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Os melhores de 2017 (e algumas desilusões)

 

Pelo oitavo ano consecutivo voltamos a premiar os melhores, mas também não nos esquecemos dos piores do ano. Distinguimos as personalidades e acontecimentos que marcaram o panorama LGBTI ao longo de 2017, depois de termos analisado mais de 400 artigos escritos nos últimos 12 meses.  

Fica a conhecer os vencedores dos prémios LGBTI mais completos do país:

 

Acontecimento Nacional - Descentralização das ma

Em 2017, e pela primeira vez, Portugal viu acontecer seis marchas do Orgulho LGBTI. Para além das habituais marchas de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, o destaque vai para a primeira edição das marchas de Vila Real e do Funchal. As organizações responsáveis pelas marchas denunciaram no espaço público as dificuldades vividas pelas pessoas LGBTI no interior e nas ilhas. Menção ainda para Setúbal que teve uma marcha em prol da felicidade e que fez questão de incluir as questões LGBTI. 

 

Acontecimento Internacional - Tchetchénia.png

A denúncia chegou através do jornal russo Novoya Gazeta e deixou a comunidade internacional incrédula. A existência de novos campos de concentração e os relatos que chegaram da perseguição aos homossexuais tchetchenos motivaram condenações internacionais e manifestações de repúdio – também em Lisboa e Porto. Oito meses depois não existem notícias que a situação tenha melhorado para quem é LGBTI nesta república dependente de Moscovo. O alerta mantêm-se.

Mas este não é um caso isolado. As pessoas LGBTI têm sistematicamente visto os seus direitos serem violados em países como o Egipto, a Indonésia e o Azerbaijão.

 

Personalidade Nacional.png

Uma das mulheres mais seguidas nas redes sociais em Portugal usou a sua popularidade em prol de uma causa. Com a sua revista, Cristina Ferreira pôs os Portugueses a falar de um tema: o amor choca? Quantas figuras públicas usam do seu estatuto em prol dos outros? A apresentadora da TVI deu o exemplo. Mas há mais, Cristina Ferreira deixou bem clara a sua mensagem a favor da igualdade: “Celebra-se na edição de Junho o amor e o respeito. Apenas isso. O mais curioso é saber que, até nas bancas onde ela está disponível, em alguns locais foi tapada ou escondida para ‘não ferir susceptibilidades dos clientes.’ O que prova o muito que há a fazer.”

 

Personalidade Internacional - Xavier Bettel.png

Tornar o que poderia ser considerado um embaraço de protocolo num momento perfeitamente banal. Alguém tinha de ser o primeiro e Xavier Bettel fê-lo: “Ecco mio marito (este é o meu marido)”, disse o primeiro-ministro luxemburguês num tom descontraído. Foi assim que, com a maior naturalidade, Xavier Bettel apresentou o seu marido, Gauthier Destenay, aos seus homólogos líderes europeus numa cimeira da União Europeia. Uns meses depois Bettel também levou o marido à cimeira da NATO. A Europa precisa de mais líderes como Bettel. Mesmo assim a diplomacia norte-americana de Trump precisou de umas horas para corrigir o que todos viram.  

Catarina Marcelino.png

Catarina Marcelino vai deixar saudades. O seu trabalho em prol da igualdade de género e a defesa dos Direitos LGBTI foram bem notórios. Catarina Marcelino esteve presente em colóquios como o que promoveu a Carta Portuguesa para a Diversidade, em programas de TV, na Marcha do Orgulho LGBTI de Lisboa e no Arraial Pride apelou a que se viva fora do armário com orgulho. Apesar do bom trabalho como foi o caso da aprovação da PMA para todas as mulheres, não conseguiu, por exemplo, ver ser votada a lei da autodeterminação das pessoas trans. Uma reestruturação governamental na sequência dos incêndios deste ano levou Rosa Lopes Monteiro para a pasta da Igualdade. Ficaremos atentos ao percurso de Catarina Marcelino.

