“Kaboom - Alucinação”: Um surrealismo que é contagiante (vídeo)
“Kaboom - Alucinação” (2010) de Gregg Araki foi um dos filmes do último IndieLisboa. Foi ainda um dos filmes independentes de 2010, tendo marcado presença no Festival de Sundance, e que até passou pelo Festival de Cannes há precisamente um ano, e que só agora chega finalmente a Portugal. Devido a isso, ou até talvez não, é que o filme estreia na mesma semana em que já está à venda o seu respectivo DVD nas lojas. Que tipo de distribuição é esta?
Smith (Thomas Dekker) um estudante universitário gay, deseja ardentemente Thor (Chris Zylka), um sensual surfista com quem divide o quarto, mas dorme com a bela London (Juno Temple), uma rapariga sexualmente progressista. Entretanto a sua melhor amiga, a sarcástica Stella (Haley Bennett), envolve-se com uma bruxa, Lorelei (Roxane Mesquida), que usa o vudu como vingança. Numa fatídica noite, a vida de Smith muda radicalmente. Sob o efeito de biscoitos alucinogénios ingeridos numa festa, convence-se de que testemunhou o homicídio da enigmática ruiva que o assombra em sonhos. O segredo que desvenda altera não apenas a sua vida, como o destino de toda a humanidade, numa corrida contra o tempo.
“Kaboom” pode ser explicado ou entendido através do título que levou em português “Alucinação”. A alucinação da juventude, a alucinação das drogas e rock ‘n’ roll, a alucinação do prazer sexual. Mas o filme é muito mais que isso, é a confirmação que Araki, uma referência do cinema queer, está cada vez melhor. O filme vai além da mera exploração da sexualidade, mistura humor e ficção científica de forma consistente.
“Kaboom” é uma explosão de sentimentos, de cor, de vida e de paixão. Uma comédia (indie) de/para adolescentes que felizmente foge aos cânones pré-estabelecidos. Foi filme ideal para terminar em beleza o IndieLisboa’11. O surrealismo do filme contagia-nos até depois de sairmos da sessão. Eis-nos perante uma das obras mais fascinantes desta temporada. Estreia hoje nas salas de cinema.
4 estrelas em 5
Luís Veríssimo