Júlia Pinheiro, apresentadora do programa das manhãs da SIC, convidou o casal Lorenzo e Pedro e a vice-presidente da rede ex aequo Cátia Figueiredo para falaram de violência homofóbica em Portugal.
“Como lidam os portugueses com a homossexualidade?” e “Será que o preconceito ainda existe?” Foram duas das perguntas a que os convidados em estúdio tentaram dar resposta.
“Tive de negar a minha identidade para me proteger” disse Cátia Figueiredo, que foi alvo de um ataque lesbofóbico quando estava sentada com a sua namorada há cerca de duas semanas na zona da Ribeira das Naus, em Lisboa. A jovem activista diz que irá ainda apresentar uma queixa junto da polícia. Cátia sublinhou que a homofobia existe em todo o lado e explicou que, em Portugal, a violência afecta as pessoas LGBT de forma diferente
Já Lorenzo e Pedro explicaram que, apesar do feedback positivo após o vídeo que filmaram pelas ruas de Lisboa, foram alvo de vários ataques homofóbicos online, viram os seus computadores atacados e a casa grafitada e, inclusive, foram ameaçados de morte. O casal apresentou queixa crime na polícia e refere que a reacção dos agentes foi francamente positiva: “Sejam quem são, sejam livres, estamos aqui para vos proteger!”
O caso de violência homofóbica ocorrido em 2011 no Príncipe Real também foi mencionado no programa com o testemunho de João Galrão. O artista revela que na altura apresentou queixa junto das autoridades, mas que, por vergonha, não mencionou a motivação homofóbica do ataque.
Assiste ao excerto do programa Queridas Manhãs aqui:
Paulo Monteiro
3 Comentários
Filipe
Gosto do Lorenzo e do Pedro.
Dão a cara, motivam, mexem-se.
Num país dominado pelo medo, como refere o filósofo José Gil, é de louvar.
São estas pessoas que mudam o país e nos fazem avançar um pouco.
A população LGBT portuguesa já lhes deve algo.
Sandra M. Lopes
A reacção da polícia é um bom sinal; desde que eles tiveram alguma formação sobre o assunto, tratam-nos maravilhosamente bem. Fui uma vez parada no controlo de excesso de álcool numa operação de auto-stop à saída do Príncipe Real e fui tratada de forma excepcional, com cortesia e polidez, sem qualquer reparo, comentário, risota, ou qualquer coisa do género. Seria difícil ter sido melhor tratada. Mandei-lhes também um elogio (é verdade que foi por email, não sei se se perdeu ou se alguém leu…). Também neste país as pessoas queixam-se muito do que está mal, mas nunca elogiam o que está bom (mesmo que seja pouco!).
concordo
É mesmo verdade. As pessoas reclamam imenso. É bom até um certo ponto. Depois é destrutivo. O elogio faz bem!