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Os Gay Games de Paris 2018 vieram apresentar-se a Lisboa

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Será o maior evento desportivo gay friendly do mundo e acontece daqui a um ano em Paris. Os Gay Games entram na sua 10ª edição entre 4 e 12 de Agosto.

Pascale Reinteau, Vice-Presidente da organização dos Gay Games 2018 esteve em Lisboa e explicou ao dezanove.pt o que move esta celebração desportiva em torno da diversidade que abarcará 36 modalidades e 14 eventos culturais nos mais prestigiados espaços da capital francesa. O convite para esta apresentação surgiu da associação portuguesa Boys Just Wanna Have Fun (BJWHF), que pretende levar atletas portugueses no próximo ano a Paris. A BJWHF, em conjunto com o grupo MOVE da ILGA Portugal, pretende apoiar a participação de atletas com menos possibilidades a este evento pois é disso que se trata, explica Pascal: “Este não é só um evento desportivo que não discrimina em função da orientação sexual, mas tenta ser inclusivo numa série de outros aspectos: promovemos a integração de atletas independentemente da idade, origem geográfica, acessibilidades, sejam portadores de VIH, não tenham possibilidades económicas ou da sua identidade de género”. E prossegue: “Neste momento ainda só temos 20 por cento de participações femininas” lamenta. “Tal como os jogos olímpicos estamos abertos a todos, com a garantia que se trata de uma prova desportiva sem homofobia. O que interessa é darmos o melhor de nós em termos desportivos”, e concretiza relembrando o episódio da atleta de 99 anos que completou os 100 metros sprint nos últimos Gay Games de Cleveland ou dos casais do mesmo sexo que aqui podem participar em pares na natação sincronizada.

“Quando temos atletas originários de países onde a homossexualidade é punida por lei arranjamos vistos junto dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e tentamos minimizar o risco de identificação desses atletas”, responde ao dezanove.pt a vice-presidente da Paris 2018.

Gay Games Paris 2018.jpg

Serão 3000 os voluntários envolvidos numa equipa que só no último ano integrou 5 pessoas remuneradas que desenvolveram toda uma candidatura pelo amor ao desporto, explica Pascale. “Tivemos o apoio do Turismo de França, embaixadas, de várias figuras públicas como Jean Paul Gauthier ou de Laura Flessel [ministra do Desporto e antiga campeã de esgrima nos Jogos Olímpicos de Atlanta]”. Trata-se de um projecto que, ao fim e ao cabo, é da sociedade civil francesa”, remata a também atleta de basquetebol, ténis e corrida.

 

“Trata-se de um projecto que, ao fim e ao cabo, é da sociedade civil francesa”

O orçamento deste evento ronda os 6 milhões de euros e é partilhado entre entidades públicas, patrocinadores e participantes. Aos participantes é pedida a contribuição de 160 euros, valor que vai aumentando à medida que se aproxima a data de realização do evento. Pascale fez questão de detalhar publicamente o orçamento, explicar que o evento é sustentável e que pretende também combater o ódio surgido contra as pessoas LGBT aquando da epidemia da sida, um pouco para homenagear o fundador do Gay Games. Esta competição, surgida em 1982, em São Francisco, pelas mãos do atleta olímpico norte-americano Tom Waddell contou com 1350 participantes. Três anos depois Waddel foi diagnosticado com VIH/sida mas ainda foi a tempo de ganhar uma medalha de ouro nos jogos de 1986 no arremesso do dardo. Waddell viria a falecer um ano depois.

No próximo ano, e ao longo de 8 dias, esperam-se 15 mil participantes espalhados por 55 locais parisienses no que será o record desta iniciativa.

Paulo Monteiro

 

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