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“É provável que saia o Ministro [da Defesa] em vez do CEM [Chefe de Estado-Maior] em causa”

É a frase do dia e pertence ao general Garcia Leandro, Tenente-General, que escreveu uma carta aberta e que foi publicada no Diário de Notícias. Mas não é o único militar a pedir a demissão de Azeredo Lopes, Ministro da Defesa. Também o militar de Abril, Vasco Lourenço, o faz num artigo de opinião publicado no jornal i. A polémica que envolve os militares e o Ministro da Defesa parece estar para durar.

 

dn.jpgA semana passada Azeredo Lopes pediu esclarecimentos ao Exército na sequência das declarações do antigo subdirector do Colégio Militar, o Tenente Coronel António Grilo, ao Observador. Em consequência deste caso o General Carlos Jerónimo, então Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) apresentou a sua demissão ao Presidente da República que a aceitou de imediato.

 

Os militares acusam o ministro de “exigir a demissão” da direcção do Colégio Militar. Este diz que ainda aguarda esclarecimentos. O Diário de Notícias teve acesso a um documento interno do ministério que  descreve cronologicamente todo processo. As declarações do então subdirector do Colégio Militar ao Observador “podem passar uma ideia de resignação ou, até, conivência da direcção perante a eventual existência de práticas discriminatórias naquele Estabelecimento Militar de Ensino”, diz o documento. Quando a demissão do CEME é apresentada o Exército enviou uma mensagem ao ministro, que entretanto foi tornada pública, e que fala de “honra” e “responsabilidade”, mas sem nunca referir as polémicas declarações sobre eventuais discriminações aos alunos homossexuais do Colégio Militar.

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Num artigo do jornal i, o antigo militar de Abril, Vasco Lourenço, também aperta o cerco ao Ministro “O desejável é que os generais que venham a ser convidados a seguir digam que não”. O antigo militar espera mesmo que Azeredo Lopes não encontre um substituto para o cargo de CEME e felicita a atitude tomada  general Carlos Jerónimo e critica a atitude do ministro, para além disso, manifesta preocupação.
No mesmo artigo o coronel Manuel Pereira Cracel, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas afirma que o CEME se demitiu por “ter sido repreendido na praça pública, por causa de uma situação que exigiria reserva. Não é assim que se fazem as coisas nas Forças Armadas”.

Entretanto Azeredo Lopes já terá começado a procurar um substituto para o cargo de CEME. Mas polémica promete não ficar por aqui. A descredibilização do Ministro da Defesa perante os militares é notória. Aguarda-se que o Primeiro-Ministro tome uma posição, ou apoie o seu ministro ou apoie os militares. As cenas dos próximos capítulos continuam dentro de dias.

Imagens: Primeira, logotipo do Colégio Militar. Segunda, manchete do Diário de Notícias de hoje, 13 de Abril. Terceira, parte da capa do jornal i de hoje, 13 de Abril.

Luís Veríssimo

13 Comentários

  • Anónimo

    Portugal não precisa de exército para nada. Se estes imbecis querem ser homofóbicos, que arranjem emprego no Vaticano.

  • Senhor Anónimo

    Os tipos da esquerda caviar, não usam a mona. Pensam com a foice, o martelo e a estrela vermelha. São retroescavadoras do comunismo e do socialismo. Vai tudo à frente e sai asneira.
    Se o MD encostou os militares à parede por causa das palermices da miudagem do CM, o ME devia seguir-lhe o exemplo e encostar à parede os directores de todos os agrupamentos de escolas em que a miudagem faz as mesmas palermices. Não encosta, porque caía o Carmo e a Trindade na CGTP, e nos interesses financeiros da CGTP, a esquerda não deixa e o governo cai.
    Mas a queda, felizmente, não deve tardar.

  • Anónimo

    Ó Menina Anónima, mas a esquerda caviar não era o BE? O seu ódio à esquerda é tanto que até se confunde toda.

  • João Miguel Gomes Delgado

    Confesso que fico muito preocupado quando veijo este tipo de declarações, vindas de um Tenente General das forças armadas
    “Estes alunos não são adultos e obviamente que estão ainda em formação física, intelectual, comportamental e de carácter; aquilo que a Constituição declara sobre comportamento sexual de qualquer cidadão não se pode aplicar de modo cego para estas idades”

    Como Português fico muito preocupado em ver estas atitudes das nossas forças armadas, que em ultima instncia são eles que deveria nos defender

  • Alfredinho

    deiche estare cu da çenhoura taobem e muinto consterutivo

    que santa engracia de saragosa a aprotega
    Alfredinho um seu criado

  • Filipe

    Precisa sim. Em caso de catástrofe natural, incêndios, cheias, chama quem?

  • Filipe

    Há uns anos, num semanário entretanto desaparecido chamado O Jornal, Pedro Ayres Magalhães – dos Madredeus, dos Heróis do Mar e autor de muitas e boas letras dos respectivos repertórios – na sua qualidade de ex-aluno do Colégio Militar “revelou” que era trivial a prática de relações sexuais (aparentemente voluntárias) entre alunos “do seu tempo”. Na altura isto criou um pequeno tumulto. Como se Magalhães tivesse dito uma grave mentira ou como se essas situações afectassem uma qualquer “moral” militar e tivessem alterado o curso dito normal da natureza.

    Fonte: http://portugaldospequeninos.blogs.sapo.pt/2312689.html?thread=12451569

  • Anónimo

    É aprovando este tipo de comentários que o dezanove mostra não possuir muita credibilidade.

  • Anónimo

    Onde é que esteve o exército nos incêndios de 2017 que causaram 105 mortos?
    Os bombeiros sim, esses são soldados merecedores de respeito, os soldados da paz.