Foram três dias imparáveis de filmagens da websérie “Barba Rija”, entre exteriores e alguns locais do roteiro gay de Lisboa, como o bar Tr3s, a SaunApolo56, a loja Eden of Sins, o CheckpointLX ou o Orpheu Caffé, para além das ruas do Príncipe Real.
A história de três amigos bears, passada na Lisboa nos dias de hoje, será revelada já este Verão, adiantou ao dezanove.pt, André Murraças, sem avançar com uma data exacta. Antes de a série ser colocada online, haverá ainda uma festa de lançamento e ante-estreia para os patrocinadores. “Estou muito contente com o material que filmamos. Tivemos meios bastante superiores aos que estava à espera. O resultado está a ficar com bastante qualidade, com o tom de comédia que tinha idealizado”, refere o argumentista e realizador do “Barba Rija”.

Estiveram envolvidas nas gravações 50 pessoas, entre actores, figurantes e equipa técnica. Alexandre Gregório, Vitorino Demécio e Luís Mota são os actores que darão corpo às personagens principais. A equipa de rugby Dark Horses também participou no último dia de filmagens, no passado sábado.
O projecto “Barba Rija” foi apresentado há quase ano e meio, avançando depois de os responsáveis conseguirem obter, via crowdfunding, 3.300 euros de financiamento. A ideia inicial de gravar um episódio-piloto de 30 minutos, mas agora “Barba Rija” dará origem a uma websérie de 5 ou 6 episódios de cinco minutos.
5 Comentários
Pedro Pais
Insurjo-me contra este projecto se ele for para afirmar uma masculinidade ou virilidade, dar voz a uma ideologia de que se deve valorizar o homem “de barba rija”, indo de encontro à discriminação dos papéis de género e da “bichofobia”.
No primeiro episódio assisto, sem criticar a má representação, a este parágrafo:
“Não venham com risinhos, gritaria, pulsos quebrados, as Madonnas da vida ou «mulher ‘tás parva». Não vai dar. É que nem vale a pena»
É por isto que me insurjo contra projectos destes… Não é que não apoie o cinema português. Sou actor. Não é que não apoie séries de temática LGBT. Sou LGBT. Mas sou contra a discriminação, de quem coloca ‘procuro discretos e masculinos’ em sites ou de quem prefere ser bear para afirmar uma masculinidade, quando isso pode fazer de alguém mais homem, mas não o faz mais humano.
Anónimo
Pedro, era bom contextualizares que a frase que citas é de uma personagem que está muito em baixo e quer estar sozinho, e por isso não está com cabeça para confusão nem para a boa disposição dos ambientes nocturnos e de todos os géneros habituais. Não há ninguém contra ninguém, nem qualquer tipo de bandeira de masculinidade, é uma história de amizade entre 3 amigos. (E o que viste não foi primeiro episódio, foi um preview).
Abraço
BR
Jorge
Pedro,
Eu que sou “bear”, fisicamente, porque mentalmente e psicologicamente não me considero, concordo contigo.
A comunidade “bear” é uma palhaçada total, tentam a todo o custo impulsionar o movimento como sendo masculino e viral, sem “estereotipos”, mas na realidade e no dia a dia em festas transfiguram-se de mulher, gritam aos altos no meio da rua para amigos a todo o gas: Amiga tás parva…. E as intrigas essas, crescem a torto e a direito.
Portanto, este “projecto” é surreal, uma prova de que se quer impor aos outros a sua “virilidade” e “masculinidade” (só porque se tem pelos e barba) mas na realidade, o problema reside no facto destes seres humanos não aceitarem que tambem eles por vezes são femininos, ou que, muitas das vezes embora digam que o fazem a brincar: São autenticas mulheres.
Eu não sou hetero, nem homossexual, nem LGBT, acima de tudo sou um ser humano com todas as diferenças inerentes ao mesmo.
😉
Bruno Carvalho
Apesar de alguns comentários negativos gostaria de expressar a minha opinião como jovem de 19 anos em que, na minha geração os adolescentes aprendem com o que vêem na televisão como sociedade futura. Acho a ideia da série muito interessante e, a primeira coisa que pensei no momento que ouvi falar desta série foi “Hum, ainda bem que fazem uma série deste tipo virada para o público gay”, no entanto há muito mais sobre isso. Por exemplo o facto da criação desta série demonstra para mim uma evolução da nossa sociedade equiparada a vários países, assim como a América têm o seu “Looking” e “Queer as a folk”, penso que já não era sem tempo fazerem algo deste tipo em Portugal.
Anónimo
Não deu voz a nada!!! Em que ano, foi!?!