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A Desobediente - Biografia de Maria Teresa Horta

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No passado dia 7 de Março foi lançada, em Portugal, a biografia de Maria Teresa Horta (1937), ícone feminista antifascista.

 

Teresinha cresceu numa família privilegiada, onde enfrentou as depressões pós-parto da mãe e a falta de compreensão do pai para consigo. O divórcio de ambos e a morte da avó feminista, sua cúmplice, deixaram-lhe uma sensação persistente de carência para toda a vida. Já em idade adulta, Teresa tentou o suicídio devido aos obstáculos impostos pelo primeiro marido, quando procurava viver a sua grande paixão, Luís Barros. Desde cedo, integrou a cena literária portuguesa, destacando-se por uma poesia reivindicativa do erotismo feminino, numa época em que a virgindade era glorificada e o prazer feminino ignorado. Foi a primeira mulher a dirigir o ABC Cineclube, uma herança da paixão cinematográfica materna, e jornalista numa época em que as mulheres não podiam trabalhar nas redacções. A sua escrita não convencional para uma mulher na época e as suas ligações ao Partido Comunista atraíram sobre si a atenção da PIDE. Foi, no entanto, a co-autoria de "Novas Cartas Portuguesas" que a colocou inevitavelmente na história da luta feminista e antifascista. Esta obra revolucionária, publicada em 1972, denuncia a vida de opressão que as mulheres enfrentaram durante o Estado Novo. Maria Teresa Horta, juntamente com as outras autoras, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, foram levadas a julgamento. Durante o julgamento, receberam um amplo apoio internacional de figuras como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras. Esta última despertou sobre si um forte encantamento que precisou de refrear por intuir uma eventual relação mais intensa. Publicada 50 anos depois do 25 de Abril, a biografia escrita por Patrícia Reis destaca a luta constante de Teresa Horta pela liberdade. A obra é um testemunho inspirador de como lutar contra um contexto que nos oprime, sendo possível, através da arte e do activismo, criar um impacto transformador na sociedade. Recebamos a sua inspiração para o activismo LGBT; tal como Maria Teresa Horta, usemos também a escrita corajosa e o activismo para derrubar estigmas e promover a aceitação de diversas sexualidades e identidades.

 

Daniela Alves Ferreira