a saber

Os melhores de 2015 (e algumas desilusões)

 

Os prémios LGBT mais completos do país estão de volta. Temos distinções para todos. Até para os piores.

Ao longo de 2015 escrevemos quase 600 artigos que acompanharam a actualidade LGBT em Portugal e no mundo. Da nossa análise atenta do quotidiano encontrámos os premiados da edição 2015 dos Prémios dezanove. São estes os vencedores:

 

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Ao contrário de outros países, em Portugal o acesso ao casamento e à adopção por parte de casais de pessoas do mesmo sexo não foram reconhecidos em simultâneo. Se o casamento foi aprovado em 2010, tivemos de esperar por 2015 para que, após quatro chumbos, a lei da adopção tivesse passado no Parlamento. O apoio foi inequívoco. PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV, PAN e 19 deputados do PSD votaram a favor. Até no CDS duas deputadas abstiveram-se na proposta do PS.

 

 

02 acontecimento internacional.jpg

Foi o culminar de uma batalha jurídica. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos deliberou que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo eram legalmente constitucionais em todo o território, tornando o país no 21º do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O casamento era já legal em 37 estados norte-americanos. O avanço legislativo teve repercussão mundial, ajudado pelo Facebook que permitiu que as fotos de perfil dos utilizadores fossem “pintadas” pelas cores do arco-íris.

 

 

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É certo que foi a maioria parlamentar de Esquerda que permitiu a aprovação da adopção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo, mas convém não esquecer que, pela primeira vez, no programa do PS às legislativas estava preto no banco o apoio à adopção e o fim das restrições do acesso à procriação medicamente assistida. Espera-se que António Costa, que na autarquia de Lisboa apoiou várias iniciativas anti-discriminação e marcou presença no Arraial Pride, não torne a questão da igualdade num assunto invisível.

 

 

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Conhecida até então como Bruce Jenner, ex-atleta olímpico, Caitlyn surpreendeu a América ao assumir-se como mulher. “Bruce sempre mentiu. Viveu uma mentira a vida inteira e não consigo fazê-lo mais”, foram as palavras da ex-atleta numa entrevista a Diane Sawyer. Depois do comunicado, Caitlyn tornou-se activista pelas questões trans, tendo recebido vários prémios pela sua coragem e contribuição para uma maior visibilidade trans. Considerada pela imprensa americana como a mulher trans mais famosa do mundo, posou para a famosa revista Vanity Fair e lançou um documentário intitulado “I am Cait”, que acompanha o seu processo enquanto mulher trans.

 

 

05 casal internacional.jpg

O primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel deu que falar em Maio ao casar-se com o companheiro, Gauthier Destenay, tornando-se no primeiro líder da União Europeia a casar com alguém do mesmo sexo. Convém não esquecer que em 2010 a primeira-ministra da Islândia, Johanna Sigurdardottir, foi a pioneira em termos políticos, por dar o nó com a então companheira. Ainda assim o casal luxemburguês foi capa de várias revistas pelo seu casamento e apareceu publicamente a manifestar o amor que os une. O casal agradeceu todas as mensagens de felicidades que recebeu, incluindo a enviada pelo dezanove.pt.

 

 

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Começaram por fazer vídeos no YouTube sobre culinária de uma forma divertida e sem preconceitos, gravaram episódios especiais no mês do orgulho LGBT a convite da ILGA, deram abraços grátis contra a homo, bi e transfobia juntamente com a rede ex aequo, escreveram artigos de opinião para o dezanove.pt sobre a homofobia no nosso mundo, foram ouvir e questionar o famoso terapeuta ex-gay e marcharam ainda pelas ruas de Lisboa apelando à saída do armário. No entanto, foi com o vídeo viral a andar de mãos dadas e aos beijos pelas ruas de Lisboa que Pedro e Lorenzo se projectaram nacional e mundialmente. Depois disso foi vê-los sem medo a assumir o seu amor, a reivindicar os seus direitos e a lutar contra a homofobia que ainda existe.

 

 

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Pedro Delgado Alves, Isabel Moreira, Elza Pais, João Galamba, Pedro Nuno Santos e Catarina Marcelino. Foram eles os deputados proponentes do projecto-lei que passou a consagrar o 17 de Maio como o Dia Nacional Contra a Homofobia e Transfobia em Portugal. A petição lançada pelo dezanove.pt há dois anos foi decisiva para o agendamento da votação já em final de legislatura. O projecto foi aprovado por todos os partidos com assento parlamentar.

 

 

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José António Saraiva é já um habitué do dezanove.pt. O arquitecto, que foi director do Expresso e fundador do Sol, continua a escrever uma crónica no semanário Sol, onde adora abordar temas LGBT. Este ano afirmou que “As ‘paradas gay’ são um perfeito disparate”, na crónica “O armário”, e questionou se “As referências estão a desaparecer?”, insurgindo-se contra a “figura grotesca da mulher com barba”. Com as ameaças à viabilidade do Sol, será que vamos ficar privados das suas preciosas crónicas?

 

 

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Júlia Pereira foi uma das responsáveis pelo aumento da visibilidade das pessoas trans em Portugal em 2015. Foi com a possibilidade de ser eleita a primeira deputada trans, pelo Bloco de Esquerda, que Júlia se tornou conhecida do grande público. Concedeu várias entrevistas onde ajudou a descomplicar junto da opinião pública a questão trans. No entanto, o seu papel como activista já é longo, participando em debates e encontros, também parlamentares, na luta pelos direitos das pessoas trans e intersexo. Liderou a marcha do Orgulho LGBT 2015 e é dirigente da API – Acção Pela Identidade, uma associação que se tem destacado muito pela positiva.

 

 

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Numa entrevista intimista a Daniel Oliveira, Cláudio Ramos assumiu publicamente a sua homossexualidade pela primeira vez no programa Alta Definição da SIC. A sua orientação sexual sempre foi comentada e o seu ex-relacionamento era do domínio público, mas esta foi a primeira vez que Cláudio verbalizou o assunto na televisão. “Eu achava que era heterossexual”, declarou Cláudio Ramos ao apresentador Daniel Oliveira.

 

 

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Os vinte anos de trabalho da ILGA Portugal pelo reconhecimento dos direitos das pessoas LGBT tiveram o seu corolário com a possibilidade de adopção de crianças por casais do mesmo sexo. Esta foi uma matéria onde a associação desenvolveu um trabalho de fundo junto da comunidade LGBT, opinião pública, partidos políticos e comunicação social. Depois de anos de lobby pelo que deveria ser adquirido em qualquer Estado de Direito, a igualdade só foi possível com a chegada da nova maioria parlamentar de Esquerda.

