"Há nove anos atrás na cidade do Porto, Gisberta Salce Junior, mulher transexual, foi vítima de um crime de ódio. Durante três dias foi torturada, e no final, quando já poucas forças lhe restavam, foi atirada a um poço. Para a justiça portuguesa, Gisberta morreu afogada, e a culpa foi da água." assim começa o comunicado da comissão organizadora da 9ª Marcha do Orgulho LGBT do Porto (MOP).
Há dias que são mesmo de marcar na agenda, como por exemplo o 8 de Janeiro. Assinala-se neste dia a aprovação no Parlamento português da lei que confere iguais direitos e deveres no casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Dois em cada três participantes do inquérito levado a cabo pelo dezanove.pt respondeu que no último ano não participou em nenhuma marcha do Orgulho LGBT. Assim, 72 por cento dos leitores refere que não participou em nenhuma marcha ao passo que apenas 28 por cento responderam afirmativamente. Responderam 438 pessoas.
“Dão-nos luta ao corpo, nós damos o corpo à luta!” é o mote dos defensores dos direitos das pessoas LGBT que se vão reunir este Sábado, 6 de Julho, a partir das 15h30 na Praça da República no Porto.
Desde o ano passado realizam-se em Portugal quatro marchas do Orgulho LGBT. A cidade mais recente a chegar ao rol foi Ponta Delgada onde, a 1 de Setembro de 2012, pela primeira vez no arquipélago açoriano, uma manifestação do Orgulho LGBT teve lugar. O dia foi considerado histórico e será repetido este ano a 31 de Agosto (Sábado).
Mas ainda antes de Ponta Delgada é a vez de Coimbra, Lisboa e Porto:
Há um mês Ponta Delgada recebia pela primeira vez no arquipélago açoriano a manifestação do Orgulho LGBT. Tratou-se de um dia histórico nos Açores com centenas de participantes a percorrer o centro de Ponta Delgada e milhares de pessoas nos passeios a assistir ao culminar do festival Pride Azores. A partir da capital açoriana, Cassilda Pascoal relatou entre terça-feira, dia de arranque do festival, e Sábado, as conferências e eventos mais importantes do Pride Azores.
Desta forma, chegou ao fim a cobertura do dezanove.pt das Marchas do Orgulho LGBT de Portugal em 2012.
Esta terça-feira o executivo municipal do Porto decidiu suspender a cobrança de taxas e a aplicação de multas à Marcha do Orgulho LGBT do Porto, após proposta do vereador da CDU.
O dezanove ajuda-te a organizar a agenda de eventos do Portugal LGBT. O ano começa com a atribuição dos galardões da ILGA Portugal aos intervenientes que, segundo a mais antiga associação de defesa dos direitos das pessoas LGBT, marcaram o ano transacto. A cerimónia dos Prémios Arco-Íris está marcada para esta quarta-feira, 11 de Janeiro.
“O que nos une afinal? Amor incondicional!” “Filho ama quem quiser, seja homem ou mulher”, gritava Clarisse Monteiro durante a marcha do Orgulho do Porto em 2010. Clarisse marchava empunhando a faixa da AMPLOS – a Associação das Mães e Pais pela Libertação de Orientação Sexual e a sua voz ecoava junto da voz de outros pais nas ruas da Invicta. Numa das últimas edições do programa Querida Júlia da SIC, o testemunho ímpar de Clarisse marcou todos os que assistiram ao programa. Chegaram dezenas e dezenas de comentários e elogios a esta mãe residente na Maia. Mas quem é esta jovem mãe que não deixa ninguém indiferente ao seu discurso? O dezanove foi saber um pouco mais sobre a apelidada "Super Mãe" ou "Mãe Coragem", mas que nas suas próprias palavras se define como uma "mãe alegre e feliz":
O Orgulho LGBT saiu pela sexta vez às ruas do Porto no último sábado. A organização da Marcha foi constituída por 13 grupos (Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Grupo de Intervenção Solidário; Grupo Identidade xy, Juventude Socialista, Panteras Rosa, Partido Humanista Poly Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.pt, Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, SOS Racismo e UMAR), aos quais se juntaram outras organizações. Vê o vídeo com alguns dos pontos altos da tarde.
