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Les Rendez-vous d’Anna (Chantal Akerman) já está disponível na Filmin (com trailer)

The Meetings of Anna

O filme "Les Rendez-vous d'Anna" (1978), crucial para a compreensão da história do cinema queer e do feminismo, pode agora ser apreciado na Filmin, numa restauração do original da Cinematek.
 
Dirigido por Chantal Akerman, o filme franco-alemão acompanha Anna Silver (interpretada por Aurore Clément), uma directora que percorre sozinha a Europa para promover os seus filmes.
Anna, figura magnética, atrai as pessoas por onde passa, tornando-se receptáculo dos seus segredos mais íntimos, mesmo sem manifestar interesse em conhecê-los profundamente.
O filme é emblemático de Chantal Akerman, uma figura central no cinema queer e feminista, e oferece uma representação única e autêntica da experiência queer, notável na cena de partilha de uma experiência sexual com uma mulher entre Anna e a mãe. Através de uma estética minimalista e de ritmo lento, que acentua a atmosfera contemplativa do filme, Akerman captura a confusão inicial relacionada com a vivência de experiências não
normativas, culminando no bem-estar da aceitação e autoconhecimento. Entre tensão e descoberta, o filme destaca a importância da autenticidade na representação das experiências queer.
A representação autêntica e não romantizada da sexualidade é central na obra da realizadora, que já tinha quebrado tabus na sua primeira longa-metragem “Je, tu, il, elle” (1974) ao incluir a primeira representação explícita de sexo lésbico de sempre. Essa cena, íntima e despojada, não é apenas uma expressão corajosa da visão de Akerman sobre a sexualidade, mas também solidifica o seu compromisso em oferecer uma representação autêntica e não convencional das experiências queer.
A habilidade na exploração das nuances da experiência humana, em particular as relacionadas com o feminismo e a sexualidade, eleva "Les Rendez-vous d'Anna" a uma obra cinematográfica única. A narrativa não convencional e a abordagem inovadora de Akerman fazem deste filme uma contribuição valiosa para a sétima arte, reforçando a importância do seu legado na história do cinema e na representação das mulheres no ecrã.
 

Cláudia Almeida