 

 

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Lorenzo e Pedro são uma das sensações do ano 2015. O casal propôs-se fazer alguns vídeos em que mostrariam um casal homossexual a andar de mãos dadas nas ruas de cidades portuguesas e filmar a reacção das pessoas, à semelhança de outros vídeos que existem filmados noutras cidades do mundo. Depois do primeiro vídeo ter sido filmado em Lisboa, seguiu-se a cidade do Porto. Estes vídeos tiveram grande repercussão na comunicação social. Aguardamos (im)pacientemente pelo resultado de outros vídeos que a dupla prometeu fazer.

 

 

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A direcção do Queer Lisboa não descansou enquanto não levou o mais antigo festival de cinema da capital para o Porto. Mas não o fez da Invicta uma mera extensão. Criou um festival de raiz com programação e vida próprias. Em 2014 tinha havido uma edição 0, mas 2015 foi o ano 1 do Queer Porto, de onde saiu vencedor o filme “The Royal Road”. A iniciativa foi apoiada pela autarquia do Porto, nomeadamente Paulo Cunha e Silva, vereador da Cultura, um vulto da Cultura que faleceu precocemente.

 

 

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Num ano assumidamente prolífico em experiências cénicas LBGT – novas criações de Miguel Bonneville & Maria Gil, André Murraças, Marta Freitas / Mundo Razoável, Teatro do Eléctrico, Elmano Sancho, entre tantos outros – não podemos distinguir um espectáculo quando houve um teatro municipal que assinalou os 25 anos da publicação do livro de Judith Butler com um ciclo inteiro, recheado de iniciativas. “Gender Trouble – performance, performatividade e política de género” decorreu de 5 de Maio a 24 de Junho no Maria Matos Teatro Municipal. O rico programa incluiu espectáculos nacionais e estrangeiros – de Vera Mantero, Luís Castro / Karnart, Lander Patrick, Mariana Tengner de Barros, Cecilia Bengolea & François Chaignaud, Mette Ingvartsen ou Pere Faura –; conferências com alguns dos mais relevantes pensadores da temática (como Ann Pellegrini, Francesca Rayner ou João Florêncio, terminando com a própria Judith Butler); um ciclo de vídeo-arte com presença e apresentações dos artistas visuais; e terminou com uma festa performativa, Bender-mente, na discoteca Lux, onde participaram vários criadores e intérpretes, como Filipe Canha, Miguel Moreira, Ana Borralho & João Galante ou Filipe Viegas, além de Simone de Oliveira. Gender Trouble, um projeto House on Fire, teve curadoria de Mark Deputter e Salomé Coelho (com Andreia Cunha, Laura Lopes e Sezen Tonguz) e contou com apoio do Programa Cultura da União Europeia.

 

 

15 noite do ano.jpg

A diva veio a Portugal. Envolvida em polémica antes, durante e depois de ganhar o Festival da  Eurovisão, Conchita Wurst tem conseguido, para além de cantar, passar a mensagem de amor e respeito para com a comunidade LGBT. A convite (inédito) da discoteca Trumps, a “mulher barbuda” marcou ainda presença na final do programa Ídolos da SIC e concedeu inúmeras entrevistas onde falou da sua carreira e de Direitos LGBT. A curta actuação de Conchita em Lisboa deixou os fãs em delírio e fez ressuscitar o interesse pela Eurovisão.

 

 

16 filme do ano.jpg

Pornográfico, sexual, incómodo, explícito, incisivo, irónico, sempre muito crítico, divide e granjeia amores e conquista ódios. Há também quem lhe chame arte. É assim o cinema de António da Silva. Este “Doggers”, realizado em conjunto com Miguel Arroja não é excepção. Ao longo de 16 minutos os realizadores captam com câmara escondida o engate nos recantos do parque de estacionamento do Estádio Nacional, no Jamor (Oeiras). O termo “doggers”, que dá título ao filme, foi emprestado do inglês e procura fazer uma descarada comparação com o comportamento que alguns cães têm quando vêem outros cães a terem relações sexuais: algumas vezes participam, mas muitas das vezes só observam.

 

 

17 livro do ano.jpg

Custa apenas um euro, na versão digital, e contém dez anos de história da cultura queer, através do olhar de 50 personalidades entrevistadas por Bruno Horta. Artistas, teóricos, activistas e outras figuras nacionais e internacionais, distribuídas em sete secções (Discursos, Géneros, Literaturas, Palcos, Músicas, Visões e Corpos) respondem ao repto de Bruno Horta sobre os respectivos pensamentos e a queerness de que são testemunho. Bruno Horta foi o primeiro jornalista a assegurar duas páginas semanais sobre temas LGBT na imprensa portuguesa (secção gay da Time Out Lisboa), uma cobertura comprometida depois do seu afastamento daquela revista.

 

 

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“Change it”. A necessidade de mudança que todos sentimos espelhadas num tema interpretado por Isaura levou muitos a novas reflexões e decisões. Quanto custa libertar-nos? Quanto custa ficarmos reféns? Deixa-te seduzir pelas notas deste tema marcante, coloca-te no lugar da rapariga deste videoclipe e sente-te inspirado(a) a mudar. A Isaura deu o mote, mas a mudança és tu.

 

 

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É um lugar comum reduzir o programa de entrevistas de Daniel Oliveira à pergunta “O que dizem os teus olhos”, mas é aqui que têm decorrido algumas das entrevistas mais íntimas e mais comoventes com várias figuras públicas LGBT, como o foi o caso de Ana Zanatti ou Diogo Infante ou, já este ano, a Daniela Mercury, Marco da Silva e Cláudio Ramos. Não foi à toa que o cronista social escolheu este programa para, ao fim de tantos anos, se assumir como homossexual. Alta Definição tem o mérito de trazer sempre algo de novo, mesmo com entrevistados de sempre. Daniel Oliveira sabe como conduzir uma entrevista que agarra todos ao ecrã.

 

 

20 media do ano.jpg

Iva Domingues e Rita Ferro Rodrigues juntaram-se para criar a plataforma feminista “Maria Capaz”, que recentemente deu lugar à associação “Capazes”. Vários foram os testemunhos e partilhas de mulheres – e também homens – com o objectivo de trazer para discussão a discriminação de género ainda existente na sociedade. Esta discriminação de género é também o que está muitas vezes na base da homo, bi e transfobia daí o seu contributo para as questões LGBT. Durante este ano foram  brilhantemente entrevistadas várias activistas e figuras LGBT como as deputadas Isabel Moreira e Mariana Mortágua, Blaya, Simone de Oliveira ou Fernanda Câncio. Aguardamos com entusiasmo mais um ano de cheio de pessoas e iniciativas Capazes.

