Um grupo de empresários com interesses no segmento gay pretende criar uma Câmara de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal ainda este ano. Esta será a primeira vez que este sector económico se organiza formalmente.
De acordo com informação a que o dezanove teve acesso, a nova entidade tem como objectivos a defesa e promoção das actividades comerciais do sector económico LGBTI, promover Portugal como um destino turístico LGBTI e formar e envolver o tecido empresarial na promoção de políticas de inclusão e diversidade nas suas práticas de gestão, nomeadamente no que diz respeito às questões referentes à orientação sexual e identidade de género.
Desta forma, este sector empresarial passará a apresentar-se às entidades públicas de uma forma organizada fazendo valer a sua importância para o tecido económico, tanto da cidade de Lisboa, como do resto do país.
Em vários países existem já estruturas semelhantes. Em Espanha, uma das organizações mais fortes é a Asociación de Empresas y Profesionales para Gays y Lesbianas de Madrid y su Comunidad (AEGAL) que é uma das entidades organizadoras do Orgulho de Madrid. Em França a entidade de referência é o Syndicat National des Entreprise Gay, enquanto no Reino Unido é a Gay Business Association. Há dois anos o dezanove apresentava o caso da Câmara de Comércio LGBT da Colômbia, com uma entrevista ao presidente e o vice-presidente.
9 Comentários
Anónimo
Era bom que esta entidade tomasse conta dos Prides e Arraiais de todo o pais de forma a que saíssem da organização por pessoas que nada portam e cujo único objectivo é o lucro. Lucro por lucro, mais vale serem profissionais a tomar conta da coisa. Está mais do que na altura de profissionalizar estas organizações cujo exemplo mais gritante é o de um senhor do Porto que até o nome da marcha registou. Também tivemos por cá um que registou a Gala dos Travestis e se preparava para tomar conta do evento mas acabou por ter azar porque a Abraço lhe trocou as voltas.
Já agora, a maioria da comunidade que vai ao Arraial está farta de travestis e era bom que no próximo, quanto menos, melhor. Já enjoa sermos identificados pelas pessoas como mariconços que se vestem de mulher. Já basta os bares de 5ª com travestis, que abrem e fecham uns meses depois e que estão a reavivar uma coisa que já estava moribunda e cujos clientes são sempre os mesmos de meia idade a saltitar de bar em bar para satisfazer o seu fetiche de ver homens vestidos de mulher a fazer playback da Pantoja.
Francisco Monteiro
“Já agora, a maioria da comunidade que vai ao Arraial está farta de travestis e era bom que no próximo, quanto menos, melhor. Já enjoa sermos identificados pelas pessoas como mariconços que se vestem de mulher.””
Obrigado por seres porta-voz da “maioria da comunidade”.
Não, estou a gozar.
Tanto o Arraial como o Pride são eventos abertos a qualquer pessoa, o que significa que pessoas com a tua discriminação também podem participar :/
E, já agora, qual é mesmo o problema dos mariconços e das pessoas que se vestem de mulher? Se te preocupa como as pessoas te podem identificar acho que o ponto do Pride te passou ao lado.
Quanto à notícia em si, espero que os interesses e acção desta Câmara possam ir além do lucro.
Anónimo
Também não me identifico nada com travestis e bares de travestis e nunca me agradou que a minha homossexualidade fosse confundida com “mariconços que se vestem de mulher” mas infelizmente é assim que somos vistos, graças às reportagens da marcha Pride nas TVs. Abomino esses ambientes e sempre achei que os travestis são pessoas mal resolvidas que não têm coragem para a transição. Alguns, depois de anos e anos a apregoar que o transformismo é uma arte e que só o fazem porque são artistas, ganham coragem e passam a trans. O que não falta são casos destes e basta conhecer a noite de Lisboa e margem sul para conhecer umas dezenas que hoje são mulheres trans.
Anónimo
Olha a transfobia fresquinha.
Pedro Dias
Esta notícia contem um erro crucial
Não é (embora tivesse sido proposto) objectivo estatutário desta Associação Empresarial:
…formar e envolver o tecido empresarial na promoção de políticas de inclusão e diversidade nas suas práticas de gestão, nomeadamente no que diz respeito às questões referentes à orientação sexual e identidade de género.”
A ter tal objectivo estatutário, nunca poderia ser uma Associação Empresarial, mas sim uma Associação com meritórios fins sociais e políticos, e muitos dos seus sócios fundadores não teriam aderido ao projecto, nomeadamente o Trumps.
Debora Sousa
Olá Pedro, eu tenho uma empresa e identifico-me com o objectivo da criação desta Câmera de Comercio orientada para o publico LGBT, mas nao encontro nenhuma informação precisa! Sabe por acaso indicar-me os contactos dos sócios ou fundadores para e informar e saber se posso contribuir?
Obrigada pela sua resposta
Pedro Dias
Julgo que uma boa de informação será justamente o blog que deu a notícia.
ângela dinis
tomasse conta por causa do lucro? portanto, ver se percebi, acha que os prides e marchas devem ser feitas por uma organizaçao que agrega empresários LGBT? para ser com entrada paga e gente selecionada? fenomenal ideia! vamos tirar às organizações da sociedade civil o direito que têm de reunião e expressão para os dar a uma entidade que tem como objetivo potenciar o lucro das empresas associadas……
quanto à maioria da comunidade pergunto-lhe que maioria? é porta-voz de quê ou de quem? acho que essa cabeça mistura aí um pouco de homofobia internalizada com transfobia
Tuk Tuk Tours
Os nossos Tours revelam segredos que nunca imaginou, mostrando o melhor dos sítios mais conhecidos, como Quinta da Regaleira, Palacio da Pena ou Cabo da Roca, mas também locais até agora secretos…