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Lisboa aprova por unanimidade voto de pesar pelas mortes de pessoas trans

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Por iniciativa das vereadoras Paula Marques, Floresbela Pinto e vereador Rui Franco dos Cidadãos Por Lisboa foi aprovado esta semana por unanimidade, e subscrito pelos grupos do PS, PCP e Livre, um voto de pesar pelas mortes de pessoas trans no último ano.

 

A votação decorreu no âmbito do Dia Internacional da Memória Trans que se assinalou na passada segunda-feira e foi instituído em 1999 para dar visibilidade à contínua violência transfóbica, sofrida pelas pessoas trans, por iniciativa de um pequeno grupo de pessoas, em memória de Rita Hester, mulher negra trans, assassinada em 1998, na cidade de Boston, Massachusetts, EUA.

No voto de pesar relembrou-se que, apesar do trabalho dos colectivos e associações, dos avanços legislativos no nosso país, a maior formação de profissionais de saúde ou a integração das temáticas LGBTI+ nos currículos escolares, no ano transacto morreram 320 pessoas trans, segundo os registos.

Assinala-se no mesmo documento que destas 320 pessoas, 80% eram pessoas racializadas; 45% eram pessoas migrantes ou refugiadas; 36% dos assassinatos decorreram na rua e 24% na residência da vítima; a maioria das vítimas tinha entre 19 e 25 anos (77% tinham entre 19 e 40 anos). Salienta-se que nestes dados não cabem as pessoas que por serem alvo de transfobia, puseram termo à vida.Estes números "demonstram a necessidade de uma luta interseccional apresentando uma incidência nas intersecções de misoginia, racismo e xenofobia, entre outras. A transfobia não ocorre apenas nas ruas. Do abuso social e psicológico à insegurança económica, à negação do local de trabalho". "Muitas pessoas não aguentam a discriminação. Devemos lembrar cada uma destas vidas perdidas, para que estes não sejam os fins trágicos de quem não aguenta mais, mas também para lembrar o seu legado e o contributo incalculável que nos deixam e que cedo foi interrompido, um alicerce que nos inspire para continuar a lutar todas as pessoas possam viver com dignidade, direitos, respeito e segurança"  pode ler-se no documento que foi aprovado pelo Municipio de Lisboa. 

Paula Marques

Os vereadores decidiram exprimir o seu profundo pesar pelas vidas perdidas por violência transfóbica, mas também assinalar a vigília decorrida em Lisboa e em que marcaram presença, votar por promover mais acções de formação para a igualdade de direitos e oportunidades junto dos RH da CML bem como acções de sensibilização e campanhas para a igualdade no concelho de Lisboa para que esta seja uma cidade inclusiva que se afirme como Zona de Liberdade LGBTI+.

 

Fotos: Bandeira trans hasteada no edifício dos Paços do Concelho no passado dia 31 de Março e vereadora Paula Marques na vigília do Dia Internacional da Memória Trans, em Lisboa.