opinião

Bem-vindo, Paulo Rangel! Agora, um pedido de desculpas

O próprio conceito de Democracia [dēmokratía: demos (Povo) + kratos (Poder) = o poder do Povo] implica a ideia de que o poder político deriva da vontade popular – isto é, que o poder político segue a vontade popular. 

Em certos casos, porém – e ainda bem que assim é, ou a Democracia seria o mero exercício da ditadura dos números – o poder político precede a vontade popular e, pelo contrário, serve como acelerador de mudanças que, ainda não colhendo uma maioria na sociedade, precisam ser materializadas, para conduzir essa mesma sociedade em direcção ao Progresso. 

Dizer “Progresso” é o mesmo que dizer o futuro, que é o mesmo que dizer “o que a sociedade ainda não experimentou”, o que ela desconhece e a que – como comodista que o ser humano é, patologicamente avesso à mudança – resiste.

Esta verdade é particularmente importante para grupos historicamente discriminados, que têm ainda que construir um verdadeiro sentido de auto-estima, de comunidade, de pertença, de identidade e que raramente ou nunca se vêem representados nas diversas formas de poder directo ou indirecto, de modo a verem os seus direitos salvaguardados. 

É por isso mesmo que hoje se fala tanto em promover a representatividade das minorias sexuais, étnicas, religiosas, etc. – e mesmo das mulheres que, não sendo minoria, continuam a ser minoritarizadas (isto é, a ser tratadas como párias do poder, do respeito, da integridade física, emocional, social, da legalidade, até, tal e qual como as minorias de facto) – tema que ramifica na discussão da importância das quotas, no tema da interseccionalidade, etc.

Representatividade é um factor fundamental – seja para a criação e consolidação desse mesmo sentido de comunidade, catalisador de sinergias, nos colectivos visados; seja, já ao nível individual, para inspirar e abrir perspectivas, criar auto-estima, ousadia e intrepidez.

Ao mesmo tempo, e já do ponto de vista externo à comunidade, a representatividade diversifica o carácter das representações dessas comunidades no imaginário colectivo da população em geral, contribuindo para o combate ao estigma. Estes três vectores juntos geram um ciclo virtuoso que ajudará, por sua vez, outros talentos a surgir, acelerará novas sinergias, novos movimentos, novas conquistas, rumo à igualdade – e assim sucessivamente.

Posto isto, é impossível contornar o facto que a comunidade LGBTQIA+ tem historicamente dependido, nesta luta pela conquista da sua cidadania plena, do trabalho anónimo, de sacrifício pessoal, de activistas individuais, e do trabalho de voluntariado de alguns grupos mais ou menos duradouros, mais ou menos efémeros, que se empenham em chamar à atenção do Povo e de quem realmente exerce o poder (os políticos), para os desafios e obstáculos que a comunidade atravessa.

E a maioria desses políticos não é da comunidade. São homens (e algumas mulheres) brancos (na maioria), cisgénero (todos) e heterossexuais. São aliados: pessoas que não precisavam de se estar a incomodar com estas coisas, porque não as afectam directamente; pessoas que, movendo-se por um sentido de justiça e de dignidade, se atravessam pela comunidade – quantas vezes, a custo pessoal. 

Mas a comunidade LGBTQIA+ não pode continuar a depender da boa vontade de aliados, por mais que lhes deva todo o carinho. Maniatada durante décadas com o epíteto do “lobby gay” e da “maçonaria LGBTQIA+”, a comunidade acanha-se, na altura de exigir que o poder político a sirva, tal como serve qualquer outro grupo de interesses. E, contudo, ainda estou para descobrir onde anda esse lobby gay. Onde se reúne, quais são os seus gestos secretos e de que cor são os seus aventais. É que ouço falar dele, mas continuo sem o ver.

Em contrapartida, o lobby homofóbico, o lobby transfóbico e todos os seus derivados, esses, sim, estão bem escancarados, quando se opõe ao casamento igualitário, quando se opõe ao direito a adoptar, a dar sangue, a não ser discriminado no local de trabalho, etc. com argumentos intelectualmente desonestos como “não tenho nada contra, desde que eu não veja” ou “tudo bem terem direitos… mas não já”.