 

Casal do ano.png

Foi no Instagram que o apresentador José Carlos Malato e o guitarrista João Caçador mostraram publicamente o seu amor. O casal não hesitou participar na iniciativa do dezanove #istonãochoca, levada a cabo para combater os comentários homofóbicos surgidos após as capas da revista Cristina terem sido conhecidas. Mais uma vez, duas figuras públicas mostram que amar faz bem e o preconceito não faz sentido.

 

Instituição.png

Ao longo do ano, antes e depois das eleições autárquicas, os eleitos para a Câmara Municipal de Lisboa têm estado presentes e dinamizado várias iniciativas em prol da visibilidade LGBTI, como a presença de Fernando Medina no Arraial Pride e na entrega do Troféu de Artes Cénicas a Rossy de Palma. O vereador João Afonso (anterior executivo) teve um papel activo em vários projectos, como o memorial das vítimas da violência homofóbica e transfóbica ou a dinamização de campanhas anti-bullying e a promover os Direitos Humanos. No novo executivo, o vereador com a área social, Ricardo Robles, foi à Gala Abraço e tem um mãos um projecto importante: criar o Centro de Acolhimento e Cidadania LGBT+.

 

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O que devia ser uma voz elucidada da comunidade médica e científica portuguesa protagonizou um dos maiores episódios de homofobia no nosso país. Ex-Bastonário e Médico Gentil Martins a propósito da homossexualidade no semanário Expresso: “É uma anomalia, é um desvio de personalidade. Como os sadomasoquistas ou as pessoas que se mutilam“.

               

Coming Out - Graça Fonseca.png

Quem olhasse para a capa do Diário de Notícias desse dia nem daria pela importante revelação: pela primeira vez em Portugal uma governante em funções revelou que era homossexual. Graça Fonseca, secretária de Estado da Modernização Administrativa, admitiu em entrevista ao jornal ser homossexual e explicou o por quê da importância desta afirmação política: “Acho que se as pessoas começarem a olhar para políticos, pessoas do cinema, desportistas, sabendo-os homossexuais, como é o meu caso, isso pode fazer que a próxima vez que sai uma notícia sobre pessoas serem mortas por serem homossexuais pensem em alguém por quem até têm simpatia.”

 

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Persistência. É uma das palavras que caracteriza o médico Bruno Maia, activista pela defesa dos direitos das pessoas LGBTI e que deu o seu testemunho e dinamismo pessoal a favor da implementação da PrEP (profilaxia pré-exposição) em Portugal. Num momento em que vários países já tinham avançado com a profilaxia pré-exposição ao VIH, Bruno Maia decidiu elucidar quem o rodeava: criou um site com informação sobre o tema, participou em debates e fez uma campanha com Colby Keller – tudo para que a PrEP fosse uma realidade a curto prazo em Portugal. Um dia olharemos para este momento e percebermos que houve vidas salvas porque alguém preferiu não ficar resignado. Bruno Maia teve ainda uma voz activa e crítica em como a Direcção-Geral de Saúde lidou com o caso da hepatite A e não ficou calado quando o seu colega de profissão Gentil Martins proferiu um conjunto de comentários homofóbicos. O seu artigo “Sou médico e homossexual” fez eco em todo o país.

 

Associação do Ano.png

A pergunta é: como é que ainda não tinha sido criada mais cedo uma associação de apoio a homens sobreviventes / vítimas de violência e de abuso sexual? O testemunho único e marcante de Ângelo Fernandes a vários meios de comunicação no início do ano deu para perceber que o fundador da Quebrar o Silêncio tem a força motriz suficiente para melhorar o mundo. E já o conseguiu: em menos de um ano a Quebrar o Silêncio prestou apoio a dezenas de homens, organizou um encontro no ISCTE para múltiplos agentes catalisadores da mudança, deu palestras e é um farol de esperança para quem vive no silêncio, na culpa ou no medo. Louvamos o surgimento desta jovem associação, que embora não sendo focada na temática LGBTI, constitui, sem dúvida, um exemplo a seguir no activismo português.

 

memorial homenagem vítimas homofobia e transfobia

A ideia foi do presidente da Opus Gay, António Serzedelo. Lisboa, nomeadamente a Praça do Príncipe Real, passou a contar com um memorial de homenagem às vítimas da violência homofóbica e transfóbica. A inauguração decorreu horas antes do início da 18ª Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa.

