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Legitimação da discriminação para com a comunidade LGBTQI+

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Numa altura em que anda por aí um vírus a bater às portas e ceifar vidas, em que estamos isolados para o bem de todos, há vozes que teimam em não calar, seja nos média, ou até mesmo online. Essas mesmas vozes são aquelas que causam estragos, que protegem ideias retrógradas e imploram por manter as coisas como estão, muitas das vezes, pedem até para que se volte atrás nas decisões que foram tomadas, desta maneira despindo a comunidade LGBTQI+ de direitos básicos que custaram a conquistar.    

  

A verdade é só uma - a luta pelos direitos LGBTQI+ nunca foi uma luta fácil de se travar, houve e haverá sempre alguém contra a nossa emancipação. Não pensei, porém, que numa altura como estas, em que se pede empatia e solidariedade, essas pessoas se fizessem ouvir tanto e tão alto.

Todo o alarido que causam não vem sem consequências, já que todos aqueles que escondiam as suas crenças preconceituosas, agora sentindo-se representados por políticos e figuras mediáticas, não se escondem mais, aumentando os seus números e chances de ter impacto real e palpável. É isto que acontece quando se dá uma plataforma a um pensamento que tem como base a discriminação, esse mesmo pensamento acaba por ser tomado como algo normal, e assim, todos aqueles que outrora se viram do lado errado da história, em minoria perante o avanço da sociedade, saem dos seus covis e materializam a sua vontade de oprimir quem não querem entender – nós, a comunidade LGBTQI+.   

Por muito tempo não quis acreditar que, depois de tanta luta, nos encontraríamos neste ponto outra vez. Num ponto de retrocesso civilizacional. Achei, muito inocentemente, que todos os dias seriam mais arco-íris do que o último, que apesar de faltar muita coisa, aos poucos poderíamos construir, finalmente, uma sociedade verdadeiramente igualitária, em que não importa quem amamos, nem tão pouco como nos expressamos e decidimos viver as nossas vidas.

Dito isto, nada está perdido, bastante pelo contrário. Cresceu em mim e em muitos outros uma vontade ainda maior de fazer a diferença, de lutar pelas pessoas e pelo amor que há nelas. Peço a todos que não desistam, por muito negro que possa parecer este futuro que se avizinha. Não será agora que abriremos mão do que já foi conquistado, muito menos do que ainda há por conquistar. Força deve ser e será a nossa palavra do dia todos os dias.

 

Leonor Ribeiro

Estudante universitária e activista