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Natal ou a arte de aprender a sobreviver só

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Nas ruas, nas lojas, nos meios de comunicação social o Natal já chegou em força. Em teoria, uma época de alegria e felicidade, altura de amor e  de partilha com a família e com os amigos.

No entanto, o Natal nem sempre é sinónimo daquilo que nos impingem por toda a parte. Para aqueles que, como eu, nasceram nos anos 80 do século passado, esta época pode ser bastante complicada e fazer disparar em nós uma série de gatilhos. 

Fiz parte de uma família grande: seis tios do lado do meu pai, três tios do lado da minha mãe. A época de Natal, na minha infância e juventude, era uma altura mágica de festa e de partilha. Chegávamos a ser mais de 30 pessoas à mesa, quer na véspera, quer no dia de Natal. Era a altura em que as avós faziam os doces tradicionais, havia conversas, risadas, brincadeiras até às tantas da manhã. O dia de Natal era para nós, recém saídos duma ditadura, algo do outro mundo, com os presentes, coisas simples mas inimagináveis anos antes. 

Mas, a vida é como é... Eu cresci, descobri a minha orientação sexual, fiz a minha vida. Nem toda a família respeita a minha orientação e escolhas de vida. Também os meus primos cresceram, casaram, tiveram filhos. Os avós e os tios foram morrendo. Actualmente, a mesa onde éramos no passado mais de 30 pessoas, está reduzida a 3 pessoas: eu, o meu pai e a minha mãe.

Esta época, que nos fazem acreditar ser de alegria, despoleta em mim os mais variados sentimentos: depressão, tristeza, saudade. Faço, porém, um esforço para celebrá-la pois, felizmente, tenho ainda os meus pais comigo. Sei que estes sentimentos, tão diversos daqueles que vivi na infância, são transversais a muitos membros da comunidade LGBTQIA+. Quer por terem percorrido um caminho semelhante ao meu, quer por terem sido rejeitados pela família, quer por estarem sozinhos num país que não é o seu.

Deixo a seguinte reflexão: Qual é para ti o verdadeiro significado do Natal? O consumismo ou dar a mão a quem está sozinho? Estejamos atentos ao que se passa à nossa volta e façamos desta época se não uma altura festiva, pelo menos o mais calma e serena possível. 

 

Algumas dicas úteis caso te sintas sozinho:

  • A ILGA Portugal terá dia 24 de Dezembro um jantar comunitário, às 18h, e um almoço comunitário no dia 25, às 12h. 

    ilga natal.png

  • A organização da Marcha do Orgulho de Lisboa também está a organizar um jantar para as pessoas LGBTI+. Sabe mais aqui: 

natal mol.jpg

 

  • Se te sentires triste, liga a um amigo, ou recorre a um destes números de apoio:
  1. Linha de Apoio LGBTI+: +351 969 367 005
  2. Aconselhamento psicológico (SNS 24) +351 808 24 24 24 (opção tecla 4)


Podes também contactar a tua equipa do dezanove.pt através do email: dezanovept@gmail.com

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