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Um espectro assola a Europa

Miguel Vale de Almeida

Não podia ser mais exemplar. Ao mesmo tempo que a equipa portuguesa derrotava a húngara (num estádio que custou uma fortuna corrupta, e onde se ouviram, impunes, insultos homofóbicos contra os jogadores portugueses), o parlamento húngaro (que já não representa de facto o povo, tal o âmbito das mudanças constitucionais feitas por Orbán) aprovava uma cópia da lei da "propaganda gay" russa. 

Trata-se de confundir pedofilia com homossexualidade (onde já vimos isto?) e, à pala disso, proibir produtos, representações, conteúdos, ensino, de tudo o que aluda a questões LGBT a pessoas com menos de 18 anos.

Não vale a pena focar só em países fora da Europa quando se quer exemplos de como a igualdade ainda não se espalhou pelo mundo. Isto passa-se na Europa e, dentro desta, na União Europeia (e o caso não é único, veja-se a Polónia e as suas "zonas livres de LGBT"). Milhares de húngaros protestaram, nós protestaremos certamente na Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa do próximo sábado. Mas o que todos merecemos é um protesto, e com consequências, da União Europeia. Ao mesmo tempo que devemos continuar a marcar golos nos direitos, assegurá-los e acarinhá-los, promovê-los. Propagandeá-los, sim.
Isto passa-se na Europa e, dentro desta, na União Europeia.
Por feliz acaso, hoje mesmo vou falar com professores e outros agentes de educação, sobre questões LGBT na Educação para a Cidadania. Trabalho de formiga, o melhor de todos. Por outro feliz acaso (claro que não é por acaso, é fruto de quem dirige a instituição) a sessão será no Museu do Aljube, o museu que guarda a memória da repressão da ditadura portuguesa. Houvesse já na época da ditadura uma definição de identidades LGBT tão clara e pública como há hoje, e certamente uma Lei Orbán teria sido implementada. Aconteceu ao contrário: é Orbán que se inspira nas ditaduras que assolaram a Europa.
 
 
 
Miguel Vale de Almeida
 

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