O lobby LGBTQIA+fóbico autoriza a violência contra as pessoas da comunidade, minora o crime de ódio, normaliza o preconceito na hora de ser contratado ou de procurar casa, o bullying no próprio seio familiar e nas redes sociais, e a violência e discriminação que os membros da comunidade internalizam e que exercem depois sobre si mesmos e sobre outros membros da comunidade.

É por isso que é altura de as pessoas LGBTQIA+ perceberem o que os que os odeiam já perceberam há muito: que a sua realidade, como qualquer outra em sociedade, é uma realidade política; e que, como tal, a luta pelo respeito, pela integração, pela segurança, pela igualdade, pela cidadania e felicidade plenas só pode ter uma solução política, que conquiste o acesso ao poder para a comunidade, sem intermediação

Isto implica participar em movimentos políticos, em manifestações, em criar publicações, tertúlias, procurar conhecer a história da comunidade, os seus heróis, etc., sim, mas também sair da obscuridade e encabeçar candidaturas ao poder, sem medo de assumir a sua natureza LGBTQIA+, gerar representatividade, e abrir caminhos e quebrar tectos de vidro para todos. Os LGBTQIA+ não cidadãos apenas quando pagam impostos. 

E, se for o caso de se ter uma inclinação mais privada – nem todos temos interesse em ser pessoas públicas – começar a votar mais criteriosamente. Isto é, votar em políticos que demonstram um histórico de estar ao lado da comunidade e que efectivamente se comprometem com ela. Que explicitamente listam políticas em defesa da comunidade no seu programa. E cobrar-lhes, se e quando falharem essas promessas. 

Isto porque a representatividade pela representatividade é pura sofística. Que nos importa haver políticos homossexuais, como Adolfo Mesquita Nunes, quando ele é cada vez mais um pária no seu CDS-PP – um partido cada vez mais radicalizado e parecido com um outro, que fere e escarnece a própria base da nossa Democracia Moderna e Humanista? De que serve um Manuel Luís Goucha, que normaliza fascistas de cruzes suásticas tatuadas no braço, condenados por crimes de ódio, apresentando-os no seu programa, como “bloggers que escreveram umas coisas polémicas”? De que serve a qualquer comunidade um Luc Mombito, a servir de Pai Tomás ao seu grande amigo, que se está “nas tintas para a nossa Constituição”?

E de que serve à comunidade um Paulo Rangel, que sabendo o que era e sempre foi, integrou um partido que cultiva uma homofobia fofinha, que até das aulas de cidadania e das casas-de-banho fez mais um pretexto para agredir uma comunidade sistematicamente oprimida – não para o mudar por dentro, tornando-o mais tolerante – mas para fazer o jogo do opressor?

Há algumas inverdades que estão a ser ditas para branquear Paulo Rangel neste momento de euforia: Paulo Rangel não é um Adolfo Mesquita Nunes. Paulo Rangel não se assumiu porque era o momento certo para ele; muito menos se assumiu porque ganhou um súbito sentido de comunidade.

Paulo Rangel assumiu-se porque está a ser alvo de uma campanha suja – sublinho “suja” – movida de dentro do próprio partido, que começou com a revelação do sabujo vídeo dele bêbedo na rua, porque, imagine-se… o gay teve a ousadia de se candidatar à liderança desse mesmo partido… e vale tudo, aparentemente.

Assumiu-se porque subitamente percebeu o que a comunidade de que ele faz parte – e que ele reiterada e solenemente ignorou – sempre soube: que uma característica sua pode ser instrumentalizada contra ele, limitando-lhe a carreira e o potencial. Como nos tempos da “arrebenta”, da P.I.D.E., a prática que a Polícia tinha, no Estado Novo, de chantagear pessoas para não as expor como homossexuais, destruindo-lhes a vida. Bem-vindo, Paulo Rangel. Sente-se, caro Deputado, e peça alguma coisa para beber.

Paulo Rangel assumiu-se não por coragem, mas porque era o menor de dois males no momento. Assumiu-se antes que o expusessem, retirando poder a quem queria instrumentalizar a sua sexualidade contra ele – o que qualquer Relações Públicas, acabado de sair da Faculdade, lhe teria dito para fazer. E assumiu-se porque podia. E podia por causa do trabalho dos tais activistas, dos tais grupos e dos tais aliados. Nada do que ele é. 