 

 

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Foram dados a conhecer ao público português pelo dezanove. Estávamos a 15 de Abril de 2015 e era já notório que Lorenzo e Pedro iriam transformar-se num fenómeno. O casal conseguiu através dos seus vídeos de culinária tornar públicos, sempre com uma pitada de humor, afectos que muitos ainda condenam. A projecção mediática do vídeo Experiência Social ultrapassou qualquer ideia LGBT alguma vez nascida em Portugal. Este vídeo foi visto e noticiado em todo o mundo, sucederam-se os convites, multiplicaram-se as entrevistas. E foi a primeira vez que um vídeo de temática LGBT alcançou o top dos 10 mais vistos no YouTube em Portugal: mais de 800 mil visualizações.

 

 

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Uma aposta arrojada para um mercado tradicionalmente tímido. A marca de roupa interior portuguesa MUCH saiu do armário e marcou presença em várias festas e em revistas da especialidade aquém e além fronteiras. É 100% portuguesa, gay-friendly e promete dar “much more”. Que mais marcas sigam o exemplo, porque o mercado não se compadece com o mofo dos armários.

 

 

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Há 35 anos a animar a população LGBT portuguesa, o Trumps tem sido capaz de se reinventar e adaptar às mudanças dos tempos que correm. Este ano lançou o primeiro festival internacional gay e lésbico “Hot Season Festival”, trouxe Conchita Wurst a Portugal, criou o conceito das festas mensais Society focadas no público homossexual feminino, promoveu a mini-série online “We Are Family” e apoiou ainda associações como a Tudo Vai Melhorar e a Boys Just Wanna Have Fun.

 

 

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Com SH e dois Ms, Natasha Semmynova, não é propriamente uma revelação para quem acompanha a noite artística do Porto. Nascida da cabeça e personificada no corpo de Vítor Fernandes, Natasha, a persona, ficou conhecida este ano graças à sua participação num dos programas de maior audiência da televisão portuguesa, o The Voice Portugal da RTP1. Mas já antes, este ano, marcou presença na peça “Longe do Corpo” e falou ao dezanove sobre o facto de termos “a dádiva de explicar aos outros o que somos”.

 

 

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O Centro de Recursos Pessoa, Família e Sociedade, com o apoio da Associação de Psicólogos Católicos, decidiu convidar o psicoterapeuta ex-gay Richard Cohen para ir até Lisboa expôr as suas teorias de reconversão de homossexuais. Nos vários países por onde tem passado, as associações e activistas LGBT têm desmascarado as supostas teorias. Por cá, apenas a dupla Pedro e Lorenzo esteve presente para fazer o contraditório perante as 100 pessoas que assistiram à conferência.

 

 

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Quando quem tem responsabilidade de cuidar da saúde padece de um mal crónico, homo e transfóbico isso não augura nada de bom. O Ministério da Saúde arrastou o fenómeno das listas de espera para a área da dávidas de sangue por homossexuais. Continuamos numa sala de espera, à espera de sermos atendidos e as senhas passam sucessivamente. O presidente do IPST fez declarações homofóbicas, mas tudo ficou na mesma. O grupo de trabalho que analisa o tema do sangue não mostra resultados.

As incertezas, delongas e falta de resposta no que respeita às cirurgias e acompanhamento das pessoas trans e intersexo fazem-nos acreditar que este não é um tema considerado como importante. Mas nada é mais importante do que as pessoas, que não estão a ser respeitadas. Empurra-se com a barriga. E as pessoas que esperem na dita sala de espera, apesar de se identificar o que é prioritário.

Depois veio o corte no financiamento a uma consulta vital para o projecto CheckpointLx: as consultas sobre infecções sexualmente transmissíveis. Entretanto e felizmente, recuperadas com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

E aqueles que vivem com VIH? Os atrasos para levar anti-retrovirais para casa não se admitem. Anos de campanhas de prevenção, não podem ficar hipotecados por burocracias.

Portanto e em suma, se todas estas situações vergonhosas estão a piorar… vamos ignorar e acabar por aplicar a Lei de Murphy. É obedecendo a esta lógica que o Ministério da Saúde se pareceu pautar em 2015. Por muito bons profissionais que a área tenha, é urgente (senha vermelha!) que seja dada prioridade à Saúde. A fórmula é simples: são precisos mais recursos humanos, infra-estruturais e financeiros. Estamos na dita sala de espera, que afinal de contas se chama Portugal, a ver se se deixa de dar prioridade às senhas do sistema bancário e se se começa a chamar pela nossa vez na Saúde.

 

 

 

Recorda igualmente os premiados das edições de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.

45 Comentários

  • Miguel Raspado

    Como discordo de alguns prémios Nacionais, permitam-me que os indique:

    – Casal Nacional: Lorenzo e Pedro
    Muito mais relevante e impactante, foi o casal Goucha e Rui, que assumiu em crescendo, durante todo o ano, o seu relacionamento, contribuindo na opinião pública para a imagem de que um casal gay é um casal normal, sem estar excessivamente conotado com sexo, como é o caso de LeP.

    – Activista do Ano: Júlia Pereira
    Além da possibilidade da sua eleição no 8º lugar da lista do BE a Setúbal, ser quase igual à minha, que fui candidato a nada, revelou-se arrogantemente aos media, que acabaram por fazer dela uma espécie de aberração acabada de chegar ao Circo. Pelo que me apercebi na altura, junto de amigos e conhecidos, tanto hetero como LGBT, não contribuiu para dignificar nem desmistificar a pessoa trans.

    – Coming Out do Ano: Cláudio Ramos
    Não foi uma a saída do armário. Foi um desabafo.

    – Projecto Inovador do Ano + Vídeo do Ano: ES LeP
    O que se passa verdadeiramente em Portugal, está a anos luz desta dita experiência social, que peca por vários factores e vem desmentir o indesmentível e que até está escarrapachado, tanto na imprensa como no próprio Dezanove: agressões e descriminação a jovens LGBT em escolas de todo o país, agressões e descriminação em locais públicos a pessoas LGBT, agressões e descriminação nos locais de trabalho a pessoas LGBT, etc, etc. Portugal não é um rectângulo pacifico e LeP, pelas suas características, estão muito longe de espelhar o LGBT mais comum e que leva enxertos de porrada nas escolas e nas ruas.

