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Catwoman é bissexual

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Não, o amor por Batman não morreu. Mas a vida prega partidas e eis que Catwoman se apaixona pela rival Eiko. O novo volume da saga, o 39º, lançado na passada sexta-feira nos EUA revela a sua orientação sexual no último quadradinho da conhecida banda-desenhada.

Um beijo no último quadradinho da mais recente aventura da personagem da DC Comics confirma agora os rumores recorrentes. Não é novidade que Catwoman não é heterossexual de corpo e alma. Muito pelo contrário. Mesmo com um amor por Batman há mais de 75 anos, Catwoman há muito que flirta com mulheres em cima de um telhado. No entanto, agora existe uma prova: um beijo que pode dar origem a mais uma grande aventura desta personagem.

Tal como noticia o Público, a autora do actual ciclo de aventuras da super-heroína de Gotham City, Genevieve Valentine, afirma no seu blogue que esta não será uma história para esquecer no dia seguinte. Para a autora, este “é um volume muito importante em termos de enredo”, pois envolve inúmeras decisões de Catwoman e “põe toda uma narrativa em acção”. O momento crucial de que falamos é explicado da seguinte maneira: “À luz fria da lua, Eiko pede-lhe para ter cuidado porque se avizinha uma guerra, e as duas beijam-se. Antes de se despedirem, Eiko ainda tem tempo para perguntar se o beijo foi por ela ou pelo fato. 'Não sei. Mas se sobrevivermos a isto, será bom que descubramos', responde Catwoman”.

A verdade é uma: há muito tempo que estava programado que Catwoman saísse do armário e este novo ciclo de aventuras foi o escolhido para isso. Contratada para o escrever, Genevieve diz que Eiko “parecia ser a pessoa certa: inteligente, determinada e com suficiente conhecimento acerca de Catwoman para que a sua honestidade pudesse oferecer-lhe um abrigo numa situação cada vez mais desonesta para todos os envolvidos”.

No entanto, não se espera que esta nova paixão de umas das mais conhecidas super-heroínas de BD acabe com o seu longo e muito acidentado affair com, umas vezes aliado e outras rival, Batman. "Não é assim que a bissexualidade – ou sequer a Humanidade – funciona", sublinha Genevieve Valentine, que também não garante a longevidade da relação com Eiko.

“Um pequeno avanço para a BD, um grande avanço para a Humanidade”

A reacção da comunidade dos comics ao anúncio da bissexualidade da Catwoman demonstrou que era um segredo mal guardado. O mundo está em paz, mesmo depois do beijo da última página do volume 39. Para os activistas, no entanto, é uma extraordinária "revolução”. E não é assim que deve ser? Depois de muitas desconfianças nunca existiu, até agora, uma prova. Este último quadradinho vai ficar para a História da BD.

Relembre-se que Catwoman é uma das personagens mais apreciadas no mundo da ficção. Amantes de BD ou não, todos sabem quem é a Catwoman. Todos tem uma imagem mental deste nome. Uma super-heróina que salta de telhado em telhado para combater o mal. Agora, essa super-heroína é bissexual. Não altera nada mas altera tudo. O mundo pode ver agora que a orientação sexual em nada interfere com o verdadeiro ser da pessoa. Não é por estar apaixonada por Eiko que Catwoman vai deixar de fazer o bem, não é por isso que vai deixar de ser aquilo que é desde 1940, data em que nasceu.

Introduzir esta questão no mundo da banda-desenhada através de uma personagem tão importante é “um pequeno avanço para a BD, um grande avanço para a Humanidade”. A partir de agora crianças, adultos e até velhos amantes desta arte vão poder olhar para a questão de outra forma e, acima de tudo, reflectir.

Ainda que os casos de Batwoman, em 2006, e do Lanterna Verde, em 2012, tenham constituído precedentes históricos relevantes, a nova identidade da Catwoman é provavelmente o passo mais corajoso da DC Comics no que diz respeito à auto-determinação sexual dos seus super-heróis.

 

Inês Monteiro