Paulo Rangel é um privilegiado que não depende de um patrão homofóbico, cujas piadinhas tem de tolerar, se quer manter o emprego; que não tem de andar de transportes públicos onde alguém pode fazer uma cena, porque está a falar com o seu namorado; não tem de pensar duas vezes quando entra numa casa-de-banho. Em Bruxelas, nenhum polícia vai fazer um escândalo porque ele está no jardim com o seu namorado.

Como privilegiado que sempre foi, Paulo Rangel vivia na ilusão que seria sempre “um dos rapazes” e que a sua sexualidade “não faria diferença” – até porque fez bastante por «manter o seu lado gay para si», para não perturbar os homofóbicos com quem ele se senta à mesa. É o tipo “discreto e fora do meio”, que está nas apps de engates sem fotografia. Vai ao piquenique, mas não quer lidar com as formigas. Justiça lhe seja feita, ao menos poupou-nos da vergonha alheia de estar casado com uma mulher, enquanto vivia uma vida dupla pela calada.

Se fosse isso, já seria questionável. Mas é que Paulo Rangel não é simplesmente uma pessoa que teve de lidar com o seu drama pessoal, com o estigma, etc. em silêncio e em neutralidade: Paulo Rangel foi uma pessoa que votou activamente contra a comunidade e hoje parasita do bom trabalho dos activistas, dos grupos e dos aliados que ele mesmo combateu. Paulo Rangel votou para manter a comunidade LGBTQIA+ numa condição de cidadania de segunda. Porque “a sociedade ainda não estava preparada”. 

Talvez tenha sido por causa disso. Ou talvez porque nenhuma das lutas que a comunidade travava no momento se cruzavam com algum dos seus interesses pessoais: não queria casar, não queria adoptar… não era com ele. Paulo Rangel não entendeu que não lhe perguntaram se ele queria casar ou adoptar crianças. 

E por não ter entendido a pergunta, o que ele respondeu foi que outros, semelhantes a ele, não podiam ter direito a essa opção. Escolheu fazê-lo, não porque ele não se quis assumir, mas porque ele não foi capaz de entender que ter ajudado a passar essas reformas mais cedo, talvez contribuísse para mais depressa acabar com o estigma de que ele agora se vê vítima. Para o fazer, ele nem precisava de se ter assumido. Bastava ser decente. Se não fosse por decência, por egoísmo, Paulo Rangel. 

Podia ter-se feito passar por um aliado, como muitos políticos que são da comunidade e que, ainda hoje, como ele, têm medo de se assumir, por causa da factura política que daí lhes pode advir – não vão os preconceituosos filiá-los à força no tal lobby LGBTQIA+. Ainda hoje. Em 2021. Políticos que, como ele, também passaram ou estão a passar por processos de auto-aceitação, mas que, ao menos – e ao contrário dele – trabalha(ra)m pela comunidade, não contra ela. Essa é a covardia de Paulo Rangel. Não é o facto de só se assumir agora.

E muito menos o «pecado capital» de Paulo Rangel é ser um gay de Direita. Adolfo Mesquita Nunes, dois anos antes de se assumir, teve a coerência e a coragem de ser o único Deputado do CDS-PP – um partido, em teoria, ainda mais Conservador que o PSD, que teve um ataque histérico colectivo por causa de uma simples passadeira às cores – a votar a favor da adopção de crianças por casais do mesmo sexo. E só depois se assumiu. Porque quis.

O pecado capital de Paulo Rangel é que sendo um gay de Direita, não fez nada para tornar a Direita mais tolerante, não fez nada para a trazer para a luta pelos Direitos Humanos, que é toda a luta contra o preconceito e a discriminação. Pelo contrário, serviu a causa dos LGBTQIA+fóbicos.

O pecado capital de Paulo Rangel é que sendo um gay de Direita, não fez nada para tornar a Direita mais tolerante, não fez nada para a trazer para a luta pelos Direitos Humanos, que é toda a luta contra o preconceito e a discriminação. Pelo contrário, serviu a causa dos LGBTQIA+fóbicos.