    – Noite do Ano: Conchita em PT
    A maior parte das pessoas nem se apercebeu que estava ou esteve por cá. O nicho LGBT que se vidrava na Eurovisão, já foi chão que deu uvas, felizmente.

    -Filme do Ano: Doggers
    Um filmes que retrata a comunidade homo masculina Portuguesa como uma cambada de promiscuos…

  • Filipe

    «- Casal Nacional: Lorenzo e Pedro
    Muito mais relevante e impactante, foi o casal Goucha e Rui, que assumiu em crescendo, durante todo o ano, o seu relacionamento, contribuindo na opinião pública para a imagem de que um casal gay é um casal normal, sem estar excessivamente conotado com sexo, como é o caso de LeP.»

    Acho interessante o projecto que o Lorenzo e o Pedro têm no Youtube, mas… sim, penso que tem toda a razão. O impacto social do lento «coming-out» do Goucha e do seu companheiro é enorme pois chega, de uma forma ou de outra, a «todos» os portugueses, enquanto o Lorenzo e o Pedro estão circunscritos a um nicho que os acompanha no Youtube e nas redes sociais.

    Também concordo com muito do que diz em todo o comentário.

    E acrescento mais: cuidado com certas politizações que dividem os LGBT e afastam muita gente da comunidade, cuidado com uma excessiva colagem à Esquerda. Sim, também existem homossexuais de Direita, homossexuais monárquicos, homossexuais católicos, e até homossexuais nacionalistas.

  • Rui

    Três categorias para o casal do youtube é no mínimo exagerado.
    Apesar de serem questionáveis as mensagens transmitidas no vídeo deles, criaram debate e acho isso positivo. Só que três categorias?? Acho estranho e sem sentido.

  • Anónimo

    “E acrescento mais: cuidado com certas politizações que dividem os LGBT e afastam muita gente da comunidade, cuidado com uma excessiva colagem à Esquerda. Sim, também existem homossexuais de Direita, homossexuais monárquicos, homossexuais católicos, e até homossexuais nacionalistas.”
    A “excessiva” colagem à esquerda deve-se ao facto de a direita ser e sempre ter sido homofóbica. Além disso, mesmo que a direita não fosse homofóbica, ser homossexual e de direita é estar-se a lixar para as pessoas que sofrem outros tipos de opressões, como por exemplo as pessoas que mais sofreram com a crise, o que inclui muitas pessoas LGBT. Homossexuais de direita são traidores que lutam contra os seus próprios interesses. Merecem tanto respeito como qualquer outro direitola de merda.

  • João Delgado

    “E acrescento mais: cuidado com certas politizações que dividem os LGBT e afastam muita gente da comunidade, cuidado com uma excessiva colagem à Esquerda. Sim, também existem homossexuais de Direita, homossexuais monárquicos, homossexuais católicos, e até homossexuais nacionalistas”

    Muito sinceramente não estou a ver qual e o problema de congratular os partidos de esquerda pelas suas politica pro lgbt, muito pelo contrario, acho perfeitamente natural que isso aconteça e que se reprove as atitudes de alguns partidos/organizações que tem politicas/atitudes contra os lgbts, o facto de se estar a fazer isso não implica necessariamente ser-se de o partido A B ou C
    Tal como é perfeitamente natural existir homossexuais de Direita, homossexuais monárquicos, homossexuais católicos, e até homossexuais nacionalistas e este apoiarem politicas/atitudes pro lgbt de outros paridos e reprovarem as atitudes dos seus propios partidos quando estes tomam atitudes/politicas contra os lgbts, como aconteceu em 2015 em relação aos temas da adoção entre outros

    É um facto que quase são paridos/grupos da esquerda é que tem maior voz na luta a favor do dos direitos lgbts, agora, a culta deste facto não é das pessoas lgbts de esquerda que falam alto, mas sim das pessoas homossexuais de Direita, homossexuais monárquicos, homossexuais católicos, e até homossexuais nacionalistas que estão caladas.

  • Filipe

    «Merecem tanto respeito como qualquer outro direitola de merda.»

    Com este tipo de argumento, e de linguagem, perde a razão. Ataques pessoas e ofensas ocorrem quando se perdem os argumentos…

    Mas deixo alguns dados para demonstrar que as coisas não são preto ou branco.

    Historicamente a extrema-esquerda sempre considerou a homossexualidade um vício burguês. Em Portugal o PCP expulsou o Fogaça do partido depois de ter sido «apanhado» a ter relações com um homem numa pensão. A Rússia e o seu regime colhem hoje simpatias do PCP e da extrema-esquerda em geral mas hoje o regime russo é um bastião da homofobia e grande difusor de ideias racistas e homofóbicas no Leste europeu.

    Curiosamente o caminho dos direitos LGBT após a segunda guerra fez-se nos EUA, com todo o historial de lutas pelos direitos civis nas décadas de 60 e de 70, embora já houvesse trabalho feito nas décadas de 40 e de 50. Com o Maio de 68, a Europa começa também esse caminho, mas o papel dos EUA foi fundamental. E vemos que os primeiros países a ter luta civil maciça pelos direitos civis são terríveis paraísos capitalistas e burgueses ou então monarquias, caso da Dinamarca, primeiro país a reconhecer as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. E que dizer da monárquica Holanda e do seu pioneirismo em direitos LGBT? Ou do Reino Unido, Suécia, Noruega ou Bélgica, sociedades mais livres para os homossexuais que muitas repúblicas deste lado da Europa.

    O caro faz essa confusão porque por cá só temos tido Direita beata. Mas nos EUA ou no Reino Unido e por toda a Europa protestante do Norte há políticos e partidos de Direita liberal que sempre defenderam os LGBT.

    Quanto à crise, aconselho-o que estude aprofundadamente a História da nossa economia nas últimas quatro décadas. Descobrirá que o PCP com a conivência do PS destruiu a nossa economia durante o PREC e meteram cá dentro o FMI duas vezes em pouco tempo. Descobrirá ainda que o PS nos Governos Sócrates levou a cabo políticas ruinosas que duplicaram a dívida do país o que obrigou o Governo socialista a pedir ajuda externa e a assinar um plano de austeridade que acabou por ser executado pela Coligação PSD/CDS. Se há miséria, se estamos na pelintrice devemo-os em grande medida a políticas de Esquerda (muitas delas, diga-se, aplicadas pelos Governos de Cavaco Silva, que ideologicamente é um social-democrata, ou seja, é de centro-esquerda).

  • Pedro Dias

    Em 1º lugar, compete-me como Sócio e Gerente do TRUMPS, agradecer a distinção, inesperada, mas muito honrosa e bem-vinda do “dezanove”.

