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Trump vs. Comunidade LGBT em Portugal

Donald trump

A reeleição de Donald Trump não será apenas um acontecimento de impacto político nos Estados Unidos. Durante o seu primeiro mandato, as suas políticas e nomeações judiciais moldaram um ambiente cada vez mais hostil para a comunidade LGBT, com um enfoque particular nas pessoas trans.

 

Trump nomeou juízes conservadores para o Supremo Tribunal e outras instâncias judiciais, o que resultou em decisões que enfraqueceram protecções fundamentais contra discriminação em locais de trabalho e escolas. Paralelamente, a sua administração revogou protecções importantes, como o acesso de pessoas trans ao serviço militar e a cuidados de saúde adequados.

Ainda mais preocupante foi a retórica amplamente difundida por Trump e pela sua equipa, que normalizou posições anti-LGBT, encorajando discursos e acções discriminatórias e de ódio. O impacto destas decisões vai muito além das fronteiras dos Estados Unidos da América, influenciando políticas e atitudes globais, incluindo em Portugal.

Ainda antes de Trump assumir oficialmente as funções como presidente, já se verificaram mudanças significativas nas políticas de grandes empresas, como a Amazon e a Meta (Facebook, Instagram, Threads), que destruíram as suas políticas de inclusão para os seus trabalhadores. A Meta foi ainda mais longe, revendo as suas políticas de moderação e retirando a verificação de factos. Estas empresas passaram a enfrentar pressões para ajustar as suas políticas de moderação e protecção de conteúdos, reflectindo assim a influência de um clima político extremista.

 

Como as decisões durante o seu primeiro mandato de Trump afectaram directamente a comunidade LGBT? 

Quais as possíveis repercussões da sua reeleição em Portugal?

Como podemos proteger os direitos conquistados face a uma crescente onda anti-LGBT global?

O crescimento de partidos conservadores tem vindo a aumentar em diversas partes do mundo, e a reeleição de Donald Trump pode dar ainda mais força a esses movimentos.

Na Europa, temos exemplos claros na Hungria e na Polónia, onde os direitos LGBT estão sob ataque, com medidas legislativas que restringem a liberdade de expressão e os direitos das pessoas LGBT.

Recentemente, Elon Musk, um conhecido aliado de Trump, demonstrou apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que tem registado um crescimento significativo nas sondagens. Esta ascensão da extrema-direita na Alemanha é algo que há alguns anos parecia inimaginável, considerando a história política do país e a rejeição generalizada de ideologias extremistas no período pós-guerra.

Em Portugal, a eleição de Trump coincidiu com o crescimento do partido Chega, que é abertamente crítico dos direitos LGBT. Este partido tem capitalizado em discursos populistas e conservadores, reflectindo uma tendência que se observa em outros países europeus. Essa normalização de discursos de ódio e anti-LGBT pode ser utilizada para justificar posições mais radicais, influenciando negativamente a percepção da sociedade em relação à comunidade LGBT.

Grandes empresas como a Amazon ou a Meta (Facebook, Instagram, Threads) alteraram as suas políticas de protecção LGBT e verificação de factos.

 

Como podemos, então, ajudar a combater esta tendência?

Este retrocesso poderá servir para a comunidade LGBT e os seus aliados fortalecerem as suas redes de apoio e advocacia. O aumento do número de pessoas em movimentos como as Marchas do Orgulho demonstra como a união é extremamente importante neste momento.

Apoiar organizações LGBT e promover parcerias que incentivem o sector privado a adoptar políticas inclusivas são passos fundamentais.

Devemos também exigir dos nossos governantes o reforço das leis anti-discriminação, que sejam abrangentes e explícitas, incluindo a regulamentação sobre discursos de ódio online. É crucial monitorizar o cumprimento das leis, implementar campanhas de sensibilização e reforçar a comunicação e a transparência para combater desinformação e narrativas de divisão.

 

É crucial monitorizar o cumprimento das leis, implementar campanhas de sensibilização e reforçar a comunicação e a transparência para combater desinformação e narrativas de divisão.

 

Estas são apenas algumas das acções que podem ser tomadas para garantir a segurança de todos e assegurar que Portugal continue a ser visto como um modelo de igualdade e de direitos, resistindo a retrocessos a nível global.

 

Diogo Araújo 

 

 

Foto: https://pt.depositphotos.com/