Tal como o dezanove.pt tinha avançado em exclusivo no passado mês de Maio, os empresários do ramo LGBTI vão criar uma Associação de Comércio e Turismo. E o nome também já está escolhido: Variações.
A apresentação pública da Variações – Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal decorrerá no próximo dia 11 de Janeiro de 2018 pelas 11 horas no Fórum Lisboa. Os responsáveis da Variações – cujos órgãos dirigentes são constituídos por representantes de negócios de Norte a Sul do país – pretendem promover Portugal como pólo comercial e destino turístico LGBTI de referência e fomentar o crescimento sustentado dos operadores económicos do sector.
Segundo dados da Variações, ao milhão de consumidores LGBTI existente em Portugal soma-se “mais de dois milhões de pessoas LGBTI que nos visitam anualmente, o que perfaz uma estimativa de quase 2000 milhões de receita. Na nota a que o dezanove.pt teve acesso pode continuar a ler-se que este sector “representa actualmente o nicho de mercado com mais potencial de crescimento a nível global apresentando também uma rentabilidade acima da média”.
Tal como António Variações, esta nova Variações assume-se como pioneira em Portugal lembrando que alguns dos seus associados “mantêm casas abertas há 30 e 40 anos ultrapassando obstáculos para manter as portas abertas, mas hoje os desafios são outros”. Na mesma nota sublinha-se que “em outros países entidades públicas e privadas trabalham em conjunto em prol do sector LGBTI” e que a Variações quer fazer crescer o sector das zonas urbanas para o resto do país.
Apoio ao sector e candidatura ao Europride
No seu ano de arranque a Variações apresenta três prioridades: em primeiro lugar a campanha “Proudly Portugal” para estruturar e fortalecer a oferta e promover o país nos eventos LGBTI internacionais e com isso organizar uma candidatura portuguesa a um Europride já em 2021. Um evento deste género pode segundo a Variações “atrair mais de meio milhão de participantes à cidade que o organiza”. Em segundo, a criação de um comité empresarial para incentivar a diversidade e a inclusão como motor de vantagem competitiva em todos os negócios. Terceiro, apoiar pequenas e médias empresas e trabalhadores LGBTI.
“Seremos uma voz credível e audível, a nível nacional e internacional, do mercado LGBTI em Portugal”, diz Carlos Sanches Ruivo, Presidente da Direcção da Variações e fundador do The Late Birds Lisbon – a primeira unidade hoteleira em Lisboa, sob a forma de Gay Urban Resort direccionado para o público gay que visita a capital.
6 Comentários
João Delgado
Uma associação que já vinha a faltar em Portugal a muito tempo
Degeijo a melhor sorte e o melhor sucesso para esta associação.
A única sugestão que eu deixo é que, apesar de ser uma associação comercial, que tentassem apoiar de alguma forma as varias organizações LGBTIs que existem, porque nesse aspecto, penso que alguns espaços comercias podiam apoiar mais este sector
johnny
O nome escolhido tem uma carga simbólica muito importante para a comunidade (o que quer que isso seja) LGBTI portuguesa. Mas, de um ponto de vista de branding, é desastroso, em particular do ponto de vista de parceiros internacionais: imagino todas as contorções dos pobres ao tentarem dizer o nome.
Anónimo
Esta associação só peca pelo aparecimento tardio. Há mais de quinze anos que se fala dela. Seja bem-vinda. E bom trabalho!
Anónimo
Sou só eu que vejo aqui o primeiro passo para retirar as Marchas e os Arraiais das mãos que as fazem há anos…?
João Delgado
Também estou a pensar o mesmo, o que pode não ser necessariamente bom
Não queria ver por exemplo a marcha LGBTI nem ao Arrail Pride entregue a uma qualquer tipo de organização, seja ela comercial ou não(sendo que o Arrail pride fazia mais sentido ser feito com a colaboração dos vários colectivo/organizações, em vez de este pertencer a ILGA), a marcha deve ser um evento que seja de toda a população LGBTI, e não há um parte privilegiada desta, porque vamos ser realistas, mesmo no meio LGBTI, existe descriminação, de varias formas, por exemplo nem toda a gente tem dinheiro para pagar a entrada em algum espaço mais “amigável”, inclusive pessoas a serrem barradas a entrada de alguns espaços por não respeitarem algum tipo de dresscode. Este tipo de coisas nunca podaram acontecer nestes eventos.
Alem disso espero que nunca se tire o espaço que as varias associações sempre LGBTI tiverem neste tipo de eventos, e que são fundamentais para estas, não só em termos de visibilidade e de divulgação do seu trabalho, como em ter mos de obtenção de receitas extremamente importante para o seu funcionamento e financiamento dos seu vários projectos, não as quero ver a serem “engolidas” por uma onda mais comercial. Outra coisa que seria fundamental é que o Arrail Pride continua-se a ser gratuito, aberto a toda a gente, e que o seu objectivo principal continua-se a ser o apoio a comunidade LGBTI e as varias Organizações, que tem tido um apoio essencial em relação a população LGBTI
ângela dinis
poder podiam. assim como o Estado, as autarquias (camaras e juntas freguesia), etc, etc, etc…
mas não o vão fazer. como entidades comerciais que são só querem uma coisa: DINHEIRO.
não mais me vou esquecer do dia em que um segurança de uma dessas casas ditas LGBT nada fez para me defender e à minha namorada de então de um grupo de jovens que nos ofendeu e ameaçou gratuitamente. são espaços LGBT mas para sacar o dinheiro às pessoas LGBT. mexer um dedo por alguém já é demais!