    Em segundo lugar, e respondendo às críticas de que quase não se deu pela sua passagem por Lisboa, deixo-vos uma breve lista de algumas das entrevistas que a CONCHITA deu no escasso dia e meio que esteve em Lisboa, que só gente muita distraída ou desinteressada do tema pode deixar de ter visto.

    O GOSSIP esgotou para a sua performance “powered by TRUMPS”, com um “warm up” absolutamente inesquecível, protagonizado pela Vanessa Silva e pelo Jocka “Artiste de Cirque”. “CONCHITA” – powered by TRUMPS – https://www.youtube.com/watch?v=YXu4Sdsmthc

    E no dia seguinte foi a estrela da GALA FINAL dos ÍDOLOS na SIC.

    Também passou na TVI, a sua entrevista ao programa – Você na TV, aqui reproduzida.

    Foi contra capa e notícia de página na TIME OUT, um dos únicos meios de comunicação social impresso, que refere sempre os acontecimentos LGBT, dedicando ao tema 2 páginas semanalmente.

    Muitas outras referências, em muitos outros Órgãos de Comunicação Social, que só referem temas LGBT quando os julgam de grande relevância jornalística, ou para fazer chacota homofóbica como foi o caso do SOL, que por obra e graça do preço do petróleo se apagará em breve.

    CONCHITA FALA AOS PORTUGUESES
    https://www.youtube.com/watch?v=YXu4Sdsmthc

    “CONCHITA” – powered by TRUMPS
    https://www.youtube.com/watch?v=YXu4Sdsmthc

    VOCÊ NA TV – TVI
    https://www.youtube.com/watch?v=vP52B8WqI_4&list=PLlTEPfHL6eIDQtN5pMaWArBXq3vlSSft0

    PUBLICO
    https://www.youtube.com/watch?v=_Ov5jhoXgDk

    BRUNO HORTA – OBSERVADOR
    https://www.youtube.com/watch?v=qAmljAFPzfs

    SAPO
    https://www.youtube.com/watch?v=aMoV1yM1SVc

    “dezanove”
    https://www.youtube.com/watch?v=_SOI8k4f4ko

    you tube – síntese
    https://www.youtube.com/watch?v=aMoV1yM1SVc&index=9&list=PLlTEPfHL6eIDQtN5pMaWArBXq3vlSSft0

  • Anónimo

    Quando escreveu “desinteressada do tema”, descreveu-me.
    Faço parte duma larga fatia de pessoas gay que se está a marimbar para Conchitas, Eurovisões e shows de travestis que, felizmente, só o Finalmente tem em Lisboa e esporadicamente o Etílico.
    Julgo que o cliente habitual do Trumps, onde me englobo, também não morre de amores pelo transformismo, senão marchava todos os fins de semana para a margem sul e enfiava-se no Mister Gay, que no último sábado em que lá passei, tinha 20 clientes maioritariamente na faixa dos 50 e agarrado à mesma imperial horas, a ver a Valéria Vanini.

  • Lorenzo and Pedro

    Muito, muito, muito obrigado pelos 3 prémios!
    Nem 1 imaginávamos receber quanto mais 3!!! 😀

    Sabe tão bem ver que de tudo o que fizemos em 2015, são tantas as identidades a reconhecer o nosso trabalho. Tanto internacionalmente mas também do nosso País. obrigado Dezanove!

    Vão gostar do que trazemos para 2016! 😉

  • Anónimo

    Já que destacaram uma discoteca LGBT deviam destacar a desilusão do ano que foi a Pride Disco em Lisboa. Apareceu como se fosse a melhor disco de Lisboa e faliu em 3 meses.

  • Pedro Dias

    Em 1º lugar, compete-me como Sócio Maioritário e Gerente do TRUMPS, há mais de 20 anos, agradecer a distinção, inesperada, mas muito honrosa e bem-vinda do “dezanove”, de nos considerar “O ESPAÇO LGBT” do ano de 2015.

    São cerca de 30 profissionais que fazem constantemente aquilo que o “dezanove” menciona para justificar esta honrosa distinção. É para todos eles esta distinção.

    Uns com mais responsabilidades do que outros, nomeadamente o Director Geral, Eng.º Marco Mercier, e o seu Adjunto e braço direito, David Abreu, outros com menos, mas todos com igual brio e entusiasmo profissional.

    Em 2º lugar, apraz-me registar a excelente companhia em que nos encontramos, de todos os outros distinguidos (pela positiva claro), com uma referência muito especial ao Lorenzo & Pedro, não são pelas três áreas onde mereceram o reconhecimento justíssimo do “dezanove”, mas também porque no meu entender deram (tal como a Conchita nas suas múltiplas entrevistas) uma visibilidade ao tema da igualdade, com uma naturalidade, inteligência, bom gosto e elegância, que galgou fronteiras, e muito contribui para aquilo que julgo ser o grande objectivo do “dezanove”, também de parabéns por esta criteriosa iniciativa.

    Por último não posso deixar de gostosamente expressar o meu total apoio à distinção dada à “frase do ano”, que não me dou ao trabalho de comentar, dada a estupidez evidente da mesma e idiotice do seu autor e por, graça à queda do preço do petróleo, o veículo onde estes comentários aparecem, brevemente ser extinto. Já era mais do que tempo!

  • Pedro Dias

    A clientela do TRUMPS é felizmente muito numerosa e ecléctica, e por isso nem sempre podemos agradar a todos, e ficamos muito satisfeitos quando agradamos a um número suficiente para esgotar a capacidade dos recintos que utilizamos, como foi o caso do GOSSIP , no espectáculo que lá promovemos, CONCHITA- powered by TRUMPS “.

    Do mesmo que nos regozijamos por no Sábado passado, termos esgotado a capacidade do TRUMPS , com a ESTREIA MUNDIAL de VANTAGE WORLD WIDE ROAD , destinado a uma clientela que se situa nas antípodas do público da CONCHITA.

    Isto é o TRUMPS , há pelo menos 35 anos!

    Talvez por isso seja nosso Cliente habitual o que muito nos apraz registar, e esperamos ser capazes de continuar a merecer a sua preferência.

  • Bruno Magina

    Excelente resposta a do Filipe! Acho extremamente limitador o pensamento de ser só de esquerda ou só de direita ou do que for. Eu cá tenho a minha própria cabeça e tiro as minhas conclusões do que vejo e leio e da manipulaçãoque a imprensa e os políticos -TODOS – fazen. Temos de estar constantemente a rotular? Também acho muito triste a tendência que as pessoas de esquerda que conheço tem de insultar as que pensam de maneira diferente. Posso perfeitamente ser de direita e ser solidário ou ser de esquerda e homofóbico. O meu pai, por exemplo, sempre foi de esquerda e é (ou era) homofóbico!!! É por isso que cada vez menos dou as minhas opiniões em público porque já sei que vou ser insultado.

