Nos últimos tempos tem-se debatido bastante, até mesmo dentro da comunidade LGBTQIA+, se deveríamos realmente ter livros, filmes, séries e outros elementos culturais que sejam destacadamente de temática queer. Afinal, se queremos incluir-nos e mostrar que somos iguais a toda a gente, porque deve a cultura LGBTQIA+ ser demarcada com esse rótulo? A resposta é simples: representatividade.
O dating world é por si só um mundo imprevisível para todos. Sais com uma pessoa e às vezes fazem-te ghosting, ou descobres que têm uma vida dupla mais complexa que um 007, ou por outro lado está tudo a correr bem, a conexão está lá, tudo é perfeito, mas eis que da boca dele/dela sai o teu pior pesadelo - ela/ele diz-te que é hétero.
Quando tomei a decisão de ser eu, na minha própria essência, eu sabia que iria carregar um peso por isso. Eu sabia que não corresponder às normas impostas por uma sociedade cisheteronormativa e patriarcal seria daqueles desafios que por vezes me iriam deixar sem dormir algumas noites. Eu sabia disso, mas também sabia que deixar de ser quem sou nunca esteve nos meus planos.
“É o coração que escolhe” é o nome do livro infantil de Ana Alegre, que está recomendado pelo programa LER+ Plano Nacional de Leitura. Foi escrito em 2017 pela então aluna da Escola Superior de Educação de Coimbra e conta com 32 páginas, ilustrações de Maria Guião Pimpão e uma mensagem importante a retirar.
Catalogar ou rotular pessoas com base em características tentando de alguma forma apontar o dedo ao que nos diferencia, acaba por nos fazer esquecer tudo aquilo que temos em comum.
Há quem acredite considerar-se uma pessoa livre de preconceitos, mas muitos acabam por inadvertidamente fazer julgamentos e tecer opiniões sobre outras pessoas com base no que observamos, seja raça, idade, género, religião, sexualidade ou deficiência.