Eleito Sumo Pontífice a 13 de Março de 2013, Jorge Mario Bergoglio desde logo se destacou por uma visão revolucionária da doutrina católica e uma postura pouco tradicional como Bispo de Roma. Tem sido aclamado como o Papa mais progressista da actualidade, trazendo para muitos a esperança de uma renovação da Igreja Católica através de uma ideologia mais aberta e inclusiva. Será essa a opinião dos nossos leitores?
Para assinalar o 8º aniversário do pontificado do Papa Francisco, o dezanove.pt levou a cabo um inquérito para avaliar a influência do actual Pontífice na relação da Igreja Católica com a comunidade LGBTI+.
De um total de quase 1000 participantes, uma larga maioria (50 por cento) considera que os esforços do Santo Padre vieram melhorar as relações com a comunidade LBGTI+, tendo um dos leitores comentado:
“A relação da Igreja Católica com a comunidade LGBTI+ melhorou, pois o Papa e outros líderes já começaram a defender o amor, a protecção e a não violência contra as pessoas LGBTI+, referindo explicitamente a sigla ou os termos adequados, mas é urgente, sobretudo, pela intervenção do Espírito Santo, reinterpretar as escrituras e através de nova fundamentação anunciar as Boas Novas: deixar de considerar a prática LGBTI+ um pecado“.
Para 20 por cento dos leitores do dezanove.pt esta relação está estagnada, tendo um dos inquiridos atribuído o facto à idade avançada de Francisco: “Desacelerou devido à idade e estado de saúde frágil.”
Apenas nove por cento dos inquiridos avalia negativamente a prestação do Pontífice considerando que a relação piorou, enquanto 17 por cento não tem opinião formada sobre o assunto.
Entrevistado para o documentário Francesco (2020), o Papa Francisco tinha revoltado as facções mais conservadoras da igreja e dado enorme esperança aos católicos LGBTI+ ao defender as uniões de facto para casais de pessoas do mesmo sexo: “Os homossexuais têm o direito de ter uma família. Eles são filhos de Deus“. Contudo, recentemente, o Papa voltou a fechar a porta da Santa Sé ao declarar ilícita a bênção da união de casais do mesmo sexo.
Este tem sido um caminho atribulado, feito de pequenos avanços e grandes recuos.
José Eduardo Rios
Lê também o artigo de Sofia Seno “Papa Francisco defende uniões de facto” e o artigo de opinião de Carlos Reis “Hoje infelizmente o sucessor de Pedro manteve uma porta fechada” .
Um Comentário
Amigo
A renúncia de Bento XVI, veio justamente, pela necessidade da Igreja estar em sintonia com um mundo cada vez mais buscando ver reconhecido o Amor: conjugal seja entre pessoas de gêneros diferentes ou iguais; familias das mais diversas “constituições”, isto é, além do formato: “pai/mãe/prole”! O Apostolado de Jesus era formado, exclusivamente, de homens e, até São Francisco de Assis teve essa “sensibilidade”, de constituir sub-Ordens: Freis, Religiosas, Ordem Terceira trazendo a “liberdade” de se viver a Fé mesmo tendo a familia (inserido nela como cônjuge, irmão, tio, primo, amigo). Presumo que por ter adotado o nome papal “Francisco”, sinalizou essa vivência da Fé, Independente de quem é ou esteja sendo a nossa familia!