  • Bruno Magina

    PS: Já agora, achei hilariante o pormenor de a pessoa que insulta e ofende as de direita não se ter identificado :p

  • Bruno Magina

    Por fim, concordo com a premiação da Conchita, acho que teve visibilidade. Quem não gosta, é como em tudo. Quanto as casal P&L, também estou de acordo com a distinção, embora considere que houve outros projectos com interesse em 2015. Para um modelo de prémios flexível como é este, creio que teria sido simpático dar destaque a mais pessoas.(Agora é a parte em que @s anónim@s vão chamar-me invejoso).

  • Bruno Magina

    Excelente resposta a do Filipe! Acho extremamente limitador a ideia de ser só de esquerda ou só de direito ou o que for. Tenho a minha própria cabeça e tiro as minhas conclusões do que vejo e leio e do que a imprensa e os políticos tentam – TODOS – manipular. Posso perfeitamente ser de direita e ser solidário ou ser de esquerda e homofóbico. O meu pai, por exemplo, sempre foi de esquerda e é (ou era) homofóbico!!! Também acho muito triste a tendência que a maior parte das pessoas de esquerda que conheço têm de insultar e ofender as que pensam de maneira diferente. Por isso é que cada vez menos dou a minha opinião em público.

  • Junos

    “Cavaco Silva, que ideologicamente é um social-democrata, ou seja, é de centro-esquerda”
    E é com “este tipo de argumento” que “perde a razão.” Cavaco Silva, social democrata! De centro-esquerda! Centro esquerda como os “sociais democratas” do PSD? Socialistas como os Nacionais Socialistas (Nazis)? “Do povo” como os da Coreia do Norte? (E, já agora, “socialista” como o PS? Como se fosse socialista e de esquerda?) Se vai pelo nome engana-se, e muito.

    A esquerda (ideologia) é, obrigatoriamente, a favor da igualdade de género e de orientação sexual. Se não o é não é de esquerda (em todo o espectro, não me refiro apenas ao económico), tal como não é de esquerda um partido que recuse o feminismo, por exemplo, e qualquer movimento que vise a igualdade entre pessoas.
    É regra geral, demonstrada por inúmeros partidos, grupos e governos, que a direita é o lado que mais oprime as pessoas LGBT+. Deu o exemplo do estados unidos e não podia ter escolhido melhor – os Republicanos e o D. Trump. (De relembrar também que o governo americano, durante a época que referiu, era contra os movimentos pela igualdade. Foi forçado a avançar com o tempo com a pressão que as pessoas, o povo, os grupos, fizeram como, por exemplo, Martin Luther King, Malcom X, os Black Panthers, Martha P. Johnson (muitos considerados terroristas e vigiados pelo estado)…)
    Dizer que a direita não está associada à desigualdade, tanto económica como de liberdades sociais é tapar os olhos ao que o rodeia. É largar um argumento de #NotAllRightWing que dá sempre jeito quando quer ignorar o mal de algo recusando a ligação entre elementos.

    Sugiro a si que “estude aprofundamente”, estudo esse que envolve apenas abrir os olhos. “Direitola” é alguém que defende, mesmo que inconscientemente e de forma ignorante, a desigualdade ao dar liberdade aos opressores de oprimir sem ninguém a vigiar. Um “direitola de merda” será, por exemplo, contra a lei recentemente passada contra o assédio (o “piropo”) porque considera que o seu direito de oprimir é mais importante que o de não ser oprimido; da mesma forma prefere leis que baixem impostos aos ricos e reduzam a fiscalização de empresas e as obrigações dos empregadores por considerarem que isso prejudica a economia (acham que a Economia (com maiúscula, que é quase um deus) sobrepõe-se à igualdade económica, direitos dos trabalhadores e até à saúde pública). Por isso concordo com a frase “direitola de merda”, já que será sempre alguém sem respeito pela dignidade e direitos dos outros.

    (Nota – não sou a pessoa a quem respondeu anteriormente)

  • Lorenzo and Pedro

    Muito obrigado por essas palavras! Lemos e relemos e voltamos a ler 🙂

    Para nós foi muito mais do que um simples comentário, foi um grande elogio, principalmente por quem o disse. Obrigado Pedro.

    Fica prometido para este 2016 um jantar feito por nós!

    Dois abraços
    LP

  • Anónimo

    Então no seu conceito o PCP é ou não um partido de esquerda? Trata-se de um partido que em diversos momentos não foi propriamente a favor da igualdade, apoia o regime angolano que também não o é…

    (É mesmo uma pergunta, não é uma provocação…)

  • Rui

    A cultura drag está a crescer muito no mundo inteiro e cada vez mais tem espaço em locais mainstream, como é o Trumps. E em Portugal, há público jovem que gosta e boas artistas.

  • Pedro Dias

    Meus Caros L&P

    Foi mesmo comentário, e só pode ser lido como elogio, porque o trabalho que desenvolveram ao longo do ano, não teve paralelo de mérito no passado.

    Agora sim, o elogio, mais do que devido, ao vosso trabalho em 2015, pela inovação e pela qualidade, que espantaram muita gente, e por isso mesmo tiveram o merecido reconhecimento e enorme sucesso, cá dentro e lá fora. Parabéns e continuem sempre assim.

    Quanto ao jantar é quando e onde quiserem.

  • Filipe

    Esta conversa dava pano para mangas, como diz o povo.

    Desde quando Esquerda é sinónimo de liberdade ou Direita de opressão? Olhando por exemplo para a liberdade comercial, historicamente é a Direita liberal quem mais a tem defendido. O comunismo e os seus irmãos, quando no poder, acabam sempre por limitar ou retirar a totalidade dessa liberdade.

    Depois vem com o Trump e os LGBT. Ora os EUA não são o Trump. Os EUA são um país com uma diversidade humana brutal. E têm essa diversidade porque são um país de cultura anglo-saxónica, onde há espaço para cada um viver como bem entender. Há Estados e cidades com abertura para os gays serem felizes, há Estados e cidades onde os paranóicos da Igrejas cristãs podem ser felizes. Quem não vê isto não compreende os EUA. E é esta liberdade que é odiada pelos totalitários, pelos comunistas ou fascistas.

