O impacto da mono-normatividade
O termo “mono-normatividade” diz respeito à naturalização da monogamia como norma social e a todos os privilégios que lhe são associados.
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O termo “mono-normatividade” diz respeito à naturalização da monogamia como norma social e a todos os privilégios que lhe são associados.
- “Porque não és como toda a gente?”
- “Eu não sou como toda a gente, mamã. Eu sou a Júlia!”
“Um homem a sério é «alto, forte, musculado, tem entre 25-45 anos» (ou seja, ao que parece eu já sou demasiado velho para ser um homem a sério!), «é saudável, heterossexual, competitivo e dominante». Um homem a sério é «um polícia, um bombeiro, um mecânico, um advogado, um homem de negócios ou CEO». É alguém «zeloso, competente, um líder». «Bebe, assiste a e pratica desportos, e sai com os amigos.» Como de costume, não demonstra qualquer emoção para além da «raiva e da excitação». É «inflexível e violento». Este nosso herói «está sempre disposto ao sexo, tem muitas parceiras sexuais e sabe que fazer sexo é marcar pontos». «Tem um pénis grande, fica teso quando quer é mantém-se teso.» É também «sempre capaz de proporcionar um orgasmo à sua parceira» (ou orgasmos múltiplos) e «ejacula quando quer». Tem uma vida sexual focada em «coito, broches e possivelmente sexo anal (dar)».” A Revolução do Homem, Phill Barker (2020:29)
Lucky Luke, a lenda animada do faroeste está de volta às estantes livreiras portuguesas numa edição inédita. Inserido na colecção “Lucky Luke visto por…”, este último volume trazido em português pela editora A Seita, homenageia o cowboy criado por Morris, em 1946, mostrando o lado mais humano, altruísta e comovente da personagem.
Dizem que a vida é feita de escolhas e que temos o poder do livre-arbítrio, mas ao mesmo tempo as nossas escolhas já são pré-concebidas, vivemos numa sociedade em que ainda há profissões que são de homens e profissões para as mulheres, vivemos numa sociedade que nos faz acreditar que nós, mulheres, temos de nos diminuir para cabermos em lugares onde não cabemos, vivemos numa sociedade em que para ter sucesso a mulher tem de agradar, mas para agradar ela não pode ser demasiado bem-sucedida.
Em Abril deste ano, a cantora e compositora Mara Nunes lançou o seu álbum “Ela”. A canção que dá nome ao álbum vem quebrar com uma série de estereótipos, mostrando o amor entre duas mulheres, que vivem um amor pleno e sem preconceitos sociais.
Nos últimos anos temos assistido a um crescente debate público sobre a “teoria de género” e “ideologia de género”, dois conceitos que mostram inquietação no seu entendimento, tendo recentemente sido apropriados por um discurso político aliado à moral religiosa que se recusa a reconhecer os conceitos de género e sexo como construções políticas e culturais.
Zé Manel, uma voz (e cara!) bem conhecida do panorama musical português é, sem dúvida, uma das pessoas de relevância que nunca podemos esquecer de referir no que toca à voz activa de direitos LGBTQIA+. Os seus dois EP’s, expetativa (lançado a 30 de Outubro de 2020) e realidade (lançado a 27 de Agosto deste ano) chegam até nós, agora, como um só.
Com uma vitória clara da abstenção, com invisuais sem acesso a boletins em braille, pessoas de mobilidade reduzida, sem acessos válidos para chegar às urnas, ao passo que os/as mais jovens não votam devido à sua inércia descontente, sinto que passei mais tempo a reflectir no pós-eleições, do que propriamente no dia que antecedeu a votação.
Desde que me recordo que tenho contacto com estereótipos de género. As típicas frases de “azul é para os meninos e rosa é para as meninas”, “os meninos brincam com carros e as meninas com bonecas”, “os rapazes não choram”. Estes são apenas três meros exemplos e poderia passar este artigo todo a enumerar outros tantos que ouço desde que tenho memória, mas esta questão não se trata unicamente da minha experiência pessoal.
Um estudo realizado pelo site Outsports aponta que os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram de grande representatividade e diversidade. Pelo menos 160 atletas se declaram LGBTQI+. O evento ainda registou a participação da primeira atleta trans a disputar uma Olimpíada, Laurel Habbard da Nova Zelândia e a 1ª pessoa transgénero não-binária, Quinn do Canadá.
No passado dia 20 de Julho, foi para o ar mais um programa “O Rei manda”, da Rádio AVfm de Ovar, no qual três locutores, falam sobre Francisco Soares, mais conhecido por Kiko is Hot, (o actor da série “Casa do Cais”), de forma sexualizada, preconceituosa e estereotipada.
O FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica está de regresso, entre 1 e 16 de Maio, com um programa misto – presencial e digital – que inclui 14 espetáculos presenciais e dez online, dos quais sete são estreias absolutas e sete estreias nacionais.
O ser humano é influenciado por diversos estímulos que surgem de diversas fontes. Somos moldados pelo ambiente, pelo contexto de vida, pelas experiências a que estamos sujeitos, com os amigos, a família, os colegas de escola, os colegas de trabalho… Para além disso, uma das maiores fontes de influência na construção social e na forma como percepcionamos o que se passa à nossa volta são os meios de comunicação social.
Sim. O menino que vêem na fotografia sou eu. Foi tirada no Portugal pardacento de Salazar, quando os rapazes estavam proibidos de ter comportamentos de menina.
Por vezes ouvem-se elogios que são proferidos de forma a destacar pela positiva um homossexual discreto dos ditos efeminados. No entanto, quando se proferem elogios como “tu não pareces nada gay”, “enganas bem”, “ninguém diria”, “pareces mesmo um heterossexual” ou “deviam é ser todos como tu; não entendo porque têm de ser efeminados só porque são gays”, está-se a reproduzir estereótipos de género, nomeadamente a ideia tradicional do que é ser homem e também a ideia errada de que o gay tem de ser efeminado.
A primeira edição do Festival Política, marcado para os dias 21 e 22 de Abril, no Cinema S. Jorge, em Lisboa, tem como tema central o combate à abstenção.
Catalogar ou rotular pessoas com base em características tentando de alguma forma apontar o dedo ao que nos diferencia, acaba por nos fazer esquecer tudo aquilo que temos em comum.
A pergunta pode ser completamente disparatada, mas foi o que o humorista Pierre Zago andou a questionar nas ruas de Portugal.