As Olimpíadas do preconceito
A poucos dias do início dos Jogos Paralímpicos, fazemos um pequeno resumo da edição dos Jogos Olímpicos de 2024, decorridos entre os passados dias 26 de Julho e 11 de Agosto.
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A poucos dias do início dos Jogos Paralímpicos, fazemos um pequeno resumo da edição dos Jogos Olímpicos de 2024, decorridos entre os passados dias 26 de Julho e 11 de Agosto.
James N. Green é um exemplo notável de como o activismo pode impulsionar a produção académica e enriquecer a historiografia. A sua abordagem reflete uma tendência na academia norte-americana, onde o compromisso com causas sociais e políticas não apenas molda a investigação, mas também redefine o papel do historiador na criação do conhecimento.
Numa época em que longo vai o ciclo de crescimento de movimentos anti-LGBTQIA+, é por vezes difícil não perder a esperança. A supressão de vários direitos arduamente adquiridos é motivo de preocupação e inquietação para com o futuro da nossa tão orgulhosa família.
Numa primeira participação de uma marcha que ocorre há vinte e cinco anos, toda e qualquer opinião pode ser redutora.
São vinte e cinco anos de trabalho organizativo árduo, de congregação de esforços, de tempo despendido para se pôr de pé, ano após ano, esta Marcha.
Foi cheia de orgulho e ao som de palavras de ordem como “Assim se vê a força LGBT!” ou “Nem menos nem mais, direitos iguais!”, que milhares de pessoas, este sábado, voltaram a vestir o centro do Porto - de onde tinham sido afastadas - com as cores do arco-íris, na “19.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto” e no “Arraial + Orgulhoso do Porto”.
“A história da homossexualidade é a história de tudo quanto foi infligido às pessoas homossexuais a pretexto de o serem, mas é, no mesmo pé, a história de todas as formas pelas quais elas reagiram e se defenderam, construindo e reconstruindo contra-identidades de resistência.”
Sendo português e vivendo em Portugal, tendo nascido em 1985 e olhando para os dias de hoje, posso afirmar, categoricamente, que Portugal evoluiu significativamente na defesa dos direitos LGBTI+.
A primeira proposta para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal aconteceu em 2001, mas foi rejeitada. O casamento entre pessoas do mesmo sexo viria apenas a ser legalizado em 2010. A lei foi aprovada no Parlamento a 8 de Janeiro e entrou em vigor a 5 de Junho. O primeiro casamento entre pessoas do mesmo em Portugal sexo celebrou-se a 7 de Junho. Muitos opinam contra o casamento pela sua base histórica católica e tradicional. No entanto, é importante compreender que o casamento LGBTQIA+ é, acima de tudo, uma questão de direitos.
Um artigo da Bloomberg publicado no mês de Maio revelou que, actualmente, a Irlanda e o Luxemburgo não têm nenhuma mulher em cargos de direcção de empresas, e apenas 8% dos directores das maiores empresas da União Europeia, em 2023, eram mulheres. Já a nível nacional, um artigo do Diário de Notícias de Março informa que as mulheres ocupam menos de um terço dos cargos de gestão e liderança nas empresas em Portugal, acrescendo que "a presença feminina nas empresas diminui à medida que a responsabilidade dos cargos aumenta". De apontar que, segundo os dados mais recentes (Pordata), em 2022, as mulheres representavam 52,3% da população residente em Portugal.
Entre os dias 6 e 9 de Junho de 2024, quase 400 milhões de pessoas nos 27 Estados-Membros são chamados a votar nas eleições europeias - em Portugal as eleições estão marcadas domingo, dia 9 de Junho. Para informar melhor os cidadãos da União Europeia (UE) e incentivá-los a votar, o Parlamento Europeu preparou uma campanha que apela ao voto em defesa da democracia.
A actividade sexual entre homens é considerada um crime perante a actual lei ganense que determina que estes actos são puníveis com uma pena de prisão máxima de três anos. Diversas organizações dos Direitos Humanos alertam que esta lei tem sido aplicada e reforçada, culminando em efectivas condenações à prisão de pessoas LGBTQIA+ ao longo dos anos. Em Fevereiro deste ano, o Parlamento do Gana aprovou de forma unânime um projecto de lei anti-LGBTQIA+, denominado "Lei dos Direitos Sexuais e dos Valores Familiares do Gana". Esta proposta legislativa está agora nas mãos do Supremo Tribunal. Se aprovada, aumentará a penalização legal da homossexualidade, introduz a criminalização de indivíduos e organizações que defendam activamente os direitos LGBTQIA+ nos media, e criminaliza os indivíduos LGBTQIA+ que falhem em comunicar a sua sexualidade perante as autoridades.
O Parlamento do Iraque autorizou alterações à lei contra a prostituição, de modo a aprovar a lei que criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo e de expressões transgénero, com uma pena até 15 anos de prisão.
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
O resultado das recentes eleições legislativas em Portugal, com crescimento exponencial da representação eleitoral da extrema-direita, só surpreendeu quem não esteve com atenção nos últimos 20 anos, e nos últimos dez, ou quem coloca tanta fé numa sociedade e economia de mercado que confunde o regime actual com uma verdadeira democracia.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou, no dia 4 de Abril, a sua primeira resolução de sempre que aborda especificamente a discriminação, a violência e as práticas nocivas contra pessoas com variações inatas das características sexuais. Tratando-se da primeira iniciativa do tipo aprovada pelo órgão internacional, activistas intersexo consideram este um momento histórico.
Assinalamos este mês 14 anos de presença diária online contigo! O site www.dezanove.pt acompanha a actualidade LGBTIQA+ em Portugal e no mundo de forma isenta, descontraída, informativa e de forma voluntária.
Apesar do mau tempo, mais de cem pessoas exigiram «segurança, bem-estar e saúde, para todas as pessoas trans, até mesmo na infância!», na véspera do dia em que, pela primeira vez no país, se assinala a visibilidade das pessoas trans. O ponto de encontro foi marcado para o Jardim Paulo Vallada, com o percurso a terminar na praça D. João I.
O blogue português esQrever, dedicado às temáticas LGBTI e de género, completou dez anos de actividade no dia 24 de Março. O projecto colaborativo conta também com o podcast “Dar Voz A esQrever”, dinamizado por Pedro Carreira e Nuno Miguel Gonçalves.