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Évora: Artes à Rua desafia-nos o pensamento crítico

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A 5ª edição do Artes à Rua tem início no próximo dia 5 de Setembro, em Évora, e apresenta uma programação variada durante seis dias, até dia 10. 

Não esquecendo os últimos acontecimentos em Évora de ataques a exposições de temática LGBTQIA+ e mesmo a vandalização da exposição em espaço público dos 50 anos do Expresso, este festival traz propostas de reflexão a toda a comunidade. 

 

Em Évora, em Setembro, as Praças e as Ruas são lugares de afectos e fruição de músicas de muitos lugares do Mundo, que resultam de muitas tendências estéticas, que dialogam com as tradições, resgatando-as do fundo do tempo, numa dinâmica permanente de construção da identidade dos povos. As mesmas ruas e praças são lugares de encontros mediados pela música, a dança, o teatro, a performance, o novo circo, e até uma série de podcasts ao vivo.

As propostas do Artes à Rua desdobram-se em 38 momentos únicos com dois temas centrais como fio condutor: “A descolonização do pensamento” e “A igualdade de género”.

 

Fica a par de alguns destaques da programação deste ano:

6 de Setembro: Conversa: Os Direitos LGBTIQA+ e o acesso às Artes
Ana Paula Amendoeira | Mara | Patrícia Correia Rico | Puta da Silva, com moderação de Rolando Galhardas
Palácio D. Manuel | 14:30 

Os direitos das pessoas LGBTIQA+ têm motivado importantes e urgentes debates nas mais diferentes áreas das sociedades contemporâneas. As artes – e em particular a música – têm-se revelado plataformas importantes de reflexão e ação para estas comunidades e outras suas aliadas e é sobre isso que incidirá esta conversa em que participam Ana Paula Amendoeira, investigadora da área do Património e Directora Regional de Cultura do Alentejo; Mara, cantora sediada em Évora; Rolando Galhardas, actor e encenador que desenvolve trabalho como drag queen e integra a comissão Évora Pride; Patrícia Correia Rico, médica em Évora e ainda coordenadora do Grupo de Trabalho em Saúde Mental na Anémona, Associação que defende e promove cuidados de saúde adequados para pessoas trans e não binárias; e, finalmente, Puta da Silva, artista e ativista que também tem uma performance incluída no programa do Artes à Rua em 2023.

 

6 de Setembro: Pontos de Rua, de Puta da Silva |Brasil

Jardim Público | 21:00
 
Puta da Silva é uma artista de corpo inteiro, de voz urgente e necessária, capaz de criar arte que agita e transforma. Pelo seu discurso passam importantes noções de aceitação e respeito, de orgulho e empoderamento, de combate de desigualdades e injustiças. Só coisas boas. Em entrevistas, a artista tem desenvolvido o seu discurso e revelado mais de si: “A Puta da Silva é a parte mais forte de mim”, explicou ela ao Rimas e Batidas. “Faz parte da minha vida em Lisboa, que me transformou nessa potência que é a Puta. 2016 foi quando eu me mudei para cá. Vim como artista, como professora, que era o meu trabalho no Brasil. A cidade não está preparada para a imigração, principalmente para pessoas LGBTQIAP+, transvestigéneres, racializadas ou outras existências dissidentes”, alertou ainda. Puta da Silva explica-nos na sua arte que “cada imigrante que trabalha duro para conquistar algo aqui nessas terras está trabalhando na base do milagre”. E estes verdadeiros milagres acontecem de cada vez que pisa o palco. Porque ninguém fica indiferente à potência desta Bruxona que nos transforma pela dança. 

 

18 - MEMA ©Joana Magalhães (1).jpg

7 de Setembro: Leve♀Escuro, de MEMA |Portugal

After hours | Soir Joaquim António D’Aguiar | 24:00
 
Foi já em 2023 que Sofia Marques se voltou a revelar ao mundo enquanto MEMA. num novo trabalho de longa duração, Leve♀Escuro. E ainda que seja essencialmente uma obra solitária, já que a autora assume a composição, produção e interpretação dos seus temas, esse é também um trabalho que se abre ao input de outros artistas, traduzindo dessa forma ideias, impulsos e direcções que têm marcado a modernidade pop portuguesa. E esta sua pop canhota, que se apoia tanto na electrónica como no pulsar das guitarras eléctricas, tem-se manifestado em palco em aplaudidos concertos em que se sente claramente a construção de uma ideia, de um protejo artístico que é ele mesmo diferenciador e com força de mudança. Com canções imediatas e outras mais íntimas e difíceis de decifrar, MEMA. também se afirma plural, complexa e diferente. E tudo com uma forte marca feminina que não escamoteia: “É preciso também que nós próprias comecemos a mudar a narrativa, que as pessoas consigam ver que isto é tudo feito por mulheres e não somos menos que os homens”, explica-nos. Pura verdade.  

Foto: Joana Magalhães

 

Acompanha toda a programação aqui:  http://artesarua.pt/ e nas redes sociais do Artes à Rua.