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Rede de organizações  LGBTIQ+ da CPLP é criada em Luanda 

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Luanda é cada vez mais a cidade onde as coisas acontecem. A capital de Angola recebeu o primeiro encontro das Organizações LGBTIQ+ dos Países de Expressão Portuguesa Sul-Sul sobre Direitos Humanos, Integração Sociopolítica e Cultural. Esta conferência que decorreu nos dias 19 e 20 de Outubro,  numa parceria entre organizações locais como a AIA - Arquivo de Identidade Angolana em parceria com com a Universidade Jaguelónica de Cracóvia e o Grupo de pesquisadores composto pelo antropólogo Ruy Blanes (da universidade portuguesa ISCTE-IUL), Natália Zawiejska e com apoio do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

 

Líria de Castro, directora executiva da AIA - Arquivo de Identidade Angolana, a organização anfitriã do encontro refere que “se deram passos muito importantes para a reflexão dos direitos LGBTIQ+ nas nossas comunidades e espaços de acolhimento” criando, pela primeira vez, “um momento para a criação de uma  rede mais alargada de troca de experiências e de pressão política no sentido de mais igualdade e respeito pelos direitos humanos nos nossos países”.

Foto 2Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Brasil, Symmy Larrat.jpeg

Entre os palestrantes convidados estiveram também movimentos LGBTIQ+ da sociedade civil, activistas independentes, académicos e decisores, de cinco países de expressão portuguesa, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal  no sentido de  uma primeira abordagem a três necessidades identificadas em cada uma das sociedades, que apesar de ligadas pela língua, têm desafios muito distintos. A aprendizagem com  países como o Brasil, com mais de 50 anos de activismo nesta área permitiu “aprendizagens mais profundas sobre as formas de organização local definindo algumas estratégias que podem contribuir para uma maior igualdade”, refere Lira de Castro. Ao mesmo tempo, “as organizações do Brasil também podem aprender com as organizações angolanas e moçambicanas no sentido de criar sustentabilidade de acção nas organizações de forma a construir relações sólidas com os diferentes sectores da sociedade e do Estado”. 

O evento permitiu identificar  acções e áreas de trabalho que criarão maior incidência política na cooperação entre os grupos, organizações e movimentos LGBTIQ+ dos países de expressão portuguesa e a elaboração de pequenos roteiros de actividades conjuntas, com acções prioritárias para as organizações, grupos e pessoas LGBTIQ+. Outra dimensão muito importante no contexto da CPLP relaciona-se com o apoio técnico para a realização de actividades para proteger e promover a inclusão das pessoas LGBTIQ+ a nível regional e internacional.

O evento contou com a participação da Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Brasil, Symmy Larrat, a Directora Nacional para Igualdade e Equidade de Género do MASFAMU, Angola, Conceição Nhanga. Presentes estiveram ainda as representações das agências internacionais das Nações Unidas (FNUAP, PNUD, ONUSIDA,) o activista e professor catedrático do ISCTE-IUL de Portugal Miguel Vale Almeida e membros da sociedade civil e movimentos LGBTIQT+ de Angola, Cabo Verde, Moçambique e Brasil.

foto 3Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Brasil, Symmy Larrat, a Directora Nacional para Igualdade e Equidade de Género do MASFAMU, Angola, Conceição Nhanga.jpeg

O principal resultado, deste encontro embrionário, foi a criação de uma rede da lusófona  LGBTIQ+, plano estratégico e acções de intercâmbio conjunto entre os países do Sul Global com o desejo de, no futuro, conseguir juntar as organizações Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. 

 

André Soares

Fotos: AIA - Arquivo Identitário Angolano