"História da Violência" de Édouard Louis
“E pronto, algumas horas depois daquilo a que a cópia da minha queixa, que ainda guardo dobrada em quatro numa gaveta, chama “tentativa de homicídio”, saí de casa e desci as escadas.” A apatia com que Édouard Louis nos introduz a sua segunda obra, História da Violência, mostra certamente o pendor irónico e sarcástico com que o autor enfrenta o episódio de violência física, psicológica e sexual que fora exposto, durante e após aquela noite de Natal de 2012, uma noite que para além de quase o matar mostrara irremediavelmente marcar a sua vida.