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Évora: “Missiva de Amor e Ódio”

évora pride ataque

A marcha arco-íris de Lisboa juntou cerca de 30mil pessoas, ao passo que a de Évora contou com, sensivelmente, 350 presenças, tendo sido a primeira iniciativa do género, na capital do  Alentejo Central, contudo, a situação que chamou mais a nossa atenção foi a vandalização da exposição "Missiva de Amor e Ódio".

Esta exposição aconteceu na Igreja São Vicente de Évora: "Actualmente, a Igreja de São Vicente, património da cidade de Évora, serve de sala de exposições temporárias, encontrando-se afastada do culto religioso", como tal, a organização do Pride Évora confirmou que teve a autorização da Câmara Municipal de Évora para o evento.
Confirmamos, infelizmente, nas redes sociais, os constantes ataques à comunidade LGBTQIA+, dizendo que foi o facto de terem realizado a exposição numa igreja, que levou a que o espaço fosse vandalizado, tal como se culpam as mulheres, que usam mini-saia, de serem assediadas e/ou violadas, é a velha expressão “estavam mesmo a pedi-las”. Na verdade, importa realçar que a destruição da exposição não aconteceu no escuro da noite, aconteceu às 13h00, do dia 15 de Junho, e destacamos a agressão do funcionário da Câmara, que estava presente e que foi ameaçado de morte, tendo sido feito refém, para que três homens destruíssem os artigos expostos.
Como explicar estes actos de ódio e como existem, sequer, pessoas que o justificam?

Que os preconceituosos e militantes de partidos de extrema-direita não se escondam atrás da Igreja e que as igrejas cristãs não repitam discursos de ódio que não foram, jamais, assinados por Jesus Cristo. Na verdade, dizer que o Papa Francisco transmite uma mensagem de inclusão, também não é verdade, pois, por trás de palavras “cor-de-rosa”, tudo o que foge da norma continua a ser excluído, ao contrário do que acontece nas marchas de Orgulho LGBTQIA+, que incluem todas as pessoas que lutam pela liberdade e pela igualdade de direitos. Vivam na pele o preconceito ou simpatizem com a nossa luta, o objectivo é unir e incluir, ao invés de desunir e ostracizar. 

O que ofende não é a identidade de género nem a orientação sexual, mas sim actos maldosos, que ceifam vidas e que agridem a pouco inocência que resta à humanidade.  


Leonor Matos