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10 jovens atacam casal brasileiro de homens negros em Gaia

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Na madrugada do passado dia 30 de Dezembro um casal brasileiro formado por dois homens negros foi espancado no Cais de Gaia por um grupo de cerca de 10 jovens. Um crime com "motivações racistas, xenófobas e homofóbicas de acordo com as vítimas, já que não houve qualquer furto de valores, pondo em evidência, uma vez mais, o racismo existente na sociedade portuguesa" considera a Marcha do Orgulho do Porto e o Queer Tropical nas redes sociais.

 

Também a SOS Racismo emitiu um comunicado onde relatam os factos: "As vítimas confirmam que após terem sido interpeladas por um pedido de dinheiro foram violentamente agredidas fisicamente, com lesões que incluíram a face e o crânio. A violência das agressões motivou a assistência das vítimas no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. 

As vítimas, ainda no local, solicitaram a assistência da Polícia de Segurança Pública, que segundo as mesmas e perante sinais evidentes de agressão tardaram em responder com rapidez para alcançar os agressores, permitindo apenas a identificação de seis destes. 

A associação considera que "este é mais um lamentável episódio de agressão violenta com motivações com provável teor racista, xenófobo e homofóbico. É importante não por ser isolado mas por se somar a frequentes relatos de agressão a elementos de comunidades migrantes, pessoas racializadas e LGBTQIA+ e que revela a presença do racismo, xenofobia e homofobia na nossa sociedade" e consideram igualmente gravosa "a resistência transparecida pelos profissionais da força policial presentes, garantes do funcionamento do estado naquele contexto e protectores de todos os cidadãos em território nacional". 

O SOS Racismo solidariza-se com as vítimas deste episódio concreto e espera que a denúncia realizada e processo instaurado conduza a uma justa condenação. Espera ainda que este processo tenha eco na sociedade e dentro das forças policiais. 

Episódios como este concretizam que “Portugal não é seguro” para cidadãos como os agredidos, conforme expressaram as próprias vítimas. O SOS Racismo afirma que Portugal deve e tem de ser seguro para estes cidadãos e todos os que nele queiram viver de forma justa e igualitária, livres de racismo, xenofobia e homofobia. 

"Manifestamos nossa solidariedade às vítimas e apelamos à denuncia de toda e qualquer situação de violência", pode ler-se nos perfis da MOP e da Queer Tropical, entidades de defesa e apoio às pessoas LGBTI+ no Grande Porto.