Um mês depois: Homossexuais deixam de ser excluídos da dádiva de sangue em Portugal – o que pensam os nossos leitores
Assinala-se precisamente hoje um mês do mais recente avanço na integração da comunidade LGBTI+ em Portugal.
Foi no passado dia 19 de Março de que a Direcção Geral de Saúde (DGS) procedeu à alteração de uma norma que discriminava homossexuais na dádiva de sangue. Essa modificação aconteceu no seguimento de queixas apresentadas por homossexuais que cumpriam todos os requisitos necessários para a doação, mas que, não obstante, foram impedidos de o fazer com base apenas na sua orientação sexual. O mais recente desses casos reporta a Janeiro de 2021 e obrigou à abertura de uma averiguação interna por parte do Instituto Português do Sangue e da Transplantação.
Perante este avanço histórico, o dezanove.pt fez um inquérito online dirigido aos leitores homossexuais e bissexuais masculinos sobre a influência da nova norma na sua intenção de continuar ou passar a doar sangue.
“Com a nova norma das dádivas de sangue vais continuar/passar a doar sangue?”
De um universo de quase 500 inquiridos, 60 por cento respondeu negativamente ao questionário. Destes, 30 por cento afirmou não poder dar sangue por motivos de saúde e perto de 25 por cento confessa nunca ter doado nem ter intenções de o fazer, enquanto 6 por cento não o irá fazer por ter sido vítima de discriminação no passado.
Mais de metade dos 40 por cento de inquiridos que pretendem continuar ou passar a dar sangue. 21 por cento serão novos dadores que viram nesta alteração a oportunidade para poderem cumprir o dever cívico de doação de sangue em segurança e consciência.
Os restantes 19 por cento já eram doadores. Destes, 13 por cento afirmam sempre ter doado sangue sem nunca terem omitido dados, enquanto 7 por cento confessa ter sentido, no passado, necessidade de omitir dados relativos à sua orientação sexual.
Este inquérito recolheu no total 482 respostas entre 22 de Março e 05 de Abril.
José Eduardo Rios