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Orgulho saiu às ruas do Porto

 

“Eu estou abismado”, comentou ao dezanove António Paulo, 62 anos, quando se deparou com a chegada da Marcha do Orgulho LGBT do Porto à rua de Santa Catarina. Ao longo dos passeios da principal rua comercial do Porto, na rua de Sá da Bandeira e na zona do Bolhão, centenas de pessoas pararam para assistir este sábado tarde à passagem da Marcha. Houve até que integrasse o grupo de manifestantes para tirar fotografias ao lado dos promotores musculados do portal Manhunt ou das transexuais. A organização da Marcha tinha feito saber que esperava duas mil pessoas, no entanto, o número terá ficado, segundo um agente da PSP que acompanhou a marcha, nas “quinhentas pessoas”.

Pelo sexto ano a Marcha saiu às ruas do Porto “para dar voz a quem não a tem, para mostrar o que alguns não querem ver. Já era altura da Marcha ser sobretudo de celebração da igualdade”, podia ler-se no Manifesto da Marcha. Mesmo assim, a faixa que abria a manifestação mostrava preocupações mais próximas com a situação financeira do país: “Rejeita a austeridade, abraça a igualdade”. O estado do país mereceu até frases de ordem dos manifestantes como “Troika, troika, troika só na cama”. Algumas frases pareciam até divertir alguns dos transeuntes. Paula Teixeira, 36 anos, deu razão aos manifestantes que na rua de Santa Catarina, gritavam: “Paulo Portas otário, sai do armário”. “Não se percebe que nos dias de hoje as pessoas vivam escondidas”, disse ao dezanove a funcionária pública, que no entanto se mostrou contra outra das frases de ordem: “Troca Religião Moral por Educação Sexual”. “Não se deve misturar assim as coisas”, disse. Nuno Fernandes veio de Coimbra para integrar a Marcha com um cartaz pessoal: “Deus é meu pastor, ele ama-me como sou”. Como explicou ao dezanove, “assumi-me há pouco tempo, mas acho

que nas questões religiosas ainda há muito para fazer”.

A leitura do Manifesto da Marcha do Orgulho LGBT decorreu na rua de Santa Catarina. O percurso terminou na praça D. João I, com uma assembleia popular, participada por algumas dezenas de pessoas, onde se debateu temas como o bullying e a adopção.

 

A polémica da CASA

A organização da Marcha foi constituída por 13 grupos (Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Grupo de Intervenção Solidário; Grupo Identidade xy, Juventude Socialista, Panteras Rosa, Partido Humanista Poly Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.pt, Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, SOS Racismo e UMAR), mas mais grupos juntaram-se ao percurso, como a numerosa participação da AMPLOS ou do site Porto Gay.  

A associação CASA ficou no fim do desfile, com um intervalo que chegou a ser de 50 metros face à manifestação principal, já que a sua participação na Marcha foi considerada pela organização como “hostil”. “Levantámos questões que queriam que continuassem escondidas como a corrupção política e económica que existe entre a Marcha e o Porto Pride”, disse ao dezanove Manuel Damas, presidente da CASA. Recorde-se que a associação pôs em causa a realização da Marcha e da festa que decorre no Sá da Bandeira no mesmo dia, considerando que havia “ligações financeiras obscuras”.

Manuel Damas assegurou ao dezanove que na noite anterior à Marcha (sexta-feira) foi atacado por quatro pessoas à saída do Porto Canal, depois de ir para o ar em directo o seu programa “Sexualidade, Afectos e Máscaras”, onde apontou várias críticas à organização da Marcha do Orgulho LGBT do Porto. “Apresentei queixa na polícia” pela agressão, referiu o mesmo responsável.  

 

Álbum de fotografias completo da Marcha do Orgulho LGBT do Porto

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