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Wanda Morelly, transformismo e fado vão a Cannes em “A minha vez” (com vídeo)

Wanda Morelly A minha vez Cannes.jpg

É graças à curta metragem “A minha vez” realizada por Diogo Barbosa e rodada no Finalmente Club que o transformismo de Wanda Morelly, um fado de escrito por Flávio Gil, cantado por Susana Cacela e com música de Mário Rui Teixeira que Portugal vai estar representado no mais prestigiado festival de cinema do mundo.

Depois de em Novembro, “A Minha Vez” ter sido a grande vencedora da edição de 2020 do 48 Hour Project Castelo Branco (venceu 9 em 13 categorias), a curta ganhou o Prémio de Melhor Canção no Festival Filmapalooza 2021 no início desta semana. O Prémio Filmapalooza (em que concorreram os vencedores de 134 cidades pelo mundo) distinguiu o trabalho do maestro Mário Rui Teixeira, com letra de Flávio Gil, guitarra portuguesa de Rafael Pacheco, viola fado de Bruno Costa e voz de Susana Cacela . A interpretação drag no palco é de Wanda Morelly, estrela do transformismo bem conhecida da noite portuense.

Mas as boas notícias não ficam por aqui “A minha vez” foi seleccionada para representar Portugal no festival de curtas metragens (Short Film Corner), em Cannes, no próximo mês de Julho.

a minha vez.jpg

A curta-metragem de apenas 8 minutos conta com um elenco de luxo: Anna Eremin, Inês Herédia, Leonor Seixas , Pedro Sousa , Sabri Lucas , Pedro Pernas , Marco Costa , Fernando Pires , Marta Faial e Sofia Nicholson. E ainda as drags Elektra Ashford, Kara Kills e Pedro Rocha.

“O ano era 2020. A pandemia da Covid-19 atacava em força. Em Portugal, como no resto do mundo, a arte e a cultura ficaram de lado, e com elas, vários projectos, vários trabalhos, vários sonhos, ficaram pelo caminho. Porém, no meio da tempestade surge um pequeno raio de luz. Uma ideia que foi germinando. O início de um projecto que mesmo remando contra a maré pandémica foi avançando. E nasce a curta-metragem «A minha vez», a cargo do realizador Diogo Barbosa, que me convidou para ser o actor principal, um projecto que teria de ser feito, segundo as regras dos concursos, em 48 horas. Sem saber tudo o que engloba um projecto deste tipo, aceitei, iniciando uma nova e diferente viagem. Foram horas de muito trabalho, gravações com uma directa em cima do corpo, mas nem o cansaço ia vencer” relata Wanda Morelly a personagem artística a que Alberto Teixeira dá corpo ao dezanove.pt.

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É com satisfação que Wanda Morelly explica a selecção para o Festival de Cinema de Cannes: “Não sabemos o que nos espera, mas sabemos de algo importante: vamos levar com orgulho a bandeira portuguesa a uma das premiações mais importantes no mundo do cinema. Vamos levar a arte drag, (do transformismo, ou do travesti, como quiserem chamar), a uma plataforma gigantesca, vamos mostrar a arte e o que com ela conseguimos fazer. Podemos ser pequenos, podemos não levar nada, mas a representação do nosso país perante um painel internacional e o orgulho de o fazer… isso ninguém nos tirará nunca. E, se a pandemia assim o permitir, lá estaremos a honrar Portugal. Torçam por nós, torçam pela arte, e por todos os sonhos que ainda se haverão de realizar.”

“A minha vez” mostra a história de uma vida dupla, dividida entre o amor à família e o amor à arte. A escolha entre a vivência da vergonha e do tabu, e entre o afago e o aplauso do público. Que sacrifícios fará um pai de família para concretizar os seus sonhos? Que impacto terão esses mesmos sonhos na sua vida pessoal? Uma curta que explora os segredos da natureza humana, os preconceitos e, sobretudo, o amor à arte. Para ver brevemente num noticiário ou festival perto de ti.