    Ah, e já que tocamos em fascismo, é um extremismo de que do ponto de vista económico pouco difere do socialismo. Planificação estatal da economia, acesso limitado a profissões e a licenças, limitação da concorrência, controlo de inúmeros sectores económicos. O plano económico da Le Pen é quase igual ao do PCP: nacionalização da banca, energia e outros sectores, saída do euro, encerramento das fronteiras à concorrência externa, reindustrialização em mercado protegido da concorrência, aproximação política à Rússia, afastamento em relação ao espaço Atlântico (EUA, Reino Unido, Holanda…). A Le Pen só difere do PCP na questão da imigração e até tem o apoio de homossexuais que temem o aumento da insegurança devido ao crescimento da comunidade islâmica.

    Caro, muito do que aprendeu nos bancos da escola e nos jornais portugueses sobre Esquerda e Direita é falso, são narrativas enviesadas construídas com as palas ideológicas da Esquerda portuguesa, que domina o espaço mediático desde 1974.

    O Cavaco é claramente de centro-esquerda no plano económico, é um social democrata, apenas é conservador nos costumes, mas veja só, o Guterres também era conservador nos costumes por ser beato, e ninguém diz que o Guterres é de Direita. Verdadeiros políticos de Direita democrática há em Inglaterra, Holanda, Alemanha, Suécia, Noruega, Suíça… Em Portugal não há um verdadeira Direita moderna e «europeia». Poucos políticos assim passaram pelo poder, excepção para Adolfo Mesquita Nunes (que é pró-LGBT e é de Direita) ou Álvaro Santos Pereira.

    Se prefere ver gigantes em vez de moinhos, de ver o mundo com as palas da doutrinação mediática feita a cabo diariamente pelos péssimos jornalistas tuguinhas, força. Se quer vez o mundo de outra forma, estude, leia jornais e revistas de outros países europeus, viaje e viva uns tempos fora do país, como eu tenho vivido. Saudações.

  • Anónimo

    Drag é uma coisa, Valérias Vaninis ou Lindas Xennons a arrastar playbacks de Pantojas, é outra.

    Já agora, permita-me uma correcção: travesti é um substantivo de dois géneros ou seja, se o sujeito for homem, usa-se o masculino e não “boas artistas”.

  • Bruno

    Lorenzo e Pedro? Acho muito bem que eles andem à vontade na rua, mas como eles, felizmente, muita gente faz isso e sem quaisquer problemas… E essas pessoas não precisam de ter vídeos ridículos no youtube a cozinhar, cheios de overacting e em que um anda sempre em tronco nú ou até mais do que isso, como se ser gay implicasse sempre esse tipo de coisas… “ah e tal, são giros os vídeos…” Não são, são só tristes…

  • João Delgado

    Mas qual é o problema que os Portugueses tem com rapazes em tronco nu? Muito sinceramente sempre me fez muita confusão esta conversa quando la fora este tipo de coisas anda completamente banalizado.

  • Anónimo

    Em geral a sociedade portuguesa não se importa com pessoas em tronco nu… desde que sejam homens cishet.

  • Bruno

    Não tenho qualquer problema que ele ande em tronco nú… mas nos vídeos eles estão a cozinhar… Ele só está em tronco nú para chamar atenção… Não é uma questão deste tipo de coisas estar ou não banalizado, mas sim de não fazer qualquer sentido naquele contexto. Se eu quiser vê-lo em tronco nú vejo-os nos shows de webcam que eles faziam ou fazem, não sei. Mas em vídeos de culinária e afins é só completamente despropositado.

  • Filipe

    Os vídeos são feitos maioritariamente para o público anglo-saxónico, e é deste estilo que esse público gosta. Parece ridículo aos olhos do público português. Mas nós somos 10 milhões. Eles querem as visualizações de um mercado com mais de 500 milhões. É uma questão de visualizações, e dinheiro. É inteligente do ponto de vista comercial e isso é de valor num país sem qualquer cultura financeira, avesso à competitividade e onde o lucro é coisa do demónio (herança da «santa» Inquisição…). Se fosse eu a fazer os vídeos, teria um estilo mais sóbrio, jamais conseguiria ter aquela postura, mas por outro lado muito provavelmente não teria quase nenhuma visualização…

  • João Delgado

    Continuo sem perceber qual é o problema, e também não percebo porque razão é despropositado o que eles fazem.
    Não vejo qual o problema de eles usarem a sua imagem para publicitarem e atrair mais visualizações(se for mesmo essa a sua intenção), só fazem o que muitos actores,bailarinos, jogadores de futebol, etc fazem
    Não vejo porque razão o programa deles não possa ser visto também como um programa de entretenimento, para alem de ser de culinária, não vejo razão alguma de haver “formatos” obrigatórios para esse tipo de coisas, não vejo porque razão não se possam fazer as coisas de forma diferente do “habitual”.

  • Sousa Dias

    Acho piada tantos prémios para os rapazes por uma coisa que é negócio e as pessoas confundem com activismo.
    A maioria nem sabe que de cada vez que vê um vídeo, está a sustentar um estilo de vida em que nenhum dos dois produz a ponta dum corno, sim, porque eles não trabalham e vivem do dinheiro do Youtube.
    Cada um faz da sua vida o que entender e ganha-a como lhe der mais jeito e proveito mas a comunidade LGBT deve ser alertada para não confundir activismo com negócio.

  • 123tuga

    Eu acho é piada a comentários como o teu. Só existe uma palavra que o define, Tristeza!

    O ativismo feito no mundo tudo precisa de dinheiro, para o sustentar e permitir uma continuação, aqui em Portugal não existiu nenhuma associação que ajudasse o Lorenzo e o Pedro com as despesas que tiveram com os vídeos de reação deles, tanto em Lisboa como no Porto, nem ninguém lhes pagou o armário que construíram e empurraram na Marcha de Lisboa, que a mim me deu um enorme prazer e uma sensação única ter “saído do armário” DELES!

    Não produziram a ponto dum corno??? tu sabes lá o que custa fazer os vídeos que eles fazem… ideias, deslocações, câmaras e outros materiais, edições de dias, etc… Nós aqui em Portugal não valorizamos este tipo de trabalho. É por isso que eles MUITO inteligentemente o fazem na Lingua Inglesa, e ainda se dão ao trabalho de escrever legendas em Português que eu muito agradeço.

    É por cause desses rapazes e do grande TRABALHO deles, que eu e muitos amigos meus somos mais livres nas ruas de Lisboa, e o que eles retratam é a realidade.

    A única coisa que tenho a dizer ao Lorenzo e ao Pedro é Parabéns! Continuem, não parem, vivam do vosso YouTube, da vossa imaginação e Ignorem pessoas negativas e com raiva de não serem espetaculares como vocês!

