Liga Portuguesa Contra a Sida diz que doença é desvalorizada pelos idosos
A Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) reforça a importância de práticas sexuais mais seguras em qualquer idade, a propósito do Dia Internacional do Idoso que se assinala hoje. "A sida não quer nada comigo" é uma das frases comuns entre a população com mais de 50 anos.
"Por desconhecimento ou desvalorização dos factores de risco associados à transmissão do VIH e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), a população sénior tende a não utilizar métodos barreira, como o preservativo. É, por isso, fundamental, intervir junto desta população específica, despertar a consciência para os riscos e sensibilizar para a utilização de preservativo", explica Ana Filipa Santos, psicóloga clínica da LPCS.
Em 2011, a Liga Portuguesa Contra a Sida promoveu o projecto "Conviver com Segurança e Prazer", destinado à população sénior. "Este Programa tem como objectivos contribuir para a detecção precoce do VIH/SIDA e controlo da infecção, prevenir a transmissão do VIH e outras infecções sexualmente transmissíveis, promover a mudança de crenças e atitudes face ao VIH/SIDA", explica a psicóloga. "Este tipo de programas são fundamentais para desenvolver estratégias de redução de comportamentos sexuais de risco e aferir conhecimentos, comportamentos e crenças associadas ao VIH/SIDA junto desta faixa etária", conclui a mesma especialista.
Embora o aumento da prevalência do VIH em pessoas com mais de 50 anos esteja muito relacionado com aqueles que envelheceram com a infecção, segundo a Liga, os diagnósticos de infecção recente têm aumentado. Para a Liga Portuguesa Contra a Sida, os profissionais de saúde têm aqui um papel importante, abordar o tema da sexualidade, questionar os doentes e promover o rastreio, de modo a evitar diagnósticos tardios.