Milhares na 25ª Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa encheram de arco-íris a Avenida da Liberdade (com álbuns de fotos)
Se há três meses a Marcha dos 50 Anos do 25 de Abril na Avenida da Liberdade em Lisboa foi um momento ímpar para quem o vivenciou, também esta tarde de Sábado constituiu um momento em que a Liberdade e os direitos das pessoas LGBTIQA+ se reafirmaram mais uma vez e sem medos.
"Democracia de Género : Resistência em Democracia pela Liberdade" era o lema desta 25ª edição que fez a Marcha do Orgulho de Lisboa (MOL) regressar ao seu local de origem. Corria o ano 2000 quando cerca de 600 activistas reivindicaram igualdade de Direitos na Avenida da Liberdade. 25 anos depois, fez este Sábado, a organização aponta para cerca de 50 mil manifestantes presentes.
Do Marquês do Pombal ao Terreiro do Paço os manifestantes entoaram palavras de ordem, seguraram faixas e ergueram múltiplas bandeiras das diferentes siglas do arco-íris unindo assim na mesma avenida várias lutas, associações e partidos. Destaque para o Bloco pela Palestina que integrou a marcha apelando ao fim do genocídio do povo palestiano e ao cessar fogo imediato de uma guerra que dura há nove meses e contabiliza mais de 38 mil mortos. A seguir às bandeiras da comunidade LGBTI+, as bandeiras da Palestina eram as mais visíveis na marcha, chegando uma inclusivé a ser exposta no topo do Elevador de Santa Justa aquando da passagem dos manifestantes pela Rua do Ouro.
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Na frente, um bloco vintage com activistas históricos do panorama nacional percorreu a Avenida lembrando alguns dos percursores do movimentos LGBT em Portugal. Nomes como José Carlos Tavares, António Fernando Cascais, Eduarda Ferreira, Isabel Bento, João Paulo, Ana Cristina Santos estavam presentes, mas muitos outros activistas percorreram também a Avenida da Liberdade esta tarde.
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O bandeirão gigante albergava jovens e famílias que entusiasticamente o percorriam com alegria assinalando o momento com fotos e vídeos aproveitando os efeitos do sol no arco-íris de cores.
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Entre os partidos políticos marcaram presença o Bloco de Esquerda, o PAN, o Cidadãos por Lisboa, o Livre e o VOLT entre outros, com os seus representantes políticos a celebrarem também os 25 anos de Orgulho LGBTI+ em Lisboa. Isabel Moreira, Pedro Delgado Alves, Mariana Mortágua, Duarte Costa, Ana Carvalho, Júlia Pereira, Fabian Figueiredo, Fabíola Cardoso e Paula Marques estiveram na marcha.
Na marcha deste Sábado destaque para os jovens, não só de associações, mas muitos que em grupos de amigos ou em casais de juntaram à marcha. Embora o sistema de som não fosse pleno e constante ao longo de toda a extensão da marcha, muitos aproveitavam as músicas que surgiram para dançar, empunhar os seus cartazes reivindicativos, as suas diversas bandeiras e muitos, muitos registos para as redes sociais.
Nas associações de defesa dos direitos das pessoas LGBTI+ estavam as históricas e mais recentes como a ILGA Portugal, Opus Diversidades, Clube Safo, rede ex aequo, Transmissão, Transparadise, Casa Qui, AMPLOS, Panteras Rosa, Anémona, AT4Sports, GAT, Colombina Clandestina, Variações, FPAS, entre outras que diariamente apoiam a comunidade.
Várias figuras públicas também compareceram: Diogo Faro, Francisco Branco, Joana Manuel, João Villas Boas, André Teodósio, Vítor de Andrade, Paulo Piteira, André Tecedeiro, Jacques Costa, Dennis Correia, Raquel Freire, Manuel Moreira entre outros.
A marcha de hoje, porém não contou apenas com momentos de celebração. Pelo menos dois incidentes marcaram o evento. À passagem pelo estabelecimento Starbucks, situado na Estação de Comboios do Rossio, foram atirados contra a fachada do edifício e da esplanada vários sacos de tinta vermelha. Já no Terreiro do Paço, alguns activistas impediram durante vários minutos a leitura do manifesto da 25ª Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa. A leitura estava a ser efectuada no palco pela actriz e activista LGBTI+ Joana Manuel e uma outra pessoa. Com uma faixa onde se lia: "Nada sobre nós, sem nós" que impedia a visibilidade para o palco, onde também se encontrava o intérprete de língua gestual portuguesa, os activistas encapuzados gritavam as mesmas palavras de ordem da faixa e libertavam fumos de cores de modo a impedir a leitura do manifesto. Depois de algum impasse a leitura do manifesto prosseguiu e foi dado o microfone às várias organizações que fizeram parte da comissão organizadora da 25ª edição da MOL, não sem antes os representantes da Flotilha Palestina lembraram que neste preciso momento a luta pela existência está em causa em Gaza.
Destaque ainda para dois momentos de grande emoção. Cláudia Simões, que foi bárbaramente agredida em 2020 quando tentava explicar que a filha se esquecera do passe num autocarro, e cuja sentença foi conhecida estes dias dando-a como culpada da agressão em que se viu envolvida com um polícia, subiu ao palco da Festa da Diversidade. Leu um discurso emocionada falando do racismo que se pratica em Portugal.
Outro momento que passou talvez despercebido à maioria das pessoas presentes na marcha deste Sábado foi a presença de Keyla Brasil. A actriz e activista trans que se tornou mais conhecida em Portugal após invadir e reclamar no palco do Teatro São Luiz trabalho para as pessoas trans e que recentemente depois de uma operação cirúrgica mal sucedida na Tailândia ficou com sequelas sérias ao nível de saúde. Transportada durante a marcha num veículo fretado para o efeito a activista esteve posteriormente no palco aquando do discurso da Transparadise, associação de que é fundadora.
Álbum de Fotos de Daniela Gomes aqui (Instagram: @danielag_photo)
Álbum de Fotos de Margarida Maia aqui (Instagram: @margaridadmaia_)
Álbum de Fotos de Ana Mendes aqui (Instagram: @anamendes.jpg)
Álbum de Fotos de Deborable aqui (Instagram: @deborable.pt)
Álbum de Fotos de Débora Oliveira aqui (Instagram: @86debora)
Álbum de Fotos de João Silvestre aqui (Instagram: @syylz)
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Artigo em actualização...
Por favor envia-nos as tuas fotos mais simbólicas da marcha de hoje para dezanovept@gmail.com
Paulo Monteiro