    Sou seguidor e fã! É a primeira vez que temos alguém assim em Portugal, devíamos agradecer!
    Obrigado por tudo LP!

  • Mario Silva

    Caro João, não perca mais tempo com estrume cerebral cheio de raiva e com o vírus da inveja.

    É lógico que os rapazes são inteligentíssimos no que fazem, têm bom gosto, cozinham bem, explicam bem as receitas, e não nos fazem bocejar com os seus vídeos.

    Se existe razão para não termos vídeos do Lorenzo e o Pedro em Português, infelizmente, é devido a pessoas como este Bruno.

  • Afonso Cruz

    Por favor, cozinhem e jantem juntos, mas não se esqueçam de fazer do Pedro Dias um dos vossos convidados num dos vossos programa de Sexy Funny Kitchen! Adorava ver 🙂

    E se forem ao trumps, publiquem adorava ir, nem que fosse para dar um abraço ou oferecer uma cerveja!

    parabéns rapazes

  • Filipe

    Tem razão num ponto, é preciso não confundir activismo com negócio. Mas o activismo em Portugal não tem dinheiro. Os gays portugueses nem saem do armário quanto mais darem dinheiro ao activismo. Primeiro, não têm, o poder de compra anda nas ruas da amargura. Depois não temos tradição de intervenção e participação cívica e de activismo. Ficamos à espera do papá Estado.

    Ora posto isto, é inteligente o que eles fizeram. Eles tiveram despesas e perderam dias a fazer os vídeos pelas ruas. É justo que recebam um ordenado, um rendimento por isso. Portanto não me importo de lhes dar visualizações, pois sei que eles trabalharem para apresentarem aquele produto audiovisual, e merecem ser remunerados por isso.

    Quando muitos artistas LGBT ou friendly fazem vídeos polémicos ou concertos polémicos, como a Madonna, estão a tentar chamar a atenção para venderem mais, para ganhar dinheiro, mas ao mesmo tempo é uma forma eficaz de fazer activismo.

    A Igreja incutiu-nos durante séculos um ódio ao dinheiro que se traduz na difícil relação que temos com o «vil» metal. Esse ódio era incutido em parte para o povo amar a miséria e assim ser mais fácil de controlar. Infelizmente não olhamos para o dinheiro como os ingleses, holandeses ou americanos. E depois surgem estes comentários por todo o lado…

    Deixem-se lá destes complexos em relação aos lucros e ao dinheiro.

  • Anónimo

    Não venham com tangas de activismos porque o que eles fazem tem um objectivo: facturar de modo a ser o seu ganha pão.
    Desde que foram à marcha fazer publicidade com o armário e perceberam que o galinha dos ovos de ouro estava ali, nunca mais largaram o filão.
    Mas mesmo usando o Inglês, já deu para perceber que muito dificilmente dão o enorme salto que os separa dos Youtubers gay norte americanos.
    De resto, quero lá saber que ganhem dinheiro à pala do povinho gay que acha que são o supra sumo do activismo.

  • Anónimo

    Que comentário mais nojento.
    Se não dão o salto com os youtubers norte americanos, é porque lá na américa as pessoas apoiam e ajudam, nós aqui é só mandar abaixo!

    Vai lá ver se quando os norte americanos fazem vídeos se vêm todos dizer “AI SÓ QUEREM FAZER DINHEIRO!”

    Acordem para a vida e parem de viver no passado.

    Ainda bem que os rapazes ignoram pessoas como vocês.

  • Anónimo

    É claro que o que querem fazer é dinheiro, acho que isso nem se põe em causa nem é criticável… Mas lá está, não confundam isso com activismo! Eu sempre andei à vontade na rua com namorados e as únicas recções negativas que recebi foram de gays!… Por isso sou da opinião que não são precisos vídeos na net de dois gajos a andar de mão dada, é preciso é que as pessoas o façam na realidade e que não o critiquem de forma espontânea e natural, porque sentem uma vontade natural de exprimir o afecto que têm pela pessoa com quem estão e nada mais. Agora se os outros dois querem ganhar dinheiro com vídeos parvos a cozinhar ou com vídeos a f***r na webcam pois seja, continuem a fazer esses vídeos e a ganhar dinheiro com eles. E cada um é obviamente livre de gostar ou não desses vídeos. Mas também não critiquem quem não gosta ou não concorda com o “estilo” ou “abordagem” por eles usada.

  • Gustavo Pereira

    “É claro que querem fazer dinheiro?” Mas há algum problema em querer fazer dinheiro para viver? mas que comentário tão mesquinho e à tuginha!

    “Não confundam isso com activismo”????? Mas agora tu não podes ganhar dinheiro e fazer activismo? Quem é que te disse, ou onde é que leste que os activistas não ganham dinheiro???

    Não se ganha dinheiro só a trabalhar no pingo doce ou a jogar futebol!

    Antes ganhar dinheiro a fazer o que eles fazem do que a fazer o meu e o teu trabalho juntos!

    E se não és da opinião que seja importante existirem vídeos de casais homossexuais a passear de mão dada e a trocar afectos nas ruas, estás MUITO enganado! É demasiado importante que esse conteúdo exista e esteja visível para todos! Só uma besta inculta é que não entende a sua importância.

    Gostava de saber o porquê de ler aqui no Dezanove tanta gentinha com tanto ódio aos rapazes! É triste e inacreditável!

    Mas porquê tanto ódio contra o Lorenzo e o Pedro… estão mesmo a fazer bem as coisas!
    Não encontro razões para isto, e revolta-me profundamente que não apoiem jovens como eles. São pessoas como vocês que os criticam negativamente, SEM RAZÕES, que fazem com que mais como eles não apareçam!

    E precisamos de muitos mais Lorenzos e Pedros no nosso Portugal!

    Se eu tivesses coragem faria o mesmo!

    A mim, o que eles fazem, ajudou-me, deu-me força e faz de mim um homem mais feliz.

    Continuem LP!

  • Anónimo

    LOL o Filipe acha que os fanáticos religiosos devem ter a sua “liberdade” respeitada.

  • Anónimo

    Com tanta propaganda interrogo-me se o Filipe estudou numa escola primária no Texas.

  • Anónimo

    Como é que o comentário do leitor Luís Prado foi aprovado? É um comentário cheio de homofobia!

  • Anónimo

    “Também acho muito triste a tendência que a maior parte das pessoas de esquerda que conheço têm de insultar e ofender as que pensam de maneira diferente.”
    Está a insinuar que as pessoas de direita não deveriam ser criticadas?