A Dra. Berta Grau, especialista em doenças infecciosas da DGS, apresentou os dados relativos aos casos iniciais e à caracterização actual da doença. 

Os primeiros casos detectados ocorreram em Maio de 2022 no Reino Unido e em Portugal. Dentro dos primeiros casos em Portugal, todos eram homens, com uma idade média de 33 anos. Mais de 80% desses pacientes se identificavam como homossexuais, bissexuais ou homens que têm sexo com homens (HSH) e apresentavam maioritariamente sintomas leves da doença.

Relativamente à caracterização epidemiológica actual em Portugal, foram registados mais 10 casos desde o último registo, todos na zona de Lisboa e Vale do Tejo, sendo que um dos pacientes se encontra internado.

Perante a situação epidemiológica, foi reforçada a importância da detecção precoce, da notificação de casos suspeitos (através do SNS 24), bem como a restrição de propagação através da limitação de contactos dos casos activos. 

Sobre o tema da vacinação, a Dra. Teresa M. Alves Fernandes, coordenadora do Programa Nacional de Vacinação e do Núcleo da Vacinação da DGS, partilhou alguns desafios e reflexões sobre a vacinação. A não declaração da mpox como emergência de saúde pública, e a consequente escassez de cobertura mediática, foi citada como um dos obstáculos a ultrapassar. A escassez de recursos humanos alocados à linha telefónica representa outro desafio, reconhecendo que a linha está sobrecarregada.

Por outro lado, em boa notícia, mencionou que aproximadamente 60 pessoas foram vacinadas durante o Arraial Lisboa Pride e que outros esforços de vacinação seriam realizados em outros eventos durante o Verão de 2023.

A reunião da DGS trouxe importantes informações sobre a caracterização dos casos e as medidas de controle da nova doença. Salienta-se a importância da detecção precoce, do isolamento dos casos e da promoção da vacinação para contenção da disseminação da doença.

Cláudia Almeida

Foto: DGS

Mais informação: Infeção humana por vírus Monkeypox