A Direcção-Geral de Saúde (DGS) emitiu um alerta esta terça-feira, a informar sobre um surto de Hepatite A em Portugal. Há 23 casos identificados. A maioria dos afectados são homens, com idades compreendidas entre os 20 e os 49 anos, sendo que 44% dos casos estão associados à transmissão sexual.
DGS alerta para novo surto de Hepatite A em Portugal
Embora esteja em curso uma investigação epidemiológica, é verificado "um aumento de número de casos reportados em Janeiro e Fevereiro de 2024, em comparação com igual período de anos anteriores".
A Hepatite A é uma infecção aguda causada pelo vírus da Hepatite A (VHA), membro do género Hepatovírus, que pertence à família dos Picornaviridae. Este vírus é um dos vários que provocam inflamação do fígado e afectam o seu funcionamento. A transmissão ocorre geralmente através de alimentos ou água contaminados, bem como pelo contacto próximo com indivíduos ou objectos infetados.
O risco de infecção pelo VHA é maior para:
- viajantes ou habitantes em locais com condições de saneamento básico deficitárias;
- homens que fazem sexo com homens;
- pessoas:
- que usam drogas
- em situação sem abrigo
- com doença do fígado
- com VIH
Os sintomas da Hepatite A podem manifestar-se semanas após a contracção do vírus e incluem cansaço, náuseas, vómitos, dores abdominais, fezes claras, perda de apetite, febre baixa, urina escura, dores nas articulações, icterícia e comichão intensa. Embora a maioria dos casos resolva-se sem complicações, em situações raras podem ocorrer consequências graves.
Alguns comportamentos de risco para contrair a infecção por hepatite A são consumo de alimentos, como carne mal passada, ovos mal cozidos, legumes crus mal lavados ou mal cozidos, marisco, fruta por lavar ou não lavar as mãos após a utilização da casa de banho, mudar as fraldas e antes de preparar os alimentos
A principal forma de prevenir a hepatite A é a vacinação. Para além disso, são aconselhadas medidas que visem reforçar e complementar a prevenção da hepatite A, relacionadas principalmente com a higiene pessoal, familiar e doméstica e a confecção de alimentos, como por exemplo: lavar e desinfectar as mãos frequentemente; beber água potável ou engarrafada; cozinhar bem os alimentos, nomeadamente, carne, legumes e ovos e lavar e desinfectar bem os alimentos antes de os consumir.
Segundo a DGS, os contactos de casos confirmados -- co-habitantes e contactos sexuais -- devem ser vacinados até duas semanas após a última exposição.
Se forem ultrapassadas as duas semanas e a vacina não estiver indicada, a pessoa deve ser aconselhada a estar vigilante relativamente à sintomatologia e a reforçar medidas adequadas para impedir eventual transmissão, uma vez que esta pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas.
A DGS destaca ainda a promoção de estratégias de comunicação e promoção da saúde em colaboração com a sociedade civil, em especial na comunidade LGBT+.
A vacina contra a hepatite A está disponível mediante prescrição médica, em farmácias comunitárias.
É fundamental estar atento a qualquer sintoma suspeito e procurar assistência médica caso necessário. A conscientização e a adopção de medidas preventivas são essenciais para conter a propagação deste surto de Hepatite A em Portugal.
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Para mais informações segue este link da Direcção Geral de Saúde: https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/virus-da-hepatite-a-vha/#quais-sao-os-sintomas-da-hepatite-a
Foto: Imagem de freepik