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O Azul é uma cor quente

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“O azul é uma cor quente” é a primeira novela gráfica de Julie Maroh e conta-nos a história de Clementine, uma estudante de liceu que se apaixona por uma estudante universitária, Emma.

A novela gráfica encontra-se editada em 15 línguas, tendo a versão portuguesa sido lançada este ano na 27ª Amadora BD pela editora Arte de Autor.

Esta obra recebeu diversos prémios, entre eles o Prémio do Público do Festival Internacional de Angoulême e o Prémio de melhor Álbum no Festival de BD de Argel, tendo também inspirado a realização do filme “A Vida de Adéle”, de Abdellatif Keniche que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 2013. Tanto o livro como o filme tornaram-se êxitos mundiais, não deixando ninguém indiferente.

Neste livro, somos levados a conhecer a história de Emma e Clementine através de textos do diário da protagonista. É uma história sensível e comove o leitor ao expor o tema da homossexualidade feminina e sua aceitação por parte da sociedade e também pelas próprias personagens. Clementine, uma adolescente de 15 anos que, além de se debater com os problemas normais da idade, vai descobrir algo que muda a sua vida para sempre. Um dia, enquanto caminha na rua, cruza-se com duas raparigas que vão abraçadas: uma delas tem cabelo azul e sorri-lhe. Este é o ponto de viragem da história a partir do qual tudo muda: a sua relação com os pais, com os amigos na escola, as suas prioridades e sobretudo é aqui que começa a descoberta da sua sexualidade. Ao longo das 160 páginas do livro, caminhamos lado a lado com elas, no seu amor, nas suas incursões nas coisas boas e menos boas desta relação.

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A história tem um tom melodramático baseado nos flashbacks do diário de Clementine. Apesar de ser trágica (tanto a história quanto o desfecho), a leitura é bastante agradável e a ilustração de estilo franco-belga é extremamente bem conseguida, estando a cor azul sublimemente destacada. Nota-se que há um cuidado muito grande em termos dos pormenores, tanto a nível gráfico como na história escrita, nas mudanças de flashback para o “tempo presente”. A autora capta a voz da adolescente, cheia das inseguranças, ansiedade e pequenos triunfos, o que cria uma atmosfera emocionalmente esmagadora.

É, sem dúvida, um livro fácil de nos identificarmos, com o qual choramos e sorrimos porque retrata algo intrínseco ao ser humano: a capacidade de amar.

 

Classificação: 4,5 estrelas em 5 

Sofia Seno