Tinha 28 dias e vinha no colo das mães. Foi há um ano que o dezanove.pt encontrou o pequeno Matias na Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa. Um ano depois reencontramos Matias, desta vez num carrinho de bebé, e as suas mães no mesmo lugar.
O regime autoritário - Estado Novo - que vigorou em Portugal por mais de 40 anos (1933-1974), com todas as consequências económicas, sociais e culturais que daí resultaram, assim como uma industrialização tardia, são factores que justificam a não existência de um movimento que defendesse os direitos dos homossexuais em Portugal antes dos anos 90. Apesar de algumas tentativas a seguir ao 25 de Abril de 1974, podemos considerar que só mesmo na década de 90 surgiu um certo activismo, em particular a partir das redes de amizade formadas no contexto das primeiras organizações de luta contra a sida.
Poucos foram os políticos presentes na Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa no passado Sábado. O dezanove.pt conseguiu chegar à fala com a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins para perceber as motivações da participação do partido na marcha do arco-íris.
Na 14ª edição da Marcha do Orgulho LGBT poucos foram os políticos presentes. Entre eles esteve Pedro Delgado Alves, do Partido Socialista, e que recentemente apresentou a proposta de lei de co-adopção. Foi esse tema que o dezanove.pt abordou com o deputado este Sábado.
A sociedade em que vivemos é feita de mudança e de evolução. Este é mais um daqueles clichés que ouvimos com alguma frequência mas em relação ao qual, possivelmente, não damos a necessária atenção. Todos sabemos e sentimos a mudança em vários vetores do nosso quotidiano, mas mais facilmente aceitamos a evolução e a mudança quando as mesmas implicam maior qualidade de vida para nós (veja-se o caso da ciência, da medicina), do que quando essas mesmas mudanças não nos atingem ou não nos dizem diretamente respeito. Ou pelo menos assim o sentimos. Em suma, há mudanças que são bem-vindas e outras que nem tanto. Se para as primeiras, o garante de uma vida mais facilitada, mais longa, com mais sentido de realização, são factores mais que suficientes para as aceitarmos, existem outras que esbarram constantemente em argumentos conservadores, baseados essencialmente em medos ancestrais e em barreiras sociais e de cariz religioso que levam à rejeição do que é diferente.
“A Cristina era a irmã mais velha de meu pai, tia de sangue. A Teresa, a tia mais importante que tive. Uma e a outra eram o resultado do complemento das duas, não existiam sozinhas. Nunca pensava 'vou para a minha tia'. Elas eram as minhas tias. Construíram uma vida e ajudaram a criar-me. De todas as relações que tive, relações de afecto, familiares, foi a mais estável. A que mais me fez bem. Por estes dias, achei por bem partilhá-lo. Sem juízos de valor ou panfletos, apenas partilhar o que em mim é silêncio e gratidão.” É desta forma que termina a crónica "Apenas a minha história", de Luís Osório, publicada no semanário Sol.
O líder da Juventude Popular, Miguel Pires da Silva, defendeu em entrevista publicada no jornal I, que "ter dois pais ou duas mães é contranatura" e que "a criança não pode crescer num ambiente saudável".
São mais de 700 estudos científicos realizados desde os anos 70 que mostram que as crianças criadas por famílias homossexuais têm exactamente o mesmo presente e o mesmo futuro do que numa família heterossexual. A referência é feita pelo médico pediatra Mário Cordeiro.
A jovem actriz brasileira Ana Karolina Lannes, de 13 anos de idade, ficou em lágrimas depois de ouvir um programa de rádio em que o locutor difamava os seus pais.
Ana Karolina é mais conhecida entre o público português pelo seu papel de Ágata na novela “Avenida Brasil”, filha de Carminha e Tufão, personagens interpretados pelos actores Adriana Esteves e Murilio Benicio.