A noite de sábado, após a Marcha do Orgulho LGBT, foi provavelmente a mais concorrida de sempre do Porto. As propostas multiplicaram-se. No teatro Sá da Bandeira decorreu mais uma edição do Porto Pride, animada, entre outros, por artistas como Lady Slim, Faradiva, Natasha Semmynova. Ao mesmo tempo, a CASA dinamizava o Roteiro Queer em oito espaços da cidade, incluindo o Lusitano e a discoteca Zoom. Noutro lado da cidade, o bar Pride promovia uma festa da espuma, com entrada gratuita.
Com uma coligação de direita no poder, qual o papel que está reservado aos partidos de esquerda na defesa das questões LGBT? Apesar do país, nas últimas legislativas, ter virado à direita, "não tenho forma de dizer que a comunidade LGBT não se mantém fiel aos partidos de esquerda, até porque não somos donos dos votos de ninguém, mas são estes os partidos que representam melhor as suas ânsias", referiu ao dezanove João Torres, da Juventude Socialista, que pelo segundo ano consecutivo integra a organização da Marcha do Orgulho LGBT do Porto. "Não concordo com o pensamento que diz que em alturas de dificuldades económicas os direitos deixam se ser prioritários", referiu o mesmo responsável.
Belmiro Pimentel voltou a ser o único participante da Marcha do Orgulho LGBT do Porto a dar a cara por uma organização profissional. O agente da PSP, responsável pelo Grupo Identidade XY, referiu ao dezanove que "há muito medo e receio" de mais agentes da autoridade darem a cara. No entanto, "tem havido uma mudança clara nas forças de segurança", considera, dando como exemplo o casamento entre duas agentes da GNR, que obteve repercussão nacional. Mesmo assim, prossegue Belmiro Pimentel, "é necessária mais formação nesta área".
“Eu estou abismado”, comentou ao dezanove António Paulo, 62 anos, quando se deparou com a chegada da Marcha do Orgulho LGBT do Porto à rua de Santa Catarina. Ao longo dos passeios da principal rua comercial do Porto, na rua de Sá da Bandeira e na zona do Bolhão, centenas de pessoas pararam para assistir este sábado tarde à passagem da Marcha. Houve até que integrasse o grupo de manifestantes para tirar fotografias ao lado dos promotores musculados do portal Manhunt ou das transexuais. A organização da Marcha tinha feito saber que esperava duas mil pessoas, no entanto, o número terá ficado, segundo um agente da PSP que acompanhou a marcha, nas “quinhentas pessoas”.
É com muito humor infantil e uma suavidade didáctica que os Clã lançaram em Abril deste ano o álbum "Disco Voador". Este trabalho inspirado em crianças é composto por canções sobre histórias originais e irreverentes.
O Porto vai assistir a uma semana com várias actividades, algumas a decorrerem em simultâneo, em torno da comunidade LGBT. A Semana Queer, evento de nove dias promovido pela CASA - Centro Avançado de Sexualidades e Afectos, arranca esta sexta-feira. Teatro, cinema, debates, exposições ("sex toys" incluídos), uma acção de formação em activismo LGBT, shows de transformismo e até um Arraial Queer são algumas das iniciativas da CASA, que se apresenta como "inédita" e tem como lema "Amor Alternativo". Em média, a CASA propõe duas iniciativas culturais por dia até 9 de Julho.
A esmagadora maioria dos leitores do dezanove considera que é importante participar nas Marchas do Orgulho. No inquérito, a que responderam 289 pessoas, 74,39 por cento é favorável à participação nas marchas enquanto 20,42 por cento as não considera importantes. Apenas 5,19 por cento não sabe ou não quis dar uma resposta.
A Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa decorre no próximo Sábado, enquanto a do Porto decorre no dia 9 de Julho.