Reconstituição Portuguesa, um livro que é "um exercício de liberdade poética"
Inspirados na técnica de blackout poetry, um colectivo de poetas e ilustradores organizados pelos criativos Viton Araújo e Diego Torgo, quiseram resignificar o infame lápis azul da censura através da Constituição de 1933.
Se nesta Constituição vimos serem sustentados os imperativos anti-liberais, anti-parlamentaristas, anti-democráticos, corporativistas e conservadores do regime do Estado Novo de Salazar, em Reconstituição Portuguesa ergue-se um exercício subversivo e censor ao poder daquelas palavras que determinariam por 48 anos as liberdades dos cidadãos portugueses para agora, em jeito de exercício poético, serem celebrados os valores e conquistas de Abril: da justiça; liberdade; igualdade e humanidade.
Lançado nos 48 anos sobre o 25 de Abril (2022) este livro conta já com diversos prémios, entre os quais vencedor, na categoria de Design, do mais importante prémio no prestigiado Festival Internacional de Criatividade Cannes e do Grand Prix de Design, e o Leão de Bronze na categoria Industry Craft.
Participam neste livro: Filipe Homem Fonseca, Gilson Barreto (Dela Mantra), Gisela Casimiro, André Tecedeiro, DJ Huba, João Silveira, Jorgette Dumby, José Anjos, Li Alves, Lila Tiago, Lucerna do Moco, Luís Perdigão, Maria Giulia Pinheiro, Marina Ferraz, Miguel Antunes, Nilson Muniz, Nuno Piteira, Paola D’Agostino, Rita Capucho, Rita Taborda Duarte, Sérgio Coutinho.
Este é um livro de exercício à liberdade poética e artística que merece ser celebrado.
ISBN: 9789897845635
Editor: Companhia das Letras
Páginas: 88
Daniel Santos Morais é mestre em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Feminista, LGBTQIA+, activista pelos Direitos Humanos. Partilha a sua vida entre Coimbra e Viseu. É administrador do site Leituras Queer.