O governo não pretende mudar os critérios de forma a que os homossexuais e bissexuais possam ser dadores de sangue, apesar de, em 2010, a Assembleia da República ter aprovado uma resolução em que eram pedidas medidas que pusessem fim à discriminação.
Em resposta a uma pergunta colocada recentemente pelo Bloco de Esquerda, o Ministério da Saúde argumenta que impedir homo e bissexuais de doar sangue não é “uma questão de homofobia mas tão-somente de proteger a segurança dos receptores”, acrescentando que “as estatísticas têm demonstrado que homens com este comportamento têm taxas de infecção por HIV e pelo vírus da Hepatite B, por exemplo, bastante superiores às da população em geral”, pode ler-se na resposta a que o dezanove teve acesso.
O Ministério da Saúde acrescenta que “uma esmagadora maioria dos países nega a estes indivíduos a possibilidade de dádiva”. Além disso enumera alguns exemplos de países com limitações semelhantes às existentes em Portugal, como a Áustria, Bélgica, Dinamarca, EUA, Finlândia, França, Alemanha, Holanda, Noruega e, até há pouco tempo, o Canadá. São “países conhecidos pelo rigor científico da sua investigação e cuja convergência de posições dificilmente resultaria simplesmente de uma atitude conservadora ou preconceituosa”, refere a mesma missiva.
O tema foi recentemente abordado na telenovela “O Beijo do Escorpião” da TVI, onde o casal homossexual teve de omitir a sua orientação sexual de forma a que pudesse doar o seu sangue para tentar salvar outra personagem da novela.
O Ministério da Saúde acrescenta que “uma esmagadora maioria dos países nega a estes indivíduos a possibilidade de dádiva”. Além disso enumera alguns exemplos de países com limitações semelhantes às existentes em Portugal, como a Áustria, Bélgica, Dinamarca, EUA, Finlândia, França, Alemanha, Holanda, Noruega e, até há pouco tempo, o Canadá. São “países conhecidos pelo rigor científico da sua investigação e cuja convergência de posições dificilmente resultaria simplesmente de uma atitude conservadora ou preconceituosa”, refere a mesma missiva.
O tema foi recentemente abordado na telenovela “O Beijo do Escorpião” da TVI, onde o casal homossexual teve de omitir a sua orientação sexual de forma a que pudesse doar o seu sangue para tentar salvar outra personagem da novela.
11 Comentários
Ricardo Duarte
“as estatísticas têm demonstrado que homens com este comportamento têm taxas de infeção por HIV e pelo vírus da Hepatite B, por exemplo, bastante superiores às da população em geral”
Está-se a esquecer de outra estatística Sr. ministro! A que revela claramente que 95% de seropositivos são heterossexuais.
Hmmmmmmm, vou-me lembrar desta na mesa de voto nas próximas eleições Sr. ministro porque parece-me que este governo tem que mudar.
E não se esqueça Sr. ministro que a percentagem de transmissão por via sexual de VIH entre mulheres é quase zero!
André
Ricardo, pode colocar aqui a fonte/estudo de onde retirou esse dado estatístico que refere: “95% de seropositivos são heterossexuais. ” ?
L
“com este comportamento”? mas agora ser homossexual é considerado um tipo de comportamento…continuamos a ter muita gente retardada neste país. A verdade é que muitos continuam a esconder aquilo que são para poder ajudar… e isso é triste.
Ricardo Duarte
http://www.helpage.org/newsroom/latest-n
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/P
http://www.avert.org/homophobia.htm
http://www.cdc.gov/hiv/statistics/basics/
David
Não consigo discordar da medida.
Não sei, mas quero acreditar que o sangue de qualquer doador é analisado antes de ser fornecido a qualquer paciente.