 

Festival Anormales.png

Foi apresentado como um festival transfeminista itinerante, com uma edição em Lisboa, mas o certo é que o Festival Anormales precisa de ter mais edições. Ao longo de cinco dias foi possível assistir a filmes, workshops, concertos e performances de qualidade e arrojo e que mostram que em Portugal há muita gente a desenvolver trabalho que está nas margens do mainstream e que não cabe num Arraial Pride ou no Queer Lisboa. Esperemos que os colectivos Panteras Rosa e a Transmissão: Associação Trans e Não-Binária estejam já a pensar na edição de 2018.

 

Avenida Q.png

Um vasto elenco de jovens e talentosos actores mostra que não há nada de mal em ser homossexual – algo que atormentava o personagem Félix. Ana Cloe, Diogo Valsassina, Samuel Alves, Gabriela Barros, Inês Aires Pereira, Rui Maria Pêgo, Rodrigo Saraiva e Manuel Moreira asseguram com bom humor vários momentos que esgotaram salas em Lisboa e que em breve vai poder ser vista no Porto. Esta nova Rua Sésamo para adultos é genial. Uma explosão de profissionalismo, humor e uma lição a não perder.

 

filme Al Berto.png

Vicente Alves do Ó retratou os anos da génese do poeta Al Berto. No filme podemos ver João Maria e Al Berto em algumas das cenas mais ousadas dos últimos anos no cinema português. O filme tem o mérito de apresentar novos talentos da cena portuguesa como João Villas-Boas, José Pimentão e Raquel Rocha Vieira a uma nova geração e de trazer a história de Al Berto ao conhecimento de um público mais alargado.

 

Histórias da Noite Gay de Lisboa.png

Foram necessários mais de dois anos de entrevistas e de compilação de um acervo não explorado para a redacção de um livro que revela histórias que merecem ser lidas. São 100 páginas que têm como epicentro o Príncipe Real, em Lisboa, e que contam parte da nossa história comum ainda tão mal documentada. A autoria é de Rui Oliveira Marques e a editora é a Ideia Fixa.

 

Exposição do ano.png

A obra “Stereotype poof! Is gone”, de Ana Pérez-Quiroga, composta por uma instalação com 37 fotografias de mulheres lésbicas seria suficiente para este prémio. Mas a exposição patente no Museu Nacional de Arte Contemporânea até Março de 2018 apresenta obras de 15 dos mais importantes artistas queer portugueses. Estão lá Miguel Bonneville, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Alice Geirinhas, Ana Vidigal, Carla Cruz, Cláudia Varejão, Horácio Frutuoso, João Gabriel, João Galrão, Maria Lusitano, Thomas Mendonça e Vasco Araújo.

 

Fado Bicha.png

Lila Fadista e João Caçador têm-se multiplicado em concertos em vários locais LGBT de Lisboa. Acreditamos que em breve os Fado Bicha serão conhecidos a nível nacional. Não se trata apenas de uma subversão das convenções do fado. Músicas “Bia da Mouraria” ou “Crónica do maxo discreto” são verdadeiros hinos à diversidade e à realidade gay portuguesa. O fado é muito bicha e sempre foi, só faltava alguém pegar nele dessa maneira.

 

E Se Fosse Consigo.png

O programa de Conceição Lino na SIC vai numa nova temporada seguindo a mesma fórmula: confrontar os portugueses com os seus preconceitos. Continua a ser um sucesso de audiência, com um milhão de portugueses a verem o programa, o que significa que é mais eficaz que muitas campanhas anti-discriminação. Assédio sexual, transexualidade e homoparentalidade foram alguns dos temas abordados nesta temporada.

 

Video Vagos.png

O caso marcou o mês de Maio. Em Vagos os alunos de uma escola juntaram-se numa manifestação sem precedentes contra o preconceito. Tudo aconteceu porque uma auxiliar de acção educativa terá repreendido duas namoradas, ao contrário de outros casais heterossexuais que namoram na escola e não são proibidos de o fazer. Dezenas de alunos juntaram-se num protesto – que passou dos corredores da escola para os meios de comunicação social nacionais – gritando: “Não ao preconceito!” e “Não à homofobia!”

