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Com certeza que alguns (ou muitos) dos leitores já se depararam com esta situação. Acredito mesmo que alguns padeçam deste "mal". Fimose. É este o nome que a medicina dá quando o nosso amigo tem um casaco muito apertado.

Do grego phimosis, que significa colocar uma mordaça ou garrotar, esta condição clínica acontece a todos os homens quando nascem. Designa-se por fimose fisiológica. O menino quando nasce tem naturalmente um estreitamento do prepúcio, situação que tende a ser resolvida até aos três ou quatro anos de idade. Factores como o crescimento do corpo do pénis, a acumulação de secreções epiteliais, as erecções intermitentes ajudam a resolver esta situação. E mesmo que resistam a estes factores, a puberdade e a masturbação dão o empurrão final para a retracção completa do prepúcio. Mas e quando isso não acontece?

Existem vários tipos de prepúcio e que condicionam o tipo de fimose:

Tipo I - Leve retracção sem que se veja a glande;

Tipo II - Exposição do meato uretral com retracção ligeiramente maior do prepúcio; 

Tipo III - Exposição da glande até a sua parte média;

Tipo IV - Exposição da glande até a corona; 

Tipo V - Exposição fácil de toda a glande, incluindo o sulco balano-prepucial, sem as aderências encontradas nos tipos anteriores.

Se o seu companheiro se enquadra no tipo V não tem nada com que se preocupar. Mas e se não for?

Situações como erecções dolorosas, insatisfação no acto sexual, baixa higiene, sangramentos frequentes e dificuldades na micção podem ser alguns dos sintomas que esta patologia provoca e que são indicadores para a circuncisão (ver artigo anterior). Não esquecer acima de tudo que o homem deve sentir-se confortável consigo mesmo e que uma situação destas pode provocar uma auto estima mais... retraída.

Por outro lado, e a longo prazo, o cancro peniano e do colo uterino, as infecções urinárias de repetição e mesmo a transmissão de IST são possibilidades no horizonte quando na presença da fimose.

Insisto mais uma vez na auto-observação do corpo. Ninguém melhor que nós para nos conhecermos em profundidade. E quanto mais cedo nos conhecermos, mais cedo nos podemos ajudar.

Por isso mesmo, e em jeito de conclusão, fica a pergunta: Quando foi a última vez que "lhe puxou o capote"? 

 

Como sempre, façam tudo, mas façam seguro!

Enfermeiro Carlos Gustavo Martins

 

Fontes:

http://www.cirurgiaplasticanet.com/fimose/

http://www.apurologia.pt/acta/2-2006/fimos-circ.pdf

http://fimose.net/