Esta segunda-feira o tema da co-adopção esteve em debate na RTP. O programa apresentado pela jornalista Fátima Campos Ferreira iniciou com a síntese do projecto de co-adopção recentemente aprovado no Parlamento na voz da sua primeira subscritora, Isabel Moreira.
Depois da aprovação da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, raramente se falou tanto nos media e na internet em questões de Direitos LGBT como nos últimos dias. Em causa estão os projectos de lei que punham no centro da questão a adopção de crianças por casais do mesmo sexo.
A Ministra da Justiça felicitou esta quarta-feira os deputados que permitiram aprovar na generalidade a lei da co-adopção de crianças por casais do mesmo sexo. Recorde-se que no passado dia 17 de Maio o projecto de lei dos deputados Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves obteve 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções.
No passado dia 17 de Maio, Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia e Transfobia, a ilha de São Miguel parece ter acordado com mensagens de luta e de amor.
Numa iniciativa entre Umar-Açores, APF-Açores, APAV-Açores, CIPA/Novo Dia e Pride Azores, nas varandas, portas e janelas dos espaços das associações foram colocadas bandeiras do arco-íris e a mensagem “Homofobia não é opção, é discriminação”.
Hugo Soares, deputado do PSD eleito por Braga, votou contra as proposta de co-adopção e de adopção que estiveram ontem em discussão no Parlamento. Apesar do sentido de voto, o líder da JSD foi recentemente protagonista de um vídeo da campanha Tudo Vai Melhorar, que está a ser promovida pela associação LGBT do Porto CASA. "Vale a pena acreditar que tudo vai ser diferente. Vale a pena ter esperança", dizia então o deputado, mostrando a sua solidariedade com as vítimas de bullying homofóbico.
A adopção de crianças por parte de casais do mesmo sexo voltou a ser chumbada no Parlamento esta sexta-feira, com votos contra de deputados do PSD, PS e CDS. As propostas do Bloco de Esquerda e de Os Verdes pretendiam alargar a possibilidade de adopção. Já a proposta de co-adopção conseguiu passar. Desta forma, passa a ser possível estender ao outro elemento do casal ou da união de facto o vínculo de parentalidade que o outro cônjuge já tem em relação à criança.
Na próxima sexta-feira, os olhos da comunidade LGBT portuguesa vão estar postos no Parlamento com três propostas legislativas envolvendo crianças e pessoas do mesmo sexo.
Os projectos de lei do PS e do Bloco de Esquerda sobre a adopção de crianças por parte de casais homossexuais voltam ao Parlamento para serem debatidos a 17 de Maio. Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados já enviou ao Parlamento um parecer negativo sobre a aprovação destes projectos.
Para Catarina Leitão a única razão que leva à proibição da adopção por casais do mesmo sexo em Portugal é apenas uma: o preconceito.
Catarina tem 28 anos, está a efectuar doutoramento em Psicologia Social na Universidade do Minho e é uma das centenas de pessoas que submeteu uma iniciativa de cidadania no portal de Governo de Portugal: "Parentalidade em Casais do Mesmo Sexo". Este movimento defende a possibilidade de adopção de crianças por ambos os cônjuges, a co-adopção de filho biológico do companheiro e o acesso à procriação medicamente assistida em casais do mesmo sexo.
O tema da adopção de crianças por casais do mesmo sexo vai voltar à Assembleia da República após as férias de Verão. A acção partiu de quatro deputados do PS (Pedro Delgado Alves, Isabel Moreira, Elza Pais e Maria Antónia Almeida Santos) que apresentaram em Julho último uma proposta de projecto-lei para a co-adopção de crianças que já vivem em famílias constituídas por casais do mesmo sexo. Se o projecto-lei for aprovado, este garante que o poder paternal seja dividido por ambas as partes do casal e uma maior segurança e igualdade para as crianças.
É com este cenário em vista que surge agora uma petição online [assinar aqui] que pretende sensibilizar a população portuguesa para a importância de legislar a parentalidade por casais do mesmo sexo.