Por isso é que enquanto eu, com a mais profunda sinceridade, me junto ao coro de solidariedade que se levantou para o acolher, neste momento mágico – tantas vezes trágico, para outros, menos privilegiados do que ele – em nome dessa mesma sinceridade, não confundo as coisas, nem sou hipócrita como ele. Não me permito. Não posso.

Em nome dessa mesma sinceridade, não posso esquecer o dano que ele sistematicamente causou à sua própria comunidade (uma comunidade que, para muitos, foi o único lar e família que alguma vez tiveram e de que ele tem a inanidade de julgar poder prescindir) e não deixo de lhe apontar estas verdades.

A comunidade LGBTQIA+ precisa de políticos que a representem positivamente e com coragem. A comunidade LGBTQIA+ precisa de políticos LGBTQIA+ que lutem por ela. A comunidade LGBTQIA+ tem de ter pleno acesso à Democracia, porque a comunidade LGBTQIA+ também é Povo. A comunidade LGBTQIA+ precisa de ti, que te deste ao trabalho de ler até aqui.

A comunidade LGBTQIA+ não precisa de Paulos Rangel. A comunidade LGBTQIA+ não deve nada a Paulo Rangel. Paulo Rangel é que deve muito à comunidade, aos seus grupos de trabalho, aos seus activistas anónimos, aos seus aliados. Para começar, um largo pedido de desculpa.

 

João Barbosa, Especialista em Comunicação, Estratégia Digital e Marketing

 

34 Comentários

  • Anónimo

    Paulo Rangel, um oportunista sem espinha dorsal que reagiu agora a toque de caixa apenas para garantir a sua sobrevivência política, e não por qualquer convicção de valores sociais. E ficaria muito surpreendido se no futuro fosse diferente. Não tinha grande simpatia antes, continuo a não ter.

  • Amigo

    Aqui no Brasil, temos e tivemos, parlamentares, inclusive no Congresso Nacional, homossexual, onde o mais polêmico e de uma inteligência impar: Clodovil Hernandez (que foi Estilista e Apresentador de TV) serviu de exemplo a todos nós que “ser assumido” e autêntico pode chegar ao Legislativo Nacional! Não definiria como “lobby” que por convenção está atrelado a interesses de categoria profissional ou política, mas de dar espaço a todo Cidadão, “pagador de impostos” e que é “força de trabalho”, Independente da vida sexual e conjugal que tenha!

  • Anónimo

    Sendo que se não estás a favor estás contra… e és ostracizado como faziam com os homossexuais, a técnica é praticamente a mesma, pressiona-se quem não servir os interesses, se este não responder como a lobby quer, despreza-se e deita-se a baixo… Que moral!

  • Anónimo

    Como sempre, a superioridade moral…
    Só a esquerda sabe:
    – Gerir (e vê-se bem pelo numero de banca rotas que já deixou de herança)
    – Compor música, teatro, escrita, dança, …
    – Defender a natureza
    – Defender os pobres e oprimidos
    – Defender os trabalhadores
    – …

    Agora até só a esquerda sabe ser homosexual …

  • Anónimo

    PARABÉNS, a unica palavra que me ocorre, porque neste momento, eu própria me sinto mesquinha, perante a dignidade do autor deste texto
    Cris.pt

  • José Sargaço

    É pá os gajos de direita nem sabem ser gays a sério.
    Gays bons são os de esquerda, aliás nem devia ser permitido ser gay e ser de direita, escolhia ou é de direita ou é gay, assim é que não.

  • Anónimo

    ainda bem que isto é só a sua opinião… o loby gay não o consegue ver nem sabe o que é, mas o loby homofobico já sabe que existe, basicamente, e é só uma opinião, como a sua, cada qual “vê” o que mais lhe convem….e interessa.

