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Queer Lisboa 26 anuncia programa e está disposto a "moldar as nossas memórias"

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Para além dos títulos de abertura e encerramento previamente anunciados ("Fogo-Fátuo", de João Pedro Rodrigues e "Esther Newton Made Me Gay", de Jean Carlomusto), o festival apresenta os mais recentes filmes de Alain Guiraudie, Catherine Corsini, Yann Gonzalez, Leonardo Brzezicki ou Sébastien Lifshitz, assim como a longa-metragem paquistanesa, Joyland, duplamente premiada na passada edição do Festival de Cannes. O festival exibe ainda, em Sessão Especial, a estreia do mais recente filme do realizador argentino Marco Berger, Los Agitadores, uma reflexão brutal sobre a masculinidade tóxica.

Segundo a organização do festival: a programação do Queer Lisboa 26 volta a fazer-nos reflectir sobre as importantes questões ligadas à memória, individual e colectiva. Negar a memória é desonrar e não reconhecer quem permitiu que estivéssemos onde estamos hoje. É um exercício perigoso de negacionismo que, a História continua a ensinar-nos, pode ter consequências extremas. Negar a memória e os nossos antecessores porque eles não seguiram concepções que abraçamos hoje de sexo, género, sexualidade, identidade ou comunidade, é irracional. E é um discurso que não raras vezes vem do privilégio. Um privilégio falsamente disfarçado de marginal e subversivo. O “queer”, sendo um conceito que parece nunca estar lá plenamente, estar sempre em falta, é porque ele é alimentado pelo passado e as suas muitas construções, e porque ele é sempre uma simulação de futuro, no qual projectamos uma vontade utópica. Nunca é exactamente “presente”. É uma promessa para a qual temos de trabalhar juntes. E isto não se faz sem memória – e, já agora, nem sem empatia. Gestos de memória e de celebração, a presente programação evoca e “inventa” necessários passados, pensa e problematiza o nosso presente, e projecta-nos no futuro.


Na Competição de Longas-Metragens, destaca-se a cinematografia brasileira, com os novos trabalhos de Gustavo Vinagre e Fábio Leal. Os filmes Sob Influência, de Ricardo Branco, e Uma Rapariga Imaterial, de André Godinho, são os dois filmes portugueses a concorrer ao prémio para Melhor Curta-Metragem.

O “In My Shorts” reúne um conjunto de obras que nos revela as preocupações políticas e estéticas de uma jovem geração de cineastas. A transição entre a infância e a adolescência, a dissolução das barreiras etárias ou a celebração da identidade e das famílias escolhidas, são algumas das propostas que marcam esta selecção, composta por 12 filmes, do documentário à ficção, passando pelo experimental e a performance.

No Queer Art, competição por excelência onde se exibe aquele cinema que desafia o conceito de queer, transpondo a elasticidade e complexidade do mesmo para um cinema seu espelho, dois filmes têm tido um particular impacte. Por um lado, Jerk, da coreógrafa francesa Gisèle Vienne, monólogo filmado a partir de um texto do “maldito” da literatura queer contemporânea, Dennis Cooper; e por outro, Neptune Frost, assinado a meias pela ruandesa Anisia Uzeyman e pelo músico norte-americano Saul Williams.

Na secção Panorama, fora de competição, apresentamos os últimos trabalhos de realizadores consagrades como Sébastien Lifshitz (com a nova versão do seu celebrado Bambi, a French Woman), Yann Gonzalez (com a curta-metragem protagonizada pelo Oliver Sim dos The xx, que pretende aguçar o apetite para o lançamento do seu álbum de estreia a solo, “Hideous Bastard”), ou a última longa-metragem da realizadora francesa Catherine Corsini, La fracture, vencedora da Queer Palm em 2021.

As Hard Nights estão de regresso ao festival, apresentando uma selecção de filmes que exploram os limites da representação da sexualidade. Em parceria com o Centro Anti-Discriminção (CAD), um projeto conjunto de duas associações na área do VIH/sida, o GAT e a Ser+, o Queer Lisboa irá acolher a apresentação da campanha “Eu sou VIH+ e visível”, direccionada à eliminação do estigma associado à infecção pelo VIH.

Em 2022, as festas do Festival também estão de volta. O Mise en Scène será o palco de uma Hard Night Party secreta; no Purex, a equipa e volunqueers deste ano irão tomar o controle da cabine; o Lounge volta a receber uma A Night Out with the Hard Ones particular; e o Titanic Sur Mer será testemunha da nossa esperada Festa de Encerramento, com Mel das Pêras, Mariño, Afonso Peixoto e Lola Herself como host.

O Queer Lisboa 26 apresenta no total 87 filmes, de 27 países diferentes, tendo como principais apoios institucionais a Câmara Municipal de Lisboa / EGEAC e o ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, assim como o importante apoio da FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
 
O programa completo do festival, calendário de exibição, convidados do festival, actividades paralelas e festas podem agora ser consultados no website do festival: https://www.queerlisboa.pt/
 



André Marques