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“Esta também é a nossa cidade”: 20 mil pessoas na maior marcha do orgulho LGBTI+ do Porto 

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Nunca na cidade tinha havido uma adesão tão expressiva a uma manifestação pelos direitos e visibilidade LGBTI+ como no último sábado à tarde. A 18ª Marcha do Orgulho voltou a percorrer as ruas do centro do Porto e o arraial realizou-se mesmo no Largo Amor de Perdição – e não no parque do Covelo, como era vontade da autarquia.

À altura da concentração na Praça da República, marcada para as 15h, a comissão organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto (MOP) já previa que a participação ultrapassasse a registada no ano passado, de 10 mil pessoas. A enorme afluência, que acabou por dobrar esse número, aconteceu em protesto contra a decisão da câmara municipal da cidade de não colaborar com a MOP na organização do arraial que encerra a marcha e que nos últimos anos se tem realizado no Largo Amor de Perdição, junto à Torre dos Clérigos. A autarquia condicionava um eventual apoio logístico e financeiro ao evento à sua transferência para o Parque do Covelo, bem distante do centro. 

 

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, acusou Rui Moreira de querer “boicotar” a marcha do orgulho. «Nós estamos aqui para dizer ao presidente da Câmara do Porto, juntamente com estes milhares de pessoas, que com ou sem a sua licença a marcha LGBT do Porto irá celebrar-se, irá fazer o seu dia de luta no centro do Porto», disse à comunicação social no início da marcha. 

Levantando a faixa “Não aceitamos a invisibilidade. Esta também é a nossa cidade”, a comunidade LGBTI+ da cidade protestou com a sua presença massiva nas ruas, numa marcha que, conforme pode ser vista pelas fotografias aéreas, estendia-se por vários quarteirões do centro. À frente, por decisão da organização, seguiram as associações e colectivos trans, num apelo à luta contra a invisibilidade e discriminação a que estas pessoas são votadas pela sociedade.

No Largo Amor de Perdição, sem palco mas aproveitando uma plataforma mais elevada da praça onde se montou um sistema de som (não se notou, de resto, qualquer problema técnico), leu-se o manifesto e discursaram figuras como a actriz trans Keyla Brasil, a activista “mãe” Eulália, e representantes de todos os colectivos que fizeram parte da comissão organizadora deste ano. Houve ainda a intervenção e música dos Fado Bicha, para além de performances de vários artistas queer que mantiveram o público em festa até ao entrar da noite. 

Quem chegasse o largo sem conhecimento da polémica das últimas semanas, não imaginaria que aquele evento tinha em algum ponto estado em risco de não se realizar. A organização fez por ultrapassar os constrangimentos logísticos levantados pela autarquia e o arraial cumpriu-se com a mesma – ou ainda mais – energia que no ano passado. Os números do relatório das autoridades policiais vêm confirmar as melhores expectativas: foram mais de 20 mil as pessoas que quiseram ocupar as ruas do centro contra a marginalização do orgulho.

 

Vê as  fotos e os vídeos da marcha aqui

Álbum de fotos de Sarah Pereira -> aqui.

 

Pedro Leitão