perguntou-me “E com homens?” e eu, que não tinha entendido bem a pergunta, até lhe perguntei “Com prostitutos? Não.” e a médica insistiu “Não, não, com homens.” ao qual respondi que sim. Disse-me que estava impedido de dar sangue. Ainda tentei ripostar, dizendo que tinha o mesmo parceiro há mais de seis meses e que tinha feito análises recentemente, mas não deu em nada.
    É uma pena que assim seja.

  • Anónimo

    Eu queria doar sangue mas é precisamente por estas situações que não o faço. Não me importo de preencher questionários a dizer que sou gay, mas ser humilhado e recusarem o meu sangue porque é de “segunda categoria”? Passo!

  • Diogo

    Sou dador de sangue à vários anos. É algo que não custa nada, e que me orgulho muito de fazer. Sou gay, e tenho uma relação à vários anos. Em todas as dádivas que realizei, nunca fui inquirido sobre a minha orientação sexual. Não entendo porque meia volta surgem notícias destas…

  • Gonçalo

    Olá… é verdade… também há já vários anos (depois de mais de 12 dádivas) no Hospital Amadora Sintra me perguntaram a orientação sexual para logo me recusarem a dádiva…

    Se nunca lhe perguntaram é porque não cumprem as regras (mas ainda bem que não as cumprem, porque as regras são ilegais, como bem se lê no texto).

  • Anónimo

    Um dia vão-lhe perguntar. Aí tem duas opções: mentir e continuar a ser dador ou dizer a verdade e deixar de ser dador. Cristalino como a agua destilada. Eu fui dador durante anos e também nunca me perguntaram. Quando perguntaram eu disse a verdade. Nunca mais me aceitaram. Fui eliminado. Com pena minha.