Se tal acontecer essa análise acarreta custos. E como os indices de homossexuais com dst é bastante elevada às tantas as amostras aproveitadas seriam somente uma minoria, e os custos das análises enormes quando comparados com o benefício alcançado. E talvez por isso prefira-se simplesmente recusar-se estes dadores
André
O segundo link é um estudo com 6 anos. Em nenhum dos outros sites é referida a estatística dos 95% dos infectados serem heterossexuais. Muito pelo contrário – http://www.cdc.gov/hiv/risk/gender/msm/f
Ricardo Duarte
André, experimenta:
http://www.cdc.gov/hiv/statistics/survei
A estatística que obtive foi já há algum tempo (ainda nos anos 90) mas foi na World Aids Conference em Berlim em 1992 na qual participei. Será difícil obter a mesma referência agora dado que o mundo já avançou e já não se olha para este assunto em termos de grupos mas sim por comportamentos de risco.
Isabel Prates
Este tipo de medidas é, na minha opinião, no mínimo medieval! Equivale a dizer que a parrtir de agora apenas os morenos podem doar sangue pois os louros são reconhecidamente mais promíscuos e passsíveis de ter determinado tipo de doenças… Acima de tudo, creio que o que se continua a reconhecer neste tipo de atitude/opinião/lei é uma forma encapotada, ainda que pouco, de homofobia que remete para algo do tipo “toda a gente sabe que os comunistas comem criancinhas”, etc.
André
Mas atente que 1992 foi há mais de 20 anos, é impensável utilizar um dado estatístico dessa ocasião e transpor o mesmo para a realidade presente que, como refere, “o mundo já avançou”.
O link que aconselhou agora, refere (de acordo com o primeiro gráfico): “MSM remain the population most heavily affected by HIV infection. “. Assim sendo, mencionar que os tais “95%” (ou sequer a maioria) de infectados são heterossexuais é errado: a maioria dos casos verificam-se em homens que têm sexo com homens.
ric
Curioso que existe grandes campanhas de sensibilizaçao para recolha de sangue e depois se dao ao luxo de recusar apenas por preferencia sexual. Se um gay afirmar que é heterosexual, pode doar sangue se nao houver qualquer doença. lindo senhor misnistro, andamos a divugar que desonestidade vale a pena. Ou sera que o sangue nao é todo examinado? Havendo examinaçao do sangue, logo se verifica qual o individuo apto ou nao? Ou sera que heterossexual que omitir a sua vida promiscuo nao tera o seu sangue verificado? Ou voltamos á velha questao que a virus HIV so existe nas comunidades LGBT e nao na comunidade Heterossexual? Por razoes de custo? o custo nao seria o mesmo se fossem todos heterossexuais? Deus queira que ninguem da governaçao deste pais tenha uma pessoa a morrer e um gay seja compativel com esse familiar….porque se calhar vao desejar ter recusado esta medida
Ricardo Duarte
André, agora lembro-me que a estatística que vi em 1992 na World Aids Conference em Berlim era da World Health Organization (WHO) e o facto de ter já mais de 20 anos não a invalida. Essa estatística era uma soma mundial. Tens razão, o mundo já evoluiu por isso há muito tempo abandonou-se a categorização de grupos de risco para comportamentos de risco. Homens homo/bissexuais são e sempre serão uma minoria, isso manifesta-se também nas estatísticas. É uma impossibilidade estatística a maioria dos milhões seropositivos no mundo serem homo/bissexuais. Há uma coisa que há que separar André: isso é a população seropositiva em geral e a população mais afetada. Claro que dentro de uma minoria um determinado tema seja o VIH ou Hepatite B ou qualquer outro assunto seja mais marcante dentro dessa minoria mas olhando para o VIH mundialmente, sim, a esmagadora maioria é heterossexual.
O enfoque em HSH é que está desatualizado e está baseado na falta de informação no início da história do VIH na década de 80 sendo apenas mais uma arma de justificação que fomentou (e pelos vistos continua) muita preconceito homofóbico. André, a tua verdadeira motivação aqui não é o apuramento da verdade porque o ato de um homem ter sexo com um homem não transmite VIH mas sim comportamentos de risco seja com quem for. A tua verdadeira motivação parece-me ser a homofobia e isso é motivado por preconceito que por sua vez vem da ignorância e desinformação.