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“Este livro deve ser lido por todas as famílias”

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O autor de “A Vila das Cores” conta em entrevista ao dezanove a motivação por detrás do livro. “Destina-se tanto a crianças como a pessoas adultas e deve ser lido por todas as famílias. De certa forma, não é só a homofobia que aqui é abordada, mas também o racismo, o preconceito e a discriminação em geral”, refere Bruno Magina. No próximo Sábado, dia 6, decorre uma apresentação do livro na Casa da Achada (rua da Achada, 11, em Lisboa), a partir das 18h.  “Até ao final deste ano, irei participar em alguns eventos para os quais tenho sido convidado. Em 2015, farei uma tournée em escolas e bibliotecas de vários pontos do país”, destaca.

 

dezanove: Quem é o Bruno Magina?

Bruno Magina. É um jovem de 29 anos igual a tantos outros e ao mesmo tempo diferente de todos os outros. É a soma de várias partes que se complementam e em que a educação, a música e a criação ocupam um lugar especial. É um eterno sonhador…

 

Como surgiu a ideia de escrever um livro?

Devo muito à associação ILGA Portugal que, há cerca de dois anos, lançou o desafio “Um Conto Arco-Íris”. Decidi logo participar, mas a certa altura hesitei pois, além do texto, eram necessárias ilustrações. Um dia, porém, vi uma amiga a fazer desenhos num bloco e decidi que devia mesmo avançar com a ideia, procurando alguém para colaborar comigo no projecto. Foi assim que surgiram a Carolina Figueira (ilustradora) e a Laís Lopes (designer). Na verdade, o gosto pela escrita vem desde muito novo. Escrevi o meu primeiro livro aos 12 anos, que nunca foi publicado, nem será, pois perdi-o por completo… Sempre quis publicar um livro antes dos 30.

 

Onde te inspiraste para esta história?

Para “A Vila das Cores” inspirei-me no conceito “famílias arco-íris” que, neste livro, surge de uma forma particular. Contei com a ajuda de um amigo, Gian Lima, que pertenceu ao Coro e ao Grupo de Teatro da ILGA. Juntos, construímos as personagens deste livro. Depois, foi necessário criar uma história e um desfecho. Eu queria muita cor e alguma fantasia – que todas as crianças adoram –mas ao mesmo tempo algo muito real.

 

Que objectivo pretendes atingir com este livro?

Quero deixar uma mensagem positiva em relação à homossexualidade e à diversidade de famílias e ajudar a combater o bullying homofóbico, sobretudo nas escolas, que é a minha principal preocupação enquanto activista LGBT – se assim poderei chamar-me. O livro destina-se tanto a crianças como a pessoas adultas e deve ser lido por todas as famílias. De certa forma, não é só a homofobia que aqui é abordada, mas também o racismo, o preconceito e a discriminação em geral.

 

Como professor, qual o trabalho que é necessário fazer na Educação em relação às temáticas LGBT?

É fundamental que os professores andem mais atentos ao que se passa na escola, dentro e fora da sala de aula. Acontecem situações tão visíveis e óbvias mas que parece que lhes passam completamente ao lado. Os profissionais da educação não têm de ter medo de intervir, podem e devem fazê-lo! “Só” isso já seria suficiente para dar um grande avanço.

 

É este livro uma forma de os filhos educarem os pais?

Poderá ser, mas também acredito que muitos pais procurem este livro para ler aos seus filhos, de modo a contrariar o que as crianças ouvem e vêem nas escolas.

 

É verdade que as crianças são menos preconceituosas do que os adultos?

Sim, nem que seja porque têm menos anos de vida. Sobretudo, é mais fácil mudar a mentalidade das crianças do que a dos adultos.

 

Qual a receptividade do livro até ao momento?

A receptividade tem sido muito boa, desde a surpresa inicial, até ao orgulho e à aprovação por parte de quem o compra e lê: colegas, ex-colegas, amigos, conhecidos, familiares, amigos de amigos… Aos poucos, vamos recebendo feedback de leitores fora do nosso círculo, o que é óptimo.

 

Como pretendes fazer este livro chegar até mais pessoas?

Para já, estou a fazer várias apresentações ao público em espaços que me são queridos, juntamente com a ilustradora, Carolina Figueira, e o meu editor, Miguel Neto, da Escritório Editora. Temos lido um excerto do livro – que as pessoas adoram – graças às minhas amigas Teresa Amor e Maria José Vito. O Paulo Côrte-Real – que assina o prefácio – também tem apoiado com a sua presença. Por fim, devo também referir o Alberto Jorge, que me ajudou a definir um guião para as apresentações. Em breve, estaremos a promover “A Vila das Cores” nas lojas Fnac, onde o livro já se encontra à venda. Até ao final deste ano, irei participar em alguns eventos para os quais tenho sido convidado. Em 2015, farei uma tournée em escolas e bibliotecas de vários pontos do país, que estou já a preparar. Também estou a estabelecer contactos no estrangeiro, aproveitando o facto de o livro incluir uma versão do texto integral em inglês.

 

Podemos esperar mais livros do Bruno Magina?

Certamente que sim. Tenho vários trabalhos preparados que estão prontos e aptos a ser publicados… a seu tempo.

 

André Faria