 

Media do Ano - Revista Cristina.png

Cristina Ferreira é uma máquina de promoção e marketing e nada do que faz é inocente, mas o impacto das capas da edição de Julho da revista Cristina surpreendeu muita gente. Afinal, chegamos a 2017 e nunca uma revista tinha feito uma capa assim. Nas capas viam-se dois casais do mesmo sexo, Ricardo e Bruno e Kateryna e Susana, a trocarem um beijo apaixonado, acompanhados por uma interrogação: “Isto choca?” Se a ideia era lançar o debate, ele realmente ocorreu nas redes sociais e na televisão, onde não faltaram mensagem de apoio à visibilidade LGBTI, mas também muitos comentários críticos e de ódio.

 

BNP Paribas.png

Pela primeira vez um grupo de pessoas ligadas a uma empresa privada desfilou na Marcha do Orgulho LGBTI de Lisboa. A presença do BNP Paribas na marcha representou um mudar de página em termos de integração e visibilidade de pessoas LGBT no local de trabalho. O banco francês conta desde Novembro do ano passado com o grupo Pride, constituído por colaboradores. A sua oficialização ocorreu em 17 de Maio deste ano e um mês depois estavam já a participar na Marcha. No entanto, esta questão fracturou as associações organizadoras do evento.

 

Espaço FavelaLX.png

Mesmo já tendo fechado, o FavelaLX permitiu que houvesse Fado Bicha, o incrível espectáculo no fim da última marcha do orgulho LGBTI de Lisboa e pode-se considerar que foi a base do concurso Miss Drag Lisboa. Nos anos recentes é difícil encontrar um espaço na noite que tenha marcado tanto e deixado tantos discípulos. Teve uma vida efémera, é certo, mas foi a génese de vários momentos e protagonistas queer que estão a dar cartas.

 

Desilusao do ano.png 

Estamos no fim de 2017 e os homossexuais portugueses continuam a ser discriminados nas dádivas de sangue quando questionados nos pontos de recolha. O Ministério da Saúde e o Instituto Português do Sangue e da Transplantação não afirmam categoricamente que os homens que têm sexo com homens podem doar sangue e que não devem ser excluídos das dádivas com base na sua orientação sexual.

 

8 Comentários

  • Miguel Luz

    Os melhores para quem? Com que critérios? Quem vota? A redação? Os leitores? Então vamos por pontos, o casal do ano: Malato? Não, o Malato é só mais uma figura pública homossexual que continua a não se conseguir afirmar como exemplo. Não soube gerir o seu coming out (já o fez?!) nem sabe ser aliado das pessoas LGBTI. Anda por aí a passear o seu troféu: Ganha quanto muito o prémio de Daddy do ano… Frase do ano…. bom, parabenizar estigmas e dar visibilidade ao que não merece ter visibilidade é… seguinte. Iniciativa do ano… parabenizar um memorial transfóbico é… seguinte. Evento do ano, oi? festival quê? isso foi quando? onde? porquê? por quem? não vi isso em lado nenhum…… ah! exacto! fora do mainstream. logo, vedado a quem eles querem. Filme do ano… LOL para além de um realizador misógino o filme não retratou em nada o que sofriam as pessoas LGBTI na época. Tenta mostrar o que não é e o que não houve. Prémio seria: o guarda-roupa. Já referi o misógino que é o realizador? Marca do ano… Mas afinal é marca do ano ou grupo de pessoas ligadas a uma empresa privada? Têm de se decidir. Sim: grupo de pessoas trabalhadoras no BNP Paribas. Não: não foi a marca BNP Paribas que esteve presente. Sim: Gostava imenso que esta e outras marcas (as marcas! não as pessoas LGBT delas) estivessem na marcha, a dar visibilidade à luta pela igualdade que deve ser feita por todas as pessoas! Quanto à desilusão do ano, mais uma vez preferem dar visibilidade ao negativo que ao positivo: podiam muito bem ter parabenizado o facto da DGS ter FINALMENTE criado instruções que abrem a porta à PREP!