  • Anónimo

    Confesso, após ler este texto, que a minha opinião sobre Paulo Rangel ficou mais “lúcida”. (Declaração de interesses: sou social democrata; sou heterossexual). Continuo a gostar do político, mas o homem precisa de mais coragem. O conteúdo do texto é fantástico, abrangente e esclarecedor. Julgo que não sou homofóbico, racista ou misógino. Mas sei que não serei juiz em causa própria. Terei que perguntá-lo aos homossexuais, mulheres e não-brancos que convivem comigo. Por último, tenho que discordar da única frase/expressão que não colocaria “A comunidade LGBTQIA+ não precisa de Paulos Rangel.” Talvez “A comunidade LGBTQIA+ precisa de Paulos Rangel com coragem”. Assim não sentencia alguém que tem direito a melhorar. Tudo o mais, repito, é exemplar.

  • Anónimo

    Venho aqui assumir a minha heterossexualidade.
    Por favor, não me descriminem.

  • Carlos Marques

    Que grande texto. Subscrevo a 99%, palavra por palavra, do início ao fim. A parte que me incomoda foi a sua tolerância para com o alcoolismo, sem apontar, também aí, a hipocrisia deste deputado, que apoiou que mandam para a prisão quem tem uma planta em casa… Uma hipocrisia aliás partilhada por quase todos os portugueses, excepção feita a uns quantos médicos de oncologia que receitam há anos essa mesma planta à revelia do sistema hipóceita e, sei de experiência pessoal, salvam vidas, pois abrem o apetite e dão outra disposição a quem combate em simultâneo a doença (cancro) e o tratamento (quimioterapia).
    E é também de infeliz experiência pessoa que sei o mal que o alcolismo faz, ao ponto da minha vontadw ser a da prisão de quem lucra com esse vício que pode ser fatal, por exemplo os donos de bares que continuam a vender álcool a pessoas quase em coma.
    Tirande este “pequeno” pormenor, subscrevo os restantea 99% do texto. Você conseguiu ir a todos os pontoa, ver todos os ângulos da questão, e ser justo para todos os lados. Talvez faltasse só referir que pertidos estiveram na luta LGBT+, pois tenho visto uma certa Direita com o topete de criticar a “homofobia da Esquerda” sempre que alguém faz a mesma análise que você fez: chamar hipócrita a Rangel e tirar a óbvia conclusão de que ele ( que é sempre bom relembra foi camarasa de Orbán da Hungria e Duda da Polónia) deve um pedido de desculpa à comunidade toda, e à LGBT+ em particular.
    PS: sou homem heterosexual.

  • Anónimo

    Ninguém foi ou é proibido de ser gay e de direita. O que o artigo diz é que Paulo Rangel não só faz parte de um partido assumidamente homofóbico como votou ao lado desse mesmo partido, votando contra os direitos LGBT, em diversas ocasiões. Percebeu ou precisa de um desenho?

  • Anónimo

    A “inferioridade moral” está demonstrada em comentários como o seu. Não sei se sofre de amnésia, mas eu lembro-me da governação de Passos Coelho. Também me lembro de todas as vezes que a direita votou contra os direitos LGBT. E deixe-me recordar-lhe que o governo de António Costa não é de esquerda mas do centro.
    E sim, só a esquerda sabe defender a natureza, defender os pobres e oprimidos e defender os trabalhadores. Ao menos nessa parte do seu comentário disse algo acertado.

  • Anónimo

    Além de saber essas coisas todas, a esquerda sabe escrever, pois nunca escreveria banca rota, porque o termo certo é “bancarrota”, Para além de mal escrito, torna-se óbvio que não sabe do que está a falar, pois a ideia de que houve três bancarrotas em Portugal é completamente falsa. Quanto ao resto que diz só mesmo para rir se acha que a direita defende os trabalhadores e o ambiente…rir porque significa que nem sequer tem ideia do que é direita e esquerda, das suas posições na sociedade, da sua génese à atualidade. Quanto à homossexualidade, não sei se uma pessoa de esquerda sabe melhor o que é, que uma direita, mas sei que a esquerda normalmente respeita os direitos e os individuos homossexuais, enquanto que a direita os ofende e despreza sistemáticamente.

  • Anónimo

    Eu também não nutro simpatia por Paulo Rangel. Como ser humano, tem o direito, não só a assumir a sua orientação sexual, como a relacionar-se com quem quiser. Como político, representa o partido que representa, partido esse que sempre votou contra os direitos LGBT e ainda hoje, ao lado da restante direita portuguesa, inventa falsas polémicas porque não sabe como ganhar votos.

