Ao longo de 11 meses (praticamente todas as primeiras quartas-feiras de cada mês e sempre às 19 horas) do ano que agora começa, vais poder assistir a leituras de textos queer na Casa Comum (situada na Rua da Rosa, 285, em Lisboa).
Destacado pelo Expresso como um dos melhores livros de 2024, Caruncho, de Layla Martínez, leva-nos ao interior de uma casa rural carregada de história e mistérios.
O livro “Carreira & Família – A longa caminhada das mulheres para a equidade”, da autoria de Claudia Goldin e da editora Temas e Debates e foi lançado em Julho de 2024. A autora foi distinguida com o Prémio Nobel da Economia em 2023, “pelo contributo para a compreensão dos resultados do mercado de trabalho feminino”.
Ler Sempre Estivemos Aqui foi uma experiência transformadora. Este livro, uma narrativa profundamente pessoal de Samra Habib, oferece um vislumbre poderoso das interseções entre ser queer, muçulmana e mulher num mundo que muitas vezes não acolhe diferenças.
Vivemos hoje sob a sombra de uma nova escravatura: a dos algoritmos. Redes sociais que manipulam as nossas atenções, sistemas digitais que transformam estafetas de distribuição de comida e motoristas de transporte privado em subordinados de aplicações, comandados à distância por empresas que se isentam de qualquer responsabilidade laboral ou social. Estes trabalhadores, desprovidos de direitos básicos, enfrentam um regime de exploração moderna que redefine o conceito de servidão, revelando a pertinência intemporal da obra A Escravatura dos Nossos Tempos, de Lev Tolstói, editado com a chancela da editora Antígona.
Nos dias que correm e numa sociedade marcada pela intoxicação das notícias falsas e pela polarização de discursos, onde os factos muitas vezes se diluem em narrativas convenientes, as artes e as liberdades criativas tornam-se terrenos de luta. Em Portugal, assistimos a um preocupante retrocesso, com episódios como a perseguição a apresentações de livros por grupos de extrema-direita, que tentam silenciar vozes críticas e diversificadas. Num cenário onde a arte e a liberdade de expressão estão sob ataque, ler A Intransigente Defesa da Arte, transcrição do julgamento de Oscar Wilde, é mais relevante do que nunca.
A vida tem sido boa para Lucas. Ele passou os exames para estudar publicidade; mudou-se com Eric, o seu melhor amigo, do interior do Rio Grande do Norte para a capital; e conseguiu a sua tão ansiada liberdade. Mas, no amor, Lucas é um desastre. O maior fã de Katy Perry no Nordeste tem certeza de que nem toda a sorte do mundo poderia fazer com que ele finalmente se apaixonasse pela primeira vez.
Esta obra apresenta-nos o contexto histórico do início das democracias tal como hoje as conhecemos e que vingaram durante décadas, nos últimos dois séculos e que foram interrompidas por ditaduras e tiranias encapotadas, votações inesperadas e golpes de estado (tentados ou consumados) um pouco por todo o mundo, como na Espanha, na França, na Argentina ou na Tailândia e de forma mais profunda e detalhada, nos Estados Unidos da América.
O livro A Abolição do Género para a Sua Expansão, de Ira Hybris, propõe uma visão que defende a superação dos papéis de género e das normas sexuais. Inspirada em pensadoras como Gayle Rubin, Monique Wittig e Mario Mieli, a autora rejeita as categorias fixas de "homem" e "mulher", apontando para um futuro livre de imposições identitárias. A obra traça uma genealogia do transfeminismo e destaca as primeiras teses que questionaram o género como uma construção social e política opressiva.
No ano em que o escritor Samuel F. Pimenta, natural de Alcanhões, Santarém, assinala e comemora quinze anos de vida literária, lança a obra “Gérmen”, um livro onde o autor fez o exercício de escolher e reunir poemas que o acompanharam não só nos seus alguns livros anteriores, mas também em tertúlias, convívios, saraus e até mesmo no quotidiano – mas, sobretudo, poemas que o representam.
A equipa do dezanove.pt esteve reunida para apurar 10 livros publicados em 2024 que nos tenham marcado. Este top 10 é simultaneamente uma lista de sugestões de livros LGBTIQA+ que podes oferecer neste Natal.
O romance "Um Outro País" (1962) de James Baldwin é um romance que mergulha nas complexidades das relações raciais e da sexualidade nos Estados Unidos dos anos 1950 e 1960. Baldwin explora como o racismo estrutural e as normas sociais repressoras vigentes afectavam a vida de pessoas negras e brancas numa sociedade profundamente segregada. A obra aborda questões de identidade sexual sob a perspectiva do conflito e da alienação individual que deriva da repressão social.
Paulo Pascoal é activista, autor, actor e artista multidisciplinar. Mas ao folhear a sua primeira obra literária, “XPR4xTX” (O Quarto Preto), editado pela Sistema Solar, é notório que Paulo é também muito mais, para além do que dizem a sua biografia, nota de autor ou artigos escritos sobre si.
As pessoas pensam que a intimidade tem que ver com o sexo. Mas a intimidade tem que ver com a verdade. No momento em que percebemos que podemos contar a alguém a nossa verdade, quando podemos mostrar-nos a essa pessoa, quando nos despimos de tudo à frente dela e a resposta é: «Comigo, estás segura.» Isso é intimidade. [REID, 2022, p. 131]
Editado pela Tinta da China, “Sodomita” é o quarto romance do autor brasileiro Alexandre Vidal Porto. O livro dramatiza o processo judicial do português Luís Delgado, uma personagem real do século XVII, acusado de práticas sexuais com outros homens. A acção tem lugar no Brasil colonial, para onde Delgado é desterrado, e onde volta a reincidir no “vício” a que não consegue escapar.
É de uma forma sublime que Ana Rita Almeida escreve em versos a história de Benedita, uma menina que se prepara para o seu primeiro dia de escola e todos os desafios que isso acarreta.
Sentei-me para tecer algumas palavras sobre o livro A Vila das Cores, no entanto, não sei para onde é que a minha filha de três anos o levou. Ficou encantada com as ilustrações da quinta edição e com os nomes das personagens, o que me leva a crer que o guardou para mostrar à avó, depois de já o termos lido, diversas vezes, antes de se deitar. Eu já conhecia o texto e tive uma primeira edição em mãos, quando visitei um amigo em Londres. Na altura comentei que já tinha tentado encomendá-lo, mas encontrei-o, muitas vezes, esgotado, o que não deixa de ser um bom sinal.