  • Anónimo

    Dos mais justos é a Marca do Ano para o BNP Paribas.

    “fracturou as associações organizadoras do evento” mas ficou mais que provado que os organizadores que se escandalizaram e andaram a gritar “contra o capital” aos ouvidos destas pessoas do BNP, não representam a comunidade LGBT porque a iniciativa foi aplaudida aqui e no Facebook e as pessoas LGBT apoiaram em massa e CILINDRARAM completamente as organizações ligadas ao BE que foram contra.
    Espero que tenham aprendido alguma coisa e no futuro não repitam a pata na poça.

  • João Delgado

    Este ano, foi muito imporatnte, ter começado a a exitir não as descentralização da marcha LGBTI, com o aparecimento de varias marchas pelos vários pontos do pais, mas também o aparecimento de cada vez mais grupo/organizações LGBTI fora dos grande centro do pais. Espero que esta tendência continue para o ano, porque nem toda a gente é privilegia para poder viver perto desses centros dos pais. Esses grupos e estas marchas são importante na visibilidade, e para contribuir para o apoio, a aceitação desta população que muitas das vezes sobre mais descriminação, o seu ambiente não é o mais inclusivo e aberto, e muitas das vezes esta mais sozinha e com falta de apoio em relação ao resto da população

  • Anónimo

    Tenho muito gosto em dizer que ajudei na concretização do evento no Funchal, marcha e etc. Espero que um dia cada distrito tenha o seu momento de orgulho lgbti.

  • João Delgado

    Espero que isso seja uma tendência a seguir apara os procimos anos
    Eu este ano tive 4 meses no sul do pais, e senti pele primeira vez na pele a grande diferença em ralação a Lisboa e quanto eu eu “privilegiado” por poder viver na zona de Lisboa, senti bem a falta de haver espaço/eventos direccionados para o publico LGBTI, alem de ter sentido uma ambiente ainda muito fechado e muito dentro no armário, onde as pessoas LGBTI ainda estão dentro no armário, não se via por exemplo casais a aderem de forma natural na rua, como em Lisboa e e mesmo a população em si é um bocado mais conservadora e moralista

  • Emigrado

    No Sul, no Algarve? Pois eu explico que se passa por la. A regiao tem apenas 400 mil habitantes, que estao espalhados pelo litoral, e de uma ponta a outra sao quase 150 km. Um gay que viva em Vila Real de Santo Antonio, para ir a Albufeira, vai gastar mais de 20 euros em portagens e combustivel. E um gay que viva em Lagos, para ir a Faro, gastara o mesmo. Alem disso no Inverno parte da populacao esta desempregada e tem de poupar ate ao proximo Verao. Em parte por isto a noite gay nunca vingou no Algarve, a populacao e pouca, ha portagens na Via do Infante e os jovens no Inverno ou estao a estudar em Lisboa ou nao tem dinheiro.

    Outro problema esta na promocao turistica. O Algarve nao e visto como destino para gays, ao contrario das Canarias, Ibiza ou de algumas ilhas gregas. O turismo gay internacional passa por Madrid, Mikonos, Telavive, Ibiza, Nice, Paris, Amsterdao… nao por Faro ou Portimao! Para tal seria necessario haver oferta nocturna e eventos, nem que fosse apenas no Verao. E para tudo isto e necessario dinheiro e marketing. Ora dinheiro nao ha, e os portugueses costumam ser pessimos a vender o que e seu.

  • João Delgado

    Eu não estava a falar só na noite gay, que faz sentido o que tu disseste e corresponde ao que eu me apercebi.
    Eu estava também a falar em relação ao resto, a mentalidade das pessoas e abertura e naturalidade como a homossexualidade é vista.
    E acho que isto se aplica mesmo a questão do turismo, porque se o turismo no Algarve esta a crescer, sendo um grande motor económico desta região, é estranho não haver uma aposta num segmento que esta em forte espanção e que que dá muito dinheiro lá fora