  • Tri

    Excelente texto.
    Subscrevo na integra.

    Mais do que dizer ‘eu sou’, são as atitudes que tomas, as ideias que defendes que são mais relevantes e que podem, ou não, ter impacto.

  • Gy Blade

    O Paulo Rangel tentou uma manobra de diversão (um político está sempre um passo a frente!) para se tentar manter á tona: a sua homossexualidade é um assunto da esfera privada mas que ele decide lançar neste momento para ter o apoio da comunidade LGTTQIAEDPCMRPTMEO+, para sua proteção de eventuais ataques. Mas na verdade as critícas/ataques só poderão ser na sequência do vídeo, filmado em Bruxelas e publicado – sem o seu conhecimento e consentimento, mas muito ilucidativo – em que surge completamente embriagado. Mas Bruxelas é o local onde ele está como deputado europeu em representação de PORTUGAL e do povo português. Isto é gravíssimo e uma vergonha nacional. Só que o tal vídeo por ser “sabujo”/ilegal/viral nunca vai ser referido frontalmente. Assim, todas as críticas à sua conduta vão ser direccionadas como ataques “à sua coragem de revelar frontalmente a sua esfera privada” e, obviamente vai-se escudar e ser defendido pela comunidade – sem que ela se aperceba (e importe??) de ser usada para ele fugir à vergonha e suicídio político que é ser filmado naquele estado em representação da nação, E depois admiram-se de ouvir dizer que “os povos do sul gastam o dinheiro em sexo/mulheres e vinho”!!!

  • Anónimo

    Belissima opiniao. Uma critica verdadeira mas e o eterno problema porque qualquer pessoa muitas vezes esquece que a sua liberdade termina quando a do proximo comeca e isso serve para tudo mesmo para a sexualidade das pessoas. Estamos no seculo XXI. Quando iremos comecar a deixar de julgar o proximo e sim amar, repeitar e aceitar a diferenca.

  • s o s

    nunca gostei do Rangel, ele assumir-se, nao muda a minha opiniao anterior , de que nao presta.

    O post é interessante, mas tambem muito extenso, para quem nao le duas linhas ao mesmo tempo.

  • Anónimo

    Fico um pouco farto de tanto homossexual, que na sua ânsia de defender os direitos da comunidade, se torna um “fundamentalista”, criticando, julgando e escarnecendo de quem, também sendo, vive de forma diferente sem embandeirar em arco.
    Haja paciência…

  • Vera Tecla

    Obrigada pela clareza do seu ponto de vista.
    E pelos pontos nos ‘ i’s.
    Esta luta não “é minha” (eu tenho outras), mas É, e sempre foi, na medida em que efetivamente se trata de Direitos Humanos. E sublinho:
    Direitos DOS SERES Humanos.
    Embora como sabemos existem
    Seres Humanos muito DesHumanos.
    Gostei muito de vos ler.

  • Vera Tecla

    Sim, o Clodovil Hernandez era (e será sempre) um Senhor. Era um Gentleman. Vale a pena conhecer quem não conhece. Paz à sua Bonita Alma.

  • Anónimo

    Como é que o dezanove aprovou este comentário que usa termos como “lobby”? Os administradores do dezanove dormem em serviço?

  • Anti-idiotas

    Incrível que o dezanove aprovou um comentário de alguém que diz que está “farto de homossexuais”. A esse comentador só lhe digo que deixe de ver pornografia gay. Aos administradores do dezanove pergunto-lhes se bateram com a cabeça.

  • johnny

    Comentário um bocadinho simplista e vazio de conteúdo… o problema é tão complexo e tem tantos ângulos possíveis de abordagem…

  • Anónimo

    Texto pateta. Mas a orientação sexual tem alguma relação com a sensibilidade política? Isto ou é burrice ou desonestidade intelectual. Porém, o «povoléu» consome. Já agora essa coisa da democracia é bem mais complexa do que essa pseudo cultura com que abriu.

  • Anónimo

    Como é que o dezanove permite comentários que usam termos como “loby gay”? Os administradores do dezanove, para não variar, dormem em serviço!