"O Deserto Malva", de Nicole Brossard
"O Deserto Malva", de Nicole Brossard (1943, Canadá), é uma obra que, de forma fragmentada, combina elementos de prosa e poesia.
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"O Deserto Malva", de Nicole Brossard (1943, Canadá), é uma obra que, de forma fragmentada, combina elementos de prosa e poesia.
“Espero oferecer não só um reflexo da realidade actual, mas também ferramentas práticas e, ao mesmo tempo, inspiração para que cada leitora possa liderar com confiança e visibilidade, independentemente do sector ou ambiente.” – Maria Duarte Bello
A historiadora Ana Rodrigues Oliveira acaba de publicar Portugal - Uma História no feminino, pela editora Casa das Letras. A História de Portugal foi sempre dada no masculino e os principais autores foram sempre homens. Nas escolas as alunas são confrontadas com uma raríssima e capilar presença feminina, reificando a ideia de que a História é feita só por Homens. A edição deste livro representa um marco fundamental para outras leituras da História num trabalho que retrata o papel decisivo das mulheres da fundação do país como D. Teresa (séc. XI-XII), mãe de D. Afonso Henriques até à única primeira-ministra que o país teve, Maria de Lourdes Pintasilgo (séc. XX).
A livraria Greta apresenta a Greta Edições com o lançamento do livro "Onde é que elas andam?", uma compilação de textos escritos por mulheres e pessoas lésbicas, com organização de Alexa Santos.
“No caso em questão, bem se pode dizer que em torno das realizadoras portuguesas, até há bem pouco tempo, sempre se fecharam vários círculos de ferro difíceis de quebrar num país com as características de Portugal, justamente encarado na introdução deste ensaio como nação pequena. (...) Portugal, país de dez milhões de habitantes, situado no extremo oeste da Europa, com uma história de grande expansão pelo mundo, mas que chegou ao final do século xx atrasado em vários aspectos da vida cultural, encontra na tremenda batalha pela produção do cinema produzido por mulheres uma história que o tipifica.”
Lídia Jorge, Realizadoras Portuguesas: Cinema no Feminino na Era Contemporânea (ICS, 2023)
O resultado das recentes eleições legislativas em Portugal, com crescimento exponencial da representação eleitoral da extrema-direita, só surpreendeu quem não esteve com atenção nos últimos 20 anos, e nos últimos dez, ou quem coloca tanta fé numa sociedade e economia de mercado que confunde o regime actual com uma verdadeira democracia.
Durante anos, certos livros foram lidos às escondidas em Portugal e escamoteados à polícia. Porque era proibido lê-los, mas também detê-los. O fim da instituição da censura só ocorre após a Revolução de 25 de Abril de 1974, com a aprovação da Constituição de 1976, que consagra no artigo 37.º a liberdade de expressão e informação e no artigo 42.º a liberdade de criação cultural.
No passado dia 7 de Março foi lançada, em Portugal, a biografia de Maria Teresa Horta (1937), ícone feminista antifascista.
“Se cada homem tornasse público aquilo que pensa sobre o nosso sexo, a opinião de que fomos criadas apenas para seu uso seria unânime, de que servimos apenas para gerar e zelar pelos filhos nos primeiros anos de vida, para tratar dos assuntos da casa e para obedecer, servir e satisfazer os nossos senhores, ou seja, eles mesmos, naturalmente.” Sophia, A Mulher Não é Inferior ao Homem (Ideias de Ler, 2024)
1ª parte: era uma vez o homem, a mulher, o masculino, o feminino e a heterossexualidade
Recentemente, partilhei o quão inspirador foi conhecer os primeiros 28 anos de vida de Angela Davis. Se ficaram motivados a explorar mais sobre a sua vida e obra, destaco o livro "A Liberdade é uma Luta Constante", lançado em Portugal em 2020 pela editora Antígona.
Uma vez José Saramago disse: "A leitura da Mafalda deveria ser obrigatória nas escolas, mas não nas primárias, e, sim, nas universidades."
No final de 2023, a editora Antígona lançou em Portugal a Autobiografia de Angela Davis, destacada activista norte-americana contemporânea. A obra, escrita aos 28 anos, mergulha nos desafios que marcaram a vida da activista, desde a infância em Birmingham, permeada pela segregação racial e ataques à comunidade negra. Por Nova Iorque, Europa, Cuba e pelo seu envolvimento nos movimentos negros ao regressar aos EUA no final dos anos 60.
“Quando as mulheres negras se movem, toda a estrutura política social se movimenta na sociedade”
Recentemente, partilhei aqui o quão fascinante foi para mim a descoberta da feminista Audre Lorde. Se ficaram motivados em explorar esta autora, destaco o seu livro 'Sister Outsider'.
A livraria Greta tem sido mais do que apenas uma livraria - é um ponto de encontro para a diversidade literária e uma plataforma para a celebração de todas as vozes que historicamente foram marginalizadas ou sub-representadas no mundo literário. Contendo exclusivamente obras da autoria de mulheres e de pessoas queer e não-binárias, a livraria abre agora portas físicas em Lisboa e promete continuar o trabalho de criação de espaços de encontro para o debate feminista.
"Dissemos trivialidades, como as pessoas crescidas, mas de súbito percebi, com espanto e alegria, que o vazio do meu coração, o sabor insípido dos meus dias, tinham um único motivo: a ausência de Andrée. Viver sem ela não era viver. A irmã de Villeneuve sentou-se na sua cátedra e eu repeti para mim mesma: «Sem Andrée, deixo de viver.» A minha alegria transformou-se em angústia: mas então, questionei-me, o que seria de mim se ela morresse?"
“Natália é manusear um papiro antigo que ao toque abre novos veios e ramifica outros, desafiando o caminhante a uma viagem longa. Haverá cansaço, na exata razão do cansaço da vida. E haverá ficção, na exata razão da efabulação da vida.” - Filipa Martins sobre Natália Correia