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Marcha do Porto: O que (não) está a mudar nos agentes de autoridade

 

Belmiro Pimentel voltou a ser o único participante da Marcha do Orgulho LGBT do Porto a dar a cara por uma organização profissional. O agente da PSP, responsável pelo Grupo Identidade XY, referiu ao dezanove que "há muito medo e receio" de mais agentes da autoridade darem a cara. No entanto, "tem havido uma mudança clara nas forças de segurança", considera, dando como exemplo o casamento entre duas agentes da GNR, que obteve repercussão nacional. Mesmo assim, prossegue Belmiro Pimentel, "é necessária mais formação nesta área".

"Vê-se que não sabem como lidar com um casal constituído por dois homens". O desconhecimento atinge até proporções surpreendentes. Belmiro Pimentel relembra um colega de trabalho que acreditava que, quando dois homens contraem casamento, um deles passaria, a assumir o papel de mulher. "Por aqui percebe-se que não sabem o que é um transexual, um transgénero ou que desconhecem termos como poliamor. Por vezes quando há violência entre dois homens, assumem logo que se tratam de amigos ou conhecidos quando na verdade se trata de violência doméstica", continua.

Apesar de dar a cara, Belmiro Pimentel, agora a trabalhar em Vila Nova de Gaia, nunca foi contactado pela hierarquia da PSP para explicar como é que se poderia melhorar a abordagem da instituição à população LGBT "ou até o que me levou a criar este grupo".

 

Álbum de fotografias da Marcha do